Usina de Letras
Usina de Letras
146 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50614)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->Ao rés do esgoto -- 31/08/2001 - 18:45 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Seniores e cenouras,

o quadro de avisos está mesmo de comédia. Ali a desumanidade alcança os mais baixos patamares jamais sonhados por qualquer dos patronos dessa galerinha braba. Pois ali se esbarram diariamente nazistinhas mal-comportados, amantes pustulentas, cadelas no cio, Napoleões de fancaria, gente com ponto no meio, sei lá, entre outros engraçadinhos com nomes chistosos, certamente inspirados em piadas de secretárias e humorísticos da mais baixa extração televisiva.

Sugestão: por que não passarmos a denominá-lo "ao rés do esgoto"? Não, pensando melhor ainda, seria poético demais... Sei lá, será que "à cloaca desvairada" não pegaria na veia? Tipo assim um armazém só de molhados.

Ali, por sobre dejetos, os mais nauseabundos, boiam à superfície alguns merengues poéticos de fabricação caseira. Receita "milenar". Quem os espalha é uma senhora muito bondosa, que adora maus-tratos e pede tabefes, trusquiões, tapas, unhadas e toda sorte de judiações. Parruda! Um diabético entraria em coma à simples visão desses monstrengos cor-de-rosa choque, salpicados com doces adjetivos e ternas perorações dirigidas aos párias, digo, pares, sempre os piores.

Incrível que alguns permaneçam ali diariamente à espera do próximo bagulho, do tchibum que virá respingá-los a ponto de encharcar-lhes os ticos e tecos, seus estimados neuroninhos. Feito aqueles mosquitinhos quase sem peso, que ultimamente infestam cozinhas e privadas por este Brasil afora. Ficam ali, de butuca, mocozados nas proximidades da imundície que certamente virá.

Mas, ainda assim, é de comédia. Affonso Romano de Sant Anna jamais poderia sonhar com a efeméride. Ver-se assim empapado da viscosa meleca com todos os seus efes e enes, e o apóstrofe balouçando-lhe perigosamente no alto do seu ledo e ivo engano. Pobre vate! Triste bardo! Ai, meu cocuruto! Ei-lo, ali, alçado, digo, espetado no chifre chinfrim do capeta mais endiabrado.

Entre o "de Assis" e o "de Calcutá", entre a matrona virtuosa e a vadia, a poetisa tem predileção por campos minados, clama por ser deletada, parece ter perdido toda tenência, toda compostura. Saracoteia a bichinha. Vagueia ao rés do esgoto (daí, a sugestão do nome) perseguida por uma matilha de furibundos pitbundas e por pitbuchos estrepitosos. E se deleitam. E se fartam. Reproduzem-se. Codinomeiam-se. Pseudonimizam-se. Fazem-se de bestas e de engraçadinhos. Fulanizam-se. Terceirizam-se. Confundem-se. Uma lambuzeira dos infernos.

Não, esse chocalhar contínuo de guizos (olhaí, jrqueiroz! valeu!) nada tem a ver com o futebol dos cegos do meu relato [que ninguém leu, mas tudo bem]. São eles, ei-los, em momentos de reflexão profunda, digo, a bater pinos, a secretar bobagens numa incontinência de fazer corar ao mais vil dos cagões e à mais piririzenta das sirigaitas ensandecidas. O chocalhar de guizos são todos esses pares de ticos e tecos, que já não se aguentam e ameaçam destruir-se mutuamente dentro desses craquelentos cocos e cucas, movidos a cocô e caca. Até os guizos se afogam no guisado, meu caro jrqueiroz.

Vez que outra um minicontito que não ousa dizer o seu nome. Mas o que fazer se é ali que alguns dão o melhor de si mesmos?

Bem, mas as outras secções do site também não estão bolinho, não senhor e não senhora! Tem de um tudo. Só não tem broinha de fubá mimoso. Isso não tem. Don t have, como diria Shakespeare. Mas rola bronha, rola rôla, rola relho, rola relada, rolam roliços rubicundos rotos, ridículos retos arreganhados. Êta regaceira! O sonho já acabou, mas ainda tem brigadeiros e cajuzinhos. Ao menos, é o que parecem ser essas bolinhas todas, cor marron, boiando no tijuco pestilento e soposo (olhaí, Guima, o dialeto de Hamburgo visitando a cloaca!).

É claro que não leio a maior parte dos textos. Já fiz o que pude, já tive o meu quinhão, já arrisquei estes meus olhos fatigados um inumerável sem-número de inúmeras vezes. O pouco de luz que ainda lhes resta, reservo-o aos amigos (bons autores) e a apenas um que outro título mais promissor, porque hilário.

