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Poesias-->A Estátua de Diana e Santa Marciana -- 11/01/2020 - 01:02 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A estátua de Diana e Santa Marciana

 

Em Rouzocourt, lá na Mauritânia,

Em tempos do império de Diocleciano,

Vivia Marciana, jovem espontânea,

E fiel cristã, no domínio romano...

 

Um dia, vindo buscar água nos potes,

Na fonte próxima à porta Tipásia,

Viu ali colocada entre archotes,

A estátua de Diana em pose sabázia...

 

E vendo as águas límpidas a correr

Sob a estátua da deusa mitológica,

A jovem ermitã não pode entender

O culto à helênica deusa? Sem lógica...

 

Diana, Selene, Hécate... triformes..

Ártemis...deusa da caça, e da Lua...

A Natureza em metáfora dorme!

Marciana não controla a raiva sua...

 

Lutando contra aquela idolatria,

Quebra os dois braços da deusa, Marciana,

E logo após derruba a estátua fria...

Em muitos cacos ficou ali Diana...

 

Em instantes a multidão irada

Se forma e atira pedras à cristã!

Marciana corre ao templo atordoada

Ao templo da cultuada deusa pagã!

 

E lá entrou aos brados e com voz firme,

Proclamou sua fé no Deus vivo em Cristo,

Aos sacerdotes pagãos que confirme

A pena à ousada eremita por isto...

 

Ela então foi levada aos gladiadores,

Por horas serviu a infâmias e joguetes,

Mas resistiu altiva em sua fé a essas dores,

E um deles se converteu sem falsete...

 

Irados os sacerdotes ao tribuno

Carregam Marciana em julgamento,

E se define o dano inoportuno,

Entregue às feras do circo sangrento!

 

O povo no espetáculo horrendo

Esperava já o terrível martírio,

Ansioso de ver a cristã sofrendo,

Pois esse era o tempo do pagão círio.

 

E amarrada ao tronco ao centro do teatro

Viram todos, um grande e forte leão,

Já pular-lhe ao peito, porém as quatro

Patas recua, e mansa eis a fera então!...

 

Ao ver, parte da terrível platéia,

Muda o semblante e pede seja solta

A prisioneira infeliz plebéia,

Mas sua pena está ao cabo desenvolta...

 

Outra fera é posta na vil arena,

É um tão grande e raivoso rubro touro,

Mas a vítima se mostra serena,

E ora, a já ver o paraíso vindouro...

 

Os chifres da fera acertam-lhe o peito

E abrem-lhe sanguinolenta ferida,

Mas ainda resta à vida um fio estreito,

E soltam um leopardo na partida!

 

Com ferocidade o animal veloz

Arranca-lhe os braços e enfim a morte

Chega à pobre no espetáculo atroz...

Quanto foi a fé para que isto suporte?

 

Barônio conta no martirológio

Tal sucedido a 9 de janeiro...

No breviário moçárabe e hagiológios

Se cantam hinos alvissareiros...

 

No entanto, eu cá pensando com botões,

Em nosso tempo, já de liberdades

Conquistadas e de novos sermões,

De mui respeito às religiosidades...

 

Se talvez faltasse à Santa Marciana,

Um pouco perdão e um de tolerância

Para com aqueles devotos de Diana...

E assim aplacasse sua pura ânsia...

 

Mas, por outro lado, também não era

Este o fado dado pelos sacerdotes...

Rude, dura, desumana e austera

Pena... Não foi justa a pena e o mote!

 

Se imaginarmos a existência dela,

Da alva divindade Greco-romana 

Ou ao menos, como símbolo revela

Que não era essa sua caça, a alma humana!...

 

E há simbologia naquelas três feras!

O Leão que se apascenta ante a santa,

Foi a fera pelo Leão de outra esfera

Tocada... o Leão de Judá se levanta!

 

Ao rubro touro estava o sacrifício

Trocado! O Minotauro redivivo!

E o leopardo, Shezmu trás malefícios,

A execução nos cultos primitivos...

 

Assim, me significa essa moral,

A tragédia desta santa louvada,

Tolerar cultos doutros afinal,

Mesmo que a nós pareça coisa errada!

 

Se não contém sacrifícios mortais

Se não afronta aos direitos humanos,

Tolerem estes diversos rituais...

Não pode a fé cega e sem justos planos!

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