O coração*
"O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um - tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes que a bonina deu.
O outro - voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel - a que se chama crenças,
Vive do aroma - que se diz amor."
(Recife, 1865)
* Castro Alves, "Poesias completas", 4ª edição, São Paulo (SP): Companhia Editora Nacional, 1966, p. 69. |