Algumas manhãs costumam ser frias quando nossos sentimentos querem encontrar abrigo. Às vezes um sorriso, por mais profunda que seja a amizade contida nele, não aplaca nossa tristeza; noutras vezes, nem mesmo a indiferença mais rascante pode diminuir nosso entusiasmo com a vida.
Os vulcões dormentes apenas...dormem, e deles a qualquer momento pode sair fogo, lava e calor. Por isso comparo o coração humano a um vulcão preguiçoso...e o que o fará despertar? E o que o faz adormecer?
O vento? a chuva? o frio? O primeiro elemento ajuda o fogo a espalhar-se, o segundo o extingue, e o terceiro, contraditoriamente produto do segundo, enseja o desejo pelo calor...do fogo!
Então, se hoje o seu dia está frio, se seus amigos não lhe procuram pra dizer: “oi, tudo bem?”, se sua esposa não lhe abriu um largo e gostoso sorriso, se seus filhos não lhe abraçaram afetuosamente, se em seu trabalho as coisas não foram tão bem quanto você queria, e, ao voltar pra casa, tudo permaneceu como pela manhã, lembre-se do vulcão dormente no peito de cada um. Quem sabe alguma palavra sua pouco refletida ou um gesto rude tenha causado a frieza do seu dia.
Quando o reflexo de suas ações impensadas não mais existir - um pedido de desculpas às vezes ajuda, não é mesmo? - talvez o fogo do amor ainda aqueça o restinho do seu dia tristonho. Lembre-se que não há em nenhum coração vulcão que seja extinto para sempre.
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