Não dá mais para estacionar em parnasianos descarados ou em firulentos modernosos (ou pós). Não dá para confiar em íntimos de Jesus Cristo ou Freud. Impossível suportar as secreções e eflúvios de carnais intercursos ou de platônicos amorosos conluios. E algumas polêmicas são mesmo um caso sério, não é mesmo? E que es eso de los esotericos, mia rrrrente? Por la pícara sueñadora! Por Mary Poppins! Meus sais minerais!

E tem mais, anotem aí, nem os meus próprios textos puderam resistir às vergastadas constantes do destino, digo, dos garranchos inábeis que os circundam, circunvagueiam e deambulam. Sofreram sérias contaminações e começam a apresentar sinais de apodrecimento e decomposição. Chafurdam, vagueiam pelo site à procura de uma secção mais ao abrigo de toda essa descarga, mas acabam rumando, quase todos, para a secção de humor, porque a coisa está mesmo de comédia, como eu dizia no início.

Outra boa parte deles vai tomando o rumo dos eróticos, que é onde se pode destoar menos da moda usineira: estrovenga pura, corrimentos. Ali eles conseguem se sentir um pouco mais comuns, como os de todos os outros excretores.

Alguns, alguns poucos, mais sérios, enveredam para o teses e monólogos , quando não escorregam para o textos jurídicos , coitadinhos.

Os que embucam em poesias , os pobres, esquálidos, pálidos, ralos, tristonhos, enfadonhos, já não se emitem mais com o vigor de versos, orquestrados que terminam em desarranjos toscos de tantos estros trash-melodiosos.

Os mais ao gosto do populacho e da choldra teimam em ficar armazenados no armazém dos cordéis, onde nem todo cordelista é de fiança.

Caem, vez por outra, a esmo, em regiões indefiníveis, de alaridos intensos, uivos cruéis, rangeres de gengivas. Falo de redações ou textos para teatro . Uau! São poetastros decrépitos a escandir seus alexandrinos almofadinhas, acácios conselheiros, gente metida a pregador.

Há, por todo lado, frufrus estarrecedores, nervosíssimos estertores, furibundas metralhas giratórias. É saliva pra todo lado. Já sonhei que o site mudara de nome, passara a se chamar "buzina de tretas" ou "ranzinza de tetas", para contemplar o eterno feminino na literatura.

Não, não me peçam mais para dizer o que penso. Não penso, logo desisto. Meu tempero poético é da arisco. O mundo é belo demais para eu me sujeitar à escuridão das latrinas. Toda vez que por aqui aparecer, será para pegar mesmo muito pesado, só isso. Entrei no clima pra valer. Isto aqui está de comédia. Ao rés do esgoto, não há rato que não grunha e nem barata que não se escafeda. Ao rés do esgoto, não há creolina que dê conta do recado.

Na contraluz, podem-se mirar os miasmas, por entre suspiros caquéticos e catequéticas saudades dos tempos fagueiros. Eu mesmo já não estou para ficar por aí cagando regra como antigamente. O usina está mesmo uma via de regra, um cu pra conferir, cu de boi na área. Êta fuzuê danado!

E o Pequeno Príncipe, hein? Outrora tão bom menino, agora fica por aí, punheteirinho co a mão no pipi, e faz banana para as misses. O negócio é sentar às margens do rabo do gigante Pietro Pietra e chorar na rampa, negão. Aqui, Gerarda! Seguuura, peão! É como eu sempre digo, o negócio ir afogar o moimeichego lá em Quécheirámeubimbo. Tá russo, como diz a cobain. E que os rapazes de Ponta Grossa continuem a procurar pelas mulheres de Curralinho. E que ninguém venha agora me acusar de estar confundindo as bolas (são só duas, afinal), que isto aqui é um site literário e que existe uma preocupação com a elevação moral do "a nível de" e etc.

E nem me peçam mais para traduzir coisas de outras linguarudas, porque tudo tem limite, e o criador do site já me mandou uma carta pedindo para baixar a bola e parar com essa minha universalidade, ainda que por alguns decantada. Pedem que eu não me exceda e me mantenha no estrito cumprimento dos desígnios usineiros, para maior glória da desumanidade e gáudio dos "Arschlöcher" [não peçam, não traduzo mesmo]. Não traduzo mais uma escarrada anglo-saxônica, nem um petit-pois que seja da língua de Zinedine Zidane, um peido que seja das línguas mortas. Encheram o bule? E não me venham com comê suã fai suá e nem me façam como os franceses que só ficam dizendo que é bom suá. E que se ardam se as aftas doem e as hemorróidas idem, tá legal?

E ademã, que eu vou sair por aí catando coquinho e cantando o tiroleite. Vou pegar uma fresca, que esse ar aqui está pestilento. Leiam no adesivo do meu caminhãozinho de rolemã: PFUI.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui