A PROPÓSITO DO “O” MUDO. QUE APARECEU NO QUADRO UM DE AVISOS. Fenômeno literário. De onde e veio ele para onde ele vai? Nada se sabe a respeito. Apenas que são letras. São vogais. Vogais iguais. Consoantes minhas observações. Seria daquela freguesia?. A Freguesia de que fala o Gil? O Gilberto. O ministro politicamente certo? Seremos todos da Freguesia do Ó. A penúltima das vogais. Mas não é qualquer “O”. Trata-se de um “ O” maior. Um “O” grande. Para que não pairem dúvidas. Aqui, pra vocês! Ó!
O “O” anônimo. O “O” escondido entre o “U” e o “I”. O “O” que oprime. O que não É. O”O” que não foi. O “O” que arrasta as demais letras. O “O” do outro lado da tela. Rindo de todas as vogais e consoantes. No mesmo instante. Mais precisamente, às dezoito horas e quarenta e sete minutos. Mais de cinqüenta deles.Um insulto. Vários insultos. Isso é ótimo. O “O” está na moda. O “O” que movimenta o mundo. O “O” da roda. Que vai e vem pelas estradas da vida. Sejam de ferro ou de cimento. Em caminhos poeirentos. O “O” por lá circula. Nem precisa ler a bula. Muito “O” encabula. Mas o “O” está preso na garganta. De nada adianta. O “O” não abre toda a sua boca. Se fosse assim, não seria “O”. Seria “A”. “A” do consultório do dentista. “A” de artista.