O GARANHÃO DA CIDADE
Certa vez fui passar alguns dias das minhas férias na fazenda de um velho amigo, que, sem demora, me apresentou aos seus vizinhos fazendeiros. Um desses vizinhos apresentou-nos, por sua vez, o filho, que, também em férias, viera passar uns dias em companhia dos pais. Era um belo e bonito rapagão de uns dezessete, dezoito anos, e, pelo que pude ver no modo como olhava para as governantas da casa, iria ter problemas com elas. Enquanto o filho se distraía em paparicar uma mocinha na sala ao lado, o pai perguntou ao meu amigo se haveria problema em levar uma potranca que recém comprara, e que acabara de entrar no cio, para ser coberta pelo garanhão, ex-campeão das pistas, que meu amigo orgulhosamente possuía. Combinaram que a égua seria levada ao curral do garanhão na manhã seguinte.
Quando acordei, bem cedo, e fui até a janela admirar aquele dia maravilhoso, vi, no curral, que não ficava longe, a égua sendo coberta pelo garanhão, sob as vistas do rapaz, que se debruçara sobre as tábuas da cerca. Umas das domésticas que estava passando pelo local, acostumada com aquelas cenas, nem lhe prestou atenção, mas o garotão da cidade chamou-a e disse, apontando para os animais:
- Olhando assim dá uma vontade, não dá?
- A mocinha continuou a caminhar e respondeu:
- O senhor é que sabe! Decida rápido porque logo, logo o patrão vai levar o garanhão para a outra fazenda!
* * *
|
