PASSATEMPO, PASSA TEMPO
O tempo, esse artista da moldura,
Trazendo nas mãos um cinzel
Outras vezes um pincel
Tem fome de arquiteturas
Tem muita fome e por isso
Morre o riso, cai o siso,
Baça o brilho e ....
Surge a caricatura
Surge sempre de improviso
Com ele não tem aviso
Passa e nem faz carnaval
Dança e do seu recital
Brotam tantas sepulturas
Mas brotam nos pontos finais
Pois nas primeiras vogais
O tempo, esse laboroso tempo,
É fermento a passos lentos
Levedando de poesia
A criança nascitura
E assim o filão vai surgindo
Em meio aos tantos destinos
Como é o meu, como o teu,
No final dá tudo lindo
Pois no mundo tudo, tudo,
Leva a assinatura de Deus
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