ÚLTIMA PEÇA
Silencio... Sem aplausos na última cena
De nossa peça, sem ensaios, desta vida!
Que jamais tu me lamentes, alma querida:
Não chores, não culpes nada, nem sintas pena!
O bardo cessa novamente a cantilena,
Buril que lapidava a dura e árdua lida!
Liras de amor- Poesia-! única saída
No anfiteatro amargo de nosso palco arena!
Cantos de dor, paixão, estrofes dum passado;
Historias sem glórias num corpo amargurado,
Mas que a alma envaidecida teima em editar!
AH! Poeta insano que ri, mas de dor padece...
Que manda ao Céu, serena e reverente prece,
E, ao mesmo tempo chora em grito a blasfemar!
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