Valente
Era uma vez um cãozinho cor de caramelo, com olhos grandes, focinho gelado, muito brincalhão. Irmão de outros cãezinhos, todos muito bonitos, fofinhos, que, por serem muitos, ganharam novos lares.
Sua infância foi alegre, brincando com sua paciente mãe e com seus donos. Sua brincadeira favorita era esconder chinelos e sapatos, afiando seus dentes, afinal estava na idade das travessuras.
O tempo foi passando, e o cãozinho crescendo. Percebia-se, desde já, que era muito esperto e atento, identificando situações em que a diversão poderia imperar, mas sabendo a hora de trabalhar, pois já tinha responsabilidades e a casa deveria vigiar.
Certo dia dona Léia, a sua querida vovó, estava sentada na varanda, com seu cãozinho sob sua cadeira, quando um rapaz se aproximou. Com um pretexto qualquer, ele começou a fazer perguntas, observando para saber se havia mais alguém em casa. De súbito, apontou uma arma e ordenou que todo dinheiro e objetos de valor lhe fossem entregues, caso contrário atiraria. O cãozinho, percebendo o que se passava, surpreendeu o rapaz pelas costas, mordendo-o no braço, fazendo com que a arma caísse no chão. Com muita dor e temendo ser flagrado, o rapaz fugiu. E um abraço Valente ganhou.
Claudete Sulzbacher
|
