Hoje uma grande tristeza se abateu sobre mim. Cheguei a pensar em causas pessoais, que poderiam ter gerado esse sentimento. Porém, ao prestar maior atenção aos meios de comunicação, entendi que o veneno do baixo astral era injetado pelos acontecimentos do mundo.
Neste dia, tão triste, mais um pouco do brilho, que eu antes guardava nos olhos, foi-se embora. Notar a ânsia sanguinária de um homem, de completa inspiração imperialista, tomar conta de muitos inocentes desentendidos, é de um amargor imensurável. Ver que escoa como água no ralo, toda a vontade de lutar pela preservação ambiental, pela igualdade, pelo respeito entre as raças, pela soberania dos países, vivam o regime que viverem, tem sabor de derrota. Olhar para a palavra "PAZ" no papel e pensar que talvez ela não tenha sentido nenhum, causa até mesmo uma dor física.
Hoje eu olhei para as pessoas que me cercam, ouvi algumas opiniões e meus ombros acabaram por cair. Saber que alguns criticam o governo de seu próprio país, por lutar contra a fome e pela dignidade de seu povo, enquanto apoiam um governo sujo, que utiliza a publicidade jornalística para hipnotizar os menos sensíveis e conseguir apoio para uma maldita guerra, sem sentido como todas as guerras e qualquer ato de violência, pode apenas fazer chorar.
Por fim, hoje, quando notei que a morte de sete pessoas, participantes de uma experiência inútil, que não levará ninguém a lugar algum, comove mais o meu país, do que uma criança de apenas um ano ser assassinada por seu próprio pai, acometido pela peste social mundial, senti a esperança descer por minhas veias, partir, deixando-me solitário no inferno.
É isso o que acontece se meus olhos já não podem se preocupar com o sofrimento de alguém com quem não tenho nenhuma relação. Se o meu coração pode apenas guardar-se em seu casulo, sem faiscar calor sobre os que estão próximos. É isso o que acontece quando todos querem mais a morte do que a vida; mais guerra do que paz. A esperança simplesmente se cansa e então, o mal impera. |