Eu estava passando um fim de semana na casa de um amigo, e quando desci para tomar o café da manhã de domingo, encontrei-o em franca atividade colocando um gato dentro de um saco. Perguntei-lhe porque estava fazendo aquilo e ele me respondeu que estava tentando se livrar do bichano.
- Vou agora mesmo larga-lo longe daqui – disse ele – quer vir comigo?
- Claro- respondi – um passeio pela manhã é bem divertido – quando regressarmos eu tomo meu café.
Colocando o saco como gato no porta malas, partimos. Então meu amigo disse:
- Há semanas estou tentando me livrar desse bicho, mas nunca consigo! Da primeira vez, levei-o até a esquina próxima de minha casa. Em 10 minutos ele estava de volta à minha porta. Então, soltei-o muitas quadras distante. Não adiantou. Alguns minutos depois o bicho estava de novo à minha porta! Então, levei-o ao bairro vizinho. Acredite, ele retornou à minha porta antes de mim! Mas agora estou decidido a confundi-lo. Eis porque estou dando voltas e mais voltas pela cidade. Desta vez quero ver ele voltar!
Depois de rodarmos em círculos por mais de meia hora, passando por lugares na cidade onde eu nem mesmo conhecia, meu amigo parou o carro, e soltou o bicho. Eu então resolvi tomar meu café na panificadora mais próxima, porque achei que estávamos muito longe de casa. Enquanto eu fazia isso, meu amigo pegou o celular e ligou para casa.
- Alô, Marlene! – disse ele para sua esposa – diga-me uma coisa: o gato voltou ou não? O que? Ele está diante de nossa porta de novo? Tem certeza de que é o mesmo gato? Pois então ponha esse desgraçado no telefone, porque quem está perdido sou eu!
