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cronicas-->Começar de novo -- 13/08/2007 - 18:40 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Começar de novo

Ainda não despertamos para o exercício pleno da cidadania. Estamos deslustrados na imensa caverna de proibições impostas por forças obscuras que globalizam nossos sofrimentos, achando que somos bons idiotas. Não somos os verdadeiros donos do que plantamos e muito menos do que colhemos. Apreciamos as regras que nos desatinam e só pouco mais do que isso podemos apreciar no grande palco onde representamos a peça hedionda do nosso sacrifício e o tamanho da nossa tolerància.
Tento encontrar o horizonte que deveria estar à frente das promessas dos nossos governantes que, há pouco tempo, prometiam um mundo encantado para nossos filhos e um celeiro farto, extraído deste imenso continente de solo invejavelmente fértil.
As escolas, tão lembradas, da esquerda à direita, centralizam uma sub-educação que termina por formar os hóspedes involuntários dos cubículos dos presídios públicos. Eles são as grandes vítimas de todos nós e deles mesmos. Portanto, estamos no mesmo caldeirão de culpas. Governamos por controle remoto, ficando, pois, bem longe da realidade dos lixões apodrecidos e dos campos de concentração onde moram, famintos, os nossos desempregados.
Essas mesmas escolas que já tiveram força formadora bem diferente dos dias atuais vivem moribundas, reclamam por um tratamento mais diferenciado, para que possam formar cidadãos decentes, que enxerguem e governem de forma diferente, aliviando a dor de tantos irmãos excluídos.
Os energúmenos dos outros xadrezes humanos precisam tornar-se sãos. Suas loucuras são nossas loucuras, e os seus defeitos saíram dos nossos. Ninguém é louco por brincar com a loucura: um não trata o outro, mas os dois juntos produzem muito mais danos que os primeiros.
Se acaso nosso jovem cidadão sobreviver a tudo isso, cairá na procura do primeiro emprego e acabará encontrando a primeira porta do inferno, que ainda não o porá no fogo destruidor, mas o convidará a ingressar no submundo das drogas e do sexo, muito pior do que esse inferno bíblico fantasioso, que, quero crer, jamais um Deus vivo e misericordioso nos reservaria. O inferno está aqui, entre nós, e talvez seja nós mesmos, sediados nesse mundo esfumaçado que a cada dia nos transforma em defuntos emergentes. Destruímos tudo e ainda não sabemos de quase nada. Que pena! Não podem nos restar somente lágrimas ou bela retórica. Precisamos agir com humanismo, fervor, dedicação e entrega plena. As soluções devem ser o reflexo de nossas vontades. O país precisa crescer, e seus filhos necessitam tornar-se gigantes.
Muitas vezes receio acordar. O sonho tem o grande poder de nos fazer viajar e esquecer momentaneamente os dissabores do cotidiano. Só que, ultimamente, até eles estão menos bons e têm nos desencantado com a vida. Vivemos forçadamente na vigília da morte anunciada, e o nosso corpo está ébrio das coisas do mundo. Desfazemos bem mais do que construímos e é aí onde mora o nosso maior pecado. A omissão tem sido nosso terrível cobertor.
As eleições, em todos os níveis, nos reacendem o desfavor e a humilhação. As urnas maltratam, após o entorpecimento que recebemos ao ouvir os palanques que aglomeram os trigos dos joios e os joios dos trigos. Se escolhemos, erramos e se não escolhemos, pecamos! E a nossa liberdade, onde está? Ah!..., ela vive nos impostos exorbitantes que somos obrigados a pagar, nas trapaças da maioria dos nossos governantes e nas promessas hediondas dos nossos falsos líderes. A lei peleja sob as togas de tantos inescrupulosos.
Os semáforos estão cheios de pequenos e grandes brasileiros.
Roubando-nos, xingando-nos, limpam os nossos carros. Cada parada nossa é um estado de tensão. Não sabemos para que vieram. Temos que fornecer alguma migalha, senão perdemos o resto do nosso dinheiro. Somos as iscas dos pescadores que nos governam. Não podemos esperar que esses miseráveis nos procurem para rezar conosco; eles estão a sofrer muito mais que nós. Não dispomos das limusines blindadas que desfilam imponentes à nossa frente, dizendo-nos que somos meros brinquedos em suas mãos sujas. Isso é que mais tem excitado a violência.
Como gostaria de saber para onde vamos! Chegaria, talvez, primeiro que os outros e sofreria logo tudo de uma só vez, no caminho de um horizonte que não vejo à frente, ou quem sabe, veria a luz do fim do túnel e retornaria sem lágrimas no rosto.
Fomos Muito Infelizes (FMI). Suamos para cumprir as metas absurdas que nos impõe a América rica. Não podemos comer quase nada. O alimento deve sobrar nas prateleiras dos grandes supermercados para, aumentando a oferta, baratear os preços, e assim baixar a inflação. Não importa se passamos fome. A meta tem de ser cumprida. O estrago desse sacrifício avaliaremos depois, talvez lá no fim do poço, quando estivermos mortos, sem dignidade.
A água, que há pouco tempo era farta e limpa, nos falta e, quando a achamos, não a podemos beber; está poluída e morta. Resta-nos enxergar os nossos descuidos e reprogramar o nosso crescimento em sentido amplo. Como? Não há làmpadas suficientes que possam clarear nossos caminhos, muito menos a energia para as acender. Vivemos no apagão da vida e da vontade. Como recomeçar? O que fazer? A água que passa pelos moinhos voltam na chuva, enchem os rios e visitam novamente esses velhos moinhos que já foram fortes e fartos dela e nos deram a luz do desenvolvimento bem mais barata. Devemos aproveitar também o renascer dessas águas que contêm a força desses moinhos pelos quais já passaram tantas vezes, em um tempo muito menos complicado que este.
Acredito e fortemente acredito que só nos resta uma simples coisa: amarmos mais uns aos outros, num ecumenismo de valores e soluções. O planeta está morrendo e nós, talvez, morramos bem antes dele, porque ele talvez tenha mais dono! Para vivermos, precisamos renascer. Não haverá nenhum sentido em continuarmos com a batuta na mão, porque jamais haverá maestria em nossas ações, se não recorrermos à grande força da moral e da dignidade humanas. O século vinte e um será o século dos grandes desafios. A morte estará à frente de legiões de famintos, vítimas da escassez dos alimentos. A água dormirá escondida e suja no subsolo sem poder saciar a sede desses mesmos inocentes famintos. Filosofar, só, não basta. Precisamos agir conjuntamente e de forma decidida: temos que achar a motivação necessária para que este novo governo traga para todos a justiça e a prosperidade.

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