Com vocês o "U-zine (15)", com o que deu pra salvar desse quadro tão sujeito a limpezas. Acabo de encontrá-lo, há pouco, inteiramente vazio. O único espaço ocupado não traz senão um ponto final entre parênteses à guisa de assinatura. Lembra muito os campinhos de futebol de qualquer infância, quando o dono da bola resolve que a partida está terminada e se retira com seu troféu. Pois é, alguns desses pobres meninos mimados, coitados, ninguém ainda lhes disse com todas as letras que eles já cresceram. Continuam a repetir, compulsivamente, gestos da infância nunca plenamente vivida. Gostam de viver a expectativa, de antemão frustrada, de que um torrão de açúcar virá recompensá-los por serem uma coisinha tão bonitinha do papai e da mamãe.
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"Dizem que os dedos sentem cheiro", canta Jorge Aragão. Boa trilha sonora para "Passo delegação a teus dedos", de Heros Miller. Mudando de pato pra ganso, o Alcir podia tentar um último recurso, passar a assinar José Trigo.
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Torre da Guia, gostei do "lá se vai às malvas". Mas vamos reler esta frase: "O que a Você preocupa não é deveras as cores, os exageros ou que quer que seja na circunstância e consoante refere."
[Tentei, mas não entendi. Aliás, algumas pessoas perderam completamente a noção de que este é um site literário. Estão se permitindo coisas bastante constrangedoras!]
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Bem, agora só falta o José Trigo revelar que foi secretamente clonado pelos raelianos. Mais Torre da Guia: "e lá se vai [sic] às malvas o bastão do "auto-clic" e outras esconsas habilidades em face do Placar ." Uau!
[O Torre da Guia fica a nos dever explicações. Não apenas de ordem, digamos, estilística, mas, sobretudo, semânticas. O que são "o bastão do auto-clic e outras esconsas habilidades em face do Placar "?]
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BOMBA: O poeta e cordelista do site [Daniel Fiúza assina assim] aguarda pronunciamento do sr. Waldomiro [ah! o sr. Waldomiro!] sobre conseqüências, para o funcionamento do site, do (ab)uso de letras coloridas, em movimento, garrafais etc. Vixe!!!
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O Osaka, depois de ler o seu texto e achar que ele mimetiza muito bem o que descreve, fiquei imaginando que você tenha mesmo sentido um "Alívio Imediato". Gostei desse teu novo título: "Aprenda a fazer letras com cheiro".
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Um título: SEXO NÃO É SOMENTE PÊLO, NÃO.
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Um pensamento: "Eu sou aquilo que eu digo de mim como se fosse um outro".
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Uma expressão: "chantilly ideológico".
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E uma definição divina: "Deus é um cara cheio de Si."
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Título para um poema erótico: QUERO-TE IMENSO.
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Título para uma carta muito lida: AOS QUE SE FAZEM DE SANTINHOS.
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Título para um libelo daqueles: ELES SÃO POUCOS E SÓ QUEREM APARECER NO QUADRO.
[No original, Alexandre Garcia se refere aos radicais do PT.]
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Farça?! Ah, sim, tem até aquele ditado: "Farça o que eu digo e não farça o que eu farço". O Mazzaropi, por exemplo, dizia que "casá no sirvir é que é bão, pruque se sirvir sirvir, se não sirvir..."
[E olha que eu procuro ser condescendente! Mas tudo tem um limite, não é mesmo?]
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Pô, gostei desse Canalha sem Carater . Nos dias de hoje, está cada vez mais difícil alguém poder dizer isso com todas as letras e com toda a dignidade: "Não valho nada." É isso aí, Ca-Ca!
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INCENSIBILIDADE?! Tem a ver com INCENSO? Pois tinha um amigo meu que declamava: "Ora direis ouvir BESTEIRAS!" E o título de um poema ao que se diz excluído: CERTO PERDESTE O CENSO!
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Antro de malucos?! Tô fora! Não sou de excessos. Apesar de um ou outro acesso - nada grave - devo estar entre as exceções! Sei lá, não gostei muito do laquê no cabelo daquela bispa raeliana! Nem do batom!
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"Língua ferina" é expressão, aqui, inadequada. Ferinos seriam os dedos. A música do Jorge Aragão martela na cabeça: "Dizem que os dedos sentem cheiro". Já publicaram o APRENDA A FAZER LETRAS COM CHEIRO?
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Depois de ler um artigo, alguém quis saber: "Será que o autor pensa mesmo desse jeito?" Respondi: "Se pensa desse jeito, eu não sei. Ele escreve desse jeito." Um texto: "A poesia que os meus dedos ainda querem".
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Um equívoco é a não compreensão de que aqui se realizam atos de escrita. Muitos acham que estão falando [ou berrando]. Para um site que se quer literário, não valem um figo podre esses "chatistas de uma figa".
[Para Dom Kless, em "aqui se realizam atos de escrita" o sujeito é indeterminado, o verbo devendo vir portanto no singular. Não ficou nem chique essa desastrosa intervenção.]
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Bem, a grande platéia já deve estar farta de saber que esse nosso "revisor" [Dom Kless] não é do ramo. Poderia voltar a martelar a tecla carunchada de que não sei pontuação [sobre isso ele escreve artigos horríveis, arregimentando uma quantidade considerável de basbaques que os visitam pelo mero prazer de constatar os supostos erros do - atenção, isso é muito importante! -"professor"]. Uma vírgula sempre acaba escapando ao controle, não é mesmo?
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Longe de tentar incitá-los a um comportamento virtual mais compatível com os ideais de uma convivência humana civilizada, mais ainda fazer por atiçá-los, para que se consumam nas chamas de sua anônima vulgaridade.
[Por não acreditar no clima falso de reconciliação, nesses esforços inúteis para tratar com anônimos intratáveis.]
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Quem realiza atos de escrita? O KLESS, oras! Com letras coloridas e em movimento, ele já deve estar pintando uma plaquinha da hora: CORRIGE-SE ERROS. Em seguida, espalha-se [sic] os linkinhos.
[Tomara que esse moço nunca venha a cair do personagem que parece representar tão seriamente. Eu torcia, juro, para que tudo não passasse de uma brincadeira jocosa. No entanto, alguns dos textos que ele publica - e tenho tido a paciência de conferir - revelam um quadro mental deveras preocupante.]
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"A violência e a falta de sentido não são, afinal, a mesma coisa?" (Max Horkheimer)
[Ao encontrar o quadro inteiramente esvaziado por um engraçadinho anônimo, que assina com um solitário ponto final entre parênteses.]