Chove no meu Sertão
No instante da entrega, as armas foram ao chão, jogadas. Não haviam luta dores, havia o queimor do amor a aquecer uma caverna não habitada. Nesse momento, me senti você se apossando de mim, como uma Cruz de Almas, desnudas. Senti um só ser num lugar onde joguei meus pudores e me fiz de amores por você. Meu cálice, esporrou a sangria mulher. Ao som dos coqueirais, senti o mar revolto, tocando minhas entranhas e beijando minhas paredes na caverna. Ouviu-se um grito em que meu corpo unido ao teu, se fez uma sinfonia. Choveu então, no meu sertão que me proporcionou um oásis e, sentindo meu Lobo assustado a desaguar em mim menina e líquida, me vi mulher tua. Descobri o desejo ardente seu e meu celebrando a primeira reunião onde meu corpo era por você habitado. O toque e o calor de suas mãos a incendiar minhas entranhas. Chuva se fez sol e pude então, me render ao lobo que me segurava atentamente e se fez verão no mar. Meu tom, teu som e a sinfonia ao som mar no ama na convivência da menina com o lobo.
Marcos Alexandre Martins Palmeira |