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Poesias-->FUMAÇA AO VENTO -- 04/06/2001 - 04:08 (J. B. Xavier) |
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FUMAÇA AO VENTO
Por J.B.Xavier
Somos os grandes cenários
de um teatro vazio
Em imponência e em fragilidade...
E somos as próprias peças,
em autenticidade.
Quem disse que o rugir dos leões
demonstra ferocidade?
Somos as flores do campo,
complexas em sua simplicidade.
Quem disse que o perfume do vento
Não deixa saudade?
Somos as águas da foz,
Corrompidas em sua pureza.
Somos a fonte que surge límpida
Na natureza.
Somos as brisa que passa rápida,
Sem se deter.
Somos o pólen que flutua
Em seu poder.
Somos o sonho da noite,
Que no dia seguinte se esquece.
Quem disse que o amor
Não é uma forma de prece?
Somos o olhar da criança,
Puro e inocente.
Somos o adulto que somos:
Incoerentes.
Somos a fagulha cintilante
Que brilha incandescente:
Por um instante são sóis,
Mas se apagam de repente.
Somos a realidade,
Clara e incontestável,
E somos a insanidade,
Vacilante e imponderável.
Somos a trilha antiga
Que um dia já foi estrada.
Somos fumaça ao vento...
Somos nada!
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