Penso em teu silencio
impossível de arranhar
e meu grito de fera
cheio de perguntas
aturde a selva.
Deveríamos sentar
meio assim, no meio fio
abrir os baús
e deixar de carregar.
Então , celebrar.
Os tumultos que guardamos
aí estão:
fazem parte destes corpos
que somos.
Nada mais.
É possível desfazê-los
como folhas de outono
a pisar
e incrustá-los, tatuados
nos lençóis.
Depois nadarei
sem barco algum
no oceano que há
em teu olhar.
Tudo isso; nada mais.
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