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Artigos-->vestibulares e escolha profissional -- 02/02/2003 - 14:02 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESCOLHA PROFISSIONAL E VESTIBULARES



PROF. EDSON PEREIRA BUENO LEAL



INTRODUÇÃO





OS VESTIBULARES

Você que está cursando o colegial, está prestes a ingressar em um curso superior, etapa fundamental de definição da vida profissional e pessoal .

É difícil, na adolescência falar em perspectivas a longo prazo, em uma idade em que naturalmente a preocupação é com vivenciar o hoje, pois é uma época de muitas transformações físicas e de personalidade . Mas , mesmo assim , é necessário de sua parte um esforço descomunal para refletir sobre a questão da vida profissional, pois a profissão futura é a principal referência da vida adulta e não pode ser escolhida às pressas , sem profunda reflexão.

Por outro lado, o colegial deve ser visto como um processo de aumento progressivo de conhecimentos e não de séries isoladas e a preparação para o vestibular portanto deve ser um processo contínuo ao longo do 2 grau . O que você vai aprender nas disciplinas não é para ser estudado tendo em vista apenas as provas e a aprovação na série, mas é para ser entendido efetivamente pois poderá ser exigido no vestibular e não será possível , às vésperas da prova, revisar toda a matéria e certamente de uma forma ou de outra será necessário em sua vida futura .

VIDA PROFISSIONAL

A seguir apresentamos um quadro recente referente a quantidade de candidatos para atividades profissionais de diferentes níveis.



ATIVIDADES E CANDIDADTOS 2001

Técnico Judiciário TREF Brasília - 1.120

Trainee Ford SP 730

Finalista Riachuelo Model 670

Trainee Ambev 341

Trainee Vale Rio Doce ( 203) 240

Formação Oficiais PM MG 220

Agente Policial Federal 190

Procurador Banco Central 190

Escriturário Banco do Brasil 170

Diplomata Instituto Rio Branco 100

Analista Ag. Brasileira Inteligência 80

Publicidade Propaganda USP 70

Medicina USP 30

Categorias amadoras Flamengo 20



O que o quadro pretende demonstrar é que você não deve se iludir com eventuais facilidades . A vida profissional é altamente competitiva é você deve estar consciente de que terá de despender muito esforço para alcançar a realização profissional .

E as dificuldades não estão apenas na questão numérica de muitos candidatos por vaga , mas estão também nas habilidades exigidas do candidato , cada vez maiores .

"Procuramos pessoas que saibam caminhar sobre a água , define Jair Pianucci , diretor de RH da HP ... profissionais com conhecimento profundo em mais de uma área e que aprendam rápido" . ( F S P 11.11.2001, p. E-13) .

Estas habilidades começam com a qualidade da escola de graduação , incluem estágios e cursos de aperfeiçoamento , falar inglês fluentemente , domínio da informática , a outras características não acadêmicas como viagens ao exterior , boas leituras , realização de trabalho voluntário, disponibilidade para trabalhar em qualquer lugar e aspectos comportamentais como capacidade de comunicação , trabalho em grupo , iniciativa e até auto-estima ( bom humor, liderança, coerência , curiosidade , entusiasmo , equilíbrio , garra , humildade , maturidade , ousadia , pensamento crítico , simpatia) .

Porém as empresas querem também pessoas que cumpram ordens , sejam disciplinadas e este comportamento deve começar na escola.

Em processos de seleção onde é grande o número de candidatos muito qualificados a escolha necessariamente tem que ser feita no detalhe , utilizando regras subjetivas relacionadas a diferenças sutis .

A FORMAÇÃO AMPLA

Na escolha profissional você não deve se preocupar se terá condições de adquirir grandes conhecimentos sobre determinado assunto . Grande parte das ocupações de nível superior exige conhecimentos específicos limitados . Estas atividades envolvem tarefas de administração , coordenação , comunicação , compra e venda . São habilidades que a própria experiência vai desenvolver ou cursos de aperfeiçoamento . Para o bom desempenho nestas atividades entretanto é fundamental uma formação básica sólida .

Por isto é que nos processo de seleção hoje em dia os técnicos valorizam os aspectos acima mencionados e esta preocupação você deverá ter ao longo do curso superior.

O estágio por exemplo é importantíssimo como critério no processo de seleção. Pesquisa assinalam um grande descompasso entre o que as universidades ensinam e o que as empresas esperam do futuro profissional e esta aproximação de expectativas é feito pelo estágio . Desta forma , estudar em uma faculdade que não oferece bons estágios já é uma desvantagem em relação