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Cartas-->Em nome dos meus 20 e poucos leitores em textos jurídicos -- 19/10/2001 - 22:27 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu caro Mauro,

a resposta poderia ter ido também diretamente para o teu endereço, como já fiz em ocasião em que isso me pareceu mais adequado e elegante. Mas, já que o pedido veio em aberto...

Tomo conhecimento do teu pedido num momento em que muito me envaideço da quantidade de leituras que os meus textos (você tem razão, eles nada têm a ver especificamente com os temas jurídicos) vêm merecendo na secção referida, para mim antes misteriosa, em outros tempos, forçoso é reconhecê-lo, não tão prestigiada como vem sendo agora. Mas suponho, e o número de leitores só faz confirmar esta minha suposição, que os leitores de textos jurídicos não andem somente atrás de seus temas específicos. Não vejo, como área humanística, nenhuma grande distância em relação ao que se produz na área das Letras (e este, suponho, ainda é o nosso caso). Tenho tido muitos alunos que fazem Direito e que me procuram porque sabem da importância dos idiomas estrangeiros para a sua futura carreira como juristas, advogados ou estudiosos do Direito. Somos, juntamente com vários outros ramos das Ciências Humanas, gente que labuta na seara das palavras, da linguagem, da expressão e da comunicação humanas.

O que me levou a buscar outras secções do site para a publicação de artigos traduzidos, e que são traduzidos por serem de interesse geral, foi a ausência de uma secção específica para traduções. A rigor, muito do que escrevo ou traduzo tampouco caberia em artigos ou outra secção qualquer, as entrevistas, por exemplo. Garanto que, muitas vezes, não me é nada fácil decidir onde incluir cada coisa.

É claro que me interessaria, e muito, saber o que te leva a se incomodar tanto com isso, a se arvorar em guardião da secção que julga lesada. A verdade é que é o primeiro a fazê-lo. Talvez me convença da impropriedade da minha conduta no site, não descarto essa hipótese, e já te conheço como pessoa séria e digna da deferência de uma resposta. Em todo caso, lamento me ver incluído em lista tão díspar. Nunca me imaginei comparável ao grande general francês Napoleão Bonaparte, por exemplo, que agora acaba de revelar, corajasamente, o seu verdadeiro nome. Verdadeiro?

Como você, vejo alguns outros autores impossibilitados de estabelecer um mínimo de critério em relação à proliferação de codinomes no site. Às vezes, me vejo solitário na percepção de que não pode haver tanta gente com nomes esquisitos, ou inadmissíveis (esse, sim, seria um bom tema para você produzir um texto a ser incluído em jurídicos ), e com tempo para ficar produzindo, apenas e tão-somente, artefatos horríveis, verdadeiros atentados ao vernáculo, insanidades sem outro objetivo que não seja confundir as mentes dos leitores. Repare que não me refiro a nada disso como "textos literários". Impossível.

Há algum tempo, um leitor me fez ver que a publicação do mesmo texto em várias secções do site era indesejável, mesmo em se tratando, no caso, de um nome qualquer, desses que não oferece a mínima possibilidade de identificação. Agora sei que esse leitor, digo, esse nome que me recriminava, também atende pelo nome do general francês, que vive a entupir todas as secções e todos os espaços do quadro de avisos com exercícios públicos de auto-flagelação (só pode ser isso, ninguém exibe assim tantos Waterloos de uma só vez).

Dia desses, o Rodrigo Contrera confessava ter chegado a pensar que uma das autoras do site nem exista (num outro sentido, hehehehe, ela nem existe mesmo). E não é por acaso que ele se sente confuso. Chegou ao nosso convívio um tempo depois de começarem a ser semeadas as sementes desse mal que nos indispõe seguidamente uns com os outros. Eu também já me vi alçado a autor de vários desses atentados de araque, desses exercícios idiotas que se querem literários. Oxalá fossem!
Por isso tudo, defendo uma nova forma de cadastramento. A luta pela liberdade de expressão não pode ser um slogan para quem não respeita a liberdade e a convivência de tantas outras pessoas. Que os autores de textos jurídicos começassem a tratar seriamente do tema. Que os diplomatas do site revejam os seus conceitos. Que todos revejam suas posições. Repito, pode ser que não haja tanta gente assim com essa decisão inabalável de tumultuar o mundo. Para esse, ou para esses poucos (vá lá), o site se tornará desinteressante no momento em que um mínimo de responsabilidade lhes for cobrada. A coragem deles vai somente até o ponto de revelar, sensacionalmente, é claro, que não são quem eram, embora continuem não sendo quem são. Deu pra entender? Ou que o site criasse, então, uma secção para essas pessoas, uma espécie de cercadinho, onde elas se atropelassem aos pinotes. Poderia se chamar textos ridículos .

Mas parece que a lista de nomes no título do teu pedido, em todo caso, te rende um punhado de leitores. E há muita gente no site que deve ao meu nome um nacozinho que seja dos seus pequenos êxitos "literários". Talvez eu seja um dos autores mais mencionados em títulos de artigos. Mas não poderei competir, no quesito, com alguns deles que tudo fazem por merecer esse tipo de "apreço", essa espécie parasitária de sucesso editorial.

Mas eu me dirijo a você, em público, sem o menor problema ou ressentimento. E falo o que falo, não pelo fel, que não me aquece o coração e nem me apraz ao paladar, mas pelo mel que alguns desclassificados nos tiraram e que nos falta. Como da outra vez, quando me dirigi a você em particular, você parece estar errando o alvo. Essa implicância com as minhas traduções na secção de jurídicos pode bem ser um preconceito contra os leitores habituais desse espaço, que parecem estar apreciando a minha contribuição. Talvez imagine essas pessoas metidas em ternos escuros, com caspas até nas sobrancelhas, a repetir expressões do tipo "fi-lo porque qui-lo", alienadas do mundo, com olhos somente para os temas do seu ofício. É dessa secção que tenho recebido as mensagens mais significativas para as minhas reflexões e com mais freqüência. Ela é freqüentada, com toda a certeza, por pessoas dignas de toda a minha atenção e do melhor da minha contribuição. Se se der ao trabalho de verificar melhor, os meus textos ali incluídos são sempre os de caráter reflexivo. Os artigos traduzidos são sempre aqueles que podem representar para os leitores, como representam para mim mesmo, uma possibilidade de olhar para os temas da atualidade com mais clareza. Julgo inestimável essa chance de uma espiada pelos jornais alemães, num momento em que o mundo parece se fartar tão-somente com releases, com matérias pagas e com propagandas governamentais.

Seria bem mais fácil concordar com você e atender a esse pedido, se o problema fosse eu ter incluído traduções desses artigos ou entrevistas em cordel , por exemplo, ou letras de música .

Mas, se quiser insistir no assunto, pode verificar: quase nada do que incluí, até aqui, em textos teatrais poderia, a rigor, ser ali incluído. E os leitores nunca reclamaram. Ao contrário, é uma das secções onde me sinto melhor recebido.

Acho que também poderia ser mais criterioso, mais rigoroso nesse tipo de análise que te leva a tal pedido. Será que não deixou de fora coisas muito mais lesivas ao site do que a simples inclusão de uma entrevista, por exemplo, do escritor Gore Vidal falando sobre os acontecimentos de 11 de setembro de um ponto de vista não conivente com as idéias que vem norteando a gestão Bush?

Atenciosamente

zé pedro antunes
(tradutor não-remunerado, em nome de seus 20 e poucos leitores não-incomodados)
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