Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62280 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50667)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Um vício pré-histórico -- 03/02/2003 - 10:43 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Forças poderosas mobilizam-se para a ação guerreira. O país melhor equipado e com o maior orçamento militar do planeta prepara-se para atacar um território de população miserável, em nome da defesa da humanidade – ou será para se apoderar das ricas bacias de petróleo?

Do Australopithecus, na África Central, ao moderno Homo Sapiens, que habita todos os continentes, transcorreram quase 4 milhões de anos. Adaptando-se ao meio circundante em diferentes regiões do planeta, ao longo de algumas dezenas de milhares de anos esta espécie diferenciou-se em nove principais grupos com combinações de genes próprias: caucasóide europeu, negróide africano, mongolóide asiático, australóide, índio americano, índio asiático, polinésio, melanésio, micronésio. Não existem dentre esses grupos diferenças entre palestinos e israelenses, estadunidenses e iraquianos, russos e afegãos, norte-coreanos e sul-coreanos, chineses e japoneses, brasileiros e argentinos...

O plantio e a criação de animais, há coisa de 10 mil anos, possibilitaram aos humanos a permanência em determinados territórios. Instalados, começaram a desenvolver comunidades estáveis. Progredindo os meios de locomoção e comunicação, grupos dispersos se encontraram ocasionalmente e competiram entre si. O sentimento territorial, o apego à própria cultura desenvolvida isoladamente, a divisão do trabalho levaram à constituição da família, da propriedade privada, à formação de classes e da sociedade dividida em classes e ao estado.

Para justificar a agressão de um grupo por outro, a classe dominante – senhores de escravos, senhores feudais, burgueses – das diferentes culturas apresenta-se como a dileta dos deuses (ou do Deus único), a mais sábia, a mais desenvolvida, a representante dos valores mais nobres e permanentes. Sempre cuida, é claro, de esconder objetivos econômicos, “terrenos”, que movem seus ímpetos guerreiros contra os povos “inferiores” ou subdesenvolvidos.

“Mediterrâneo significa ‘o meio da Terra’. Durante milhares de anos, a China denominou-se O Reino do Meio. Na Grécia antiga, o monte Olimpo (morada dos deuses) era o centro da Grécia, que por sua vez era o centro do universo. Os hindus colocavam o monte Meru no centro do universo da mesma maneira que a Terra foi julgada o centro do universo até que o copernicanismo finalmente ganhou raízes na Renascença. Babilônia (significa ‘porta dos deuses’) representava o local por onde os deuses desciam à Terra. Para os muçulmanos, a Caaba era o ponto mais elevado da Terra”, relatam David Eliot Brody e Arnold R. Brody em “As sete maiores descobertas científicas da história”. Marx e Engels afirmavam que a verdadeira história da humanidade somente começaria após o fim da exploração do homem pelo homem e da sociedade dividida em classes.



Motores do crescimento



Cláudio, personagem de “Muito barulho por nada”, de W. Shakespeare (1564-1616), diz: “Oh! De que autoridade e ares de verdade o pecado austucioso sabe se revestir”. Palavras do presidente estadunidense, George W. Bush: "Todas as nações, em todas as regiões, agora têm uma decisão a tomar: ou estão conosco ou estão com os terroristas" (20 de setembro de 2001). "A guerra contra o terror não será ganha na defensiva. Dissuasão — a promessa de retaliação maciça contra nações — nada significa contra esquivas redes terroristas sem nações ou cidadãos para defender. A contenção é impossível quando ditadores desequilibrados, com armas de destruição em massa, podem enviá-las por mísseis ou transferi-las secretamente para aliados terroristas" (2 de junho de 2002). "Nossas forças serão firmes o bastante para dissuadir adversários potenciais de buscar uma escalada militar na esperança de ultrapassar ou se equiparar ao poderio dos Estados Unidos" (documento "A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA", de 20 de setembro de 2002. Nele, Bush confessa que "comércio e investimento são os motores reais do crescimento" e que "livre comércio e livre mercado são prioridades-chave da estratégia de segurança nacional".). Dia 28 de janeiro de 2003, ultimando os preparativos para o ataque ao Iraque, e reforçando sua intenção de, em seguida, atacar Coréia do Norte e Irã, os três países a que chama “eixo do mal”, Bush insistiu: "É importante para os cidadãos norte-americanos e cidadãos do mundo entenderem que Saddam Hussein possui algumas das mais mortais armas do mundo. Ele representa uma séria ameaça para a América e nossos amigos e aliados". E arvorou-se defensor do planeta: "Hoje, o perigo mais grave da guerra ao terror, o perigo mais grave para a América e o mundo, são os regimes fora-da-lei que buscam e possuem armas nucleares, químicas e biológicas. Estes regimes poderiam usar tais armas para chantagem, terror e assassinato em massa. Poderiam também dar ou vender essas armas para seus aliados terroristas, que as usariam sem a mínima hesitação".

Os “amigos e aliados” apressaram-se em fazer coro com seu líder norte-americano. Chefes de estado da Grã-Bretanha, Espanha, Itália, Portugal, Polônia, Hungria, República Tcheca e Dinamarca publicaram, dia 30, o artigo "Permanecemos Unidos", apoiando a posição dos EUA em relação ao Iraque. "Nossos governos têm a responsabilidade de enfrentar esta ameaça" (o Iraque), escreveram (The Wall Street Journal).



Guerra e paz



A ONU enviou ao Iraque inspetores de armas químicas, biológicas ou nucleares. Até o momento, nenhuma arma deste tipo foi encontrada, mas os EUA insistem na guerra.

O Iraque está no segundo maior campo de petróleo do mundo, e os EUA e seus aliados estão interessados no produto. O presidente Bush foi dirigente da empresa petrolífera Arbusto Energy/ Bush Exploration (1978-84). Foi também executivo sênior da companhia petrolífera Harken (1986-90). Seu vice, Dick Cheney, foi, de 1995 a 2000, executivo-chefe da companhia petrolífera Halliburton. A conselheira para assuntos de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, foi, entre 1991 e 2000, executiva sênior da companhia petrolífera Chevron.

No início do século passado, às vésperas da I Guerra Mundial, o movimento socialista se dividiu: uma parte apoiou o esforço de guerra de seu país de origem, outra defendeu a paz. Dentre estes, ganhou destaque a posição do russo Vladmir Ilitch Ulianov (Lenin), que desafiou: ou a revolução impede a guerra, ou a guerra deflagra a revolução. A guerra estourou em 1914 e em 1917 os russos realizaram a Revolução Socialista de Outubro.

Hoje a correlação de forças entre as classes e países é outra. Os amantes da paz lançaram o desafio de realizar um grande movimento que isole o governo de Bush e o faça recuar. O movimento pela paz ganha características de resistência à ofensiva dominadora estadunidense. São muitas as pessoas, correntes e forças interessadas em evitar a guerra. Todas são bem-vindas.

Numa antiga canção composta em parceria com Erasmo, recentemente relançada, Roberto Carlos fala: “Não importam os motivos da guerra. A paz ainda é mais importante que eles" (Eles estão surdos). Noutra canção, de J. Darion e M. Leigh, vertida para o português por Chico Buarque e Ruy Guerra, da peça baseada em obra de Cervantes, Dom Quixote se questiona: “Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz?” (Sonho Impossível).

Movimentos políticos e sociais os mais variados chamam para manifestações em todo o mundo pela paz, no dia 15 de fevereiro. Os que oram, lutam e sonham com a paz devem incorporar essa vontade unificadora.



Leia também Você está aqui....
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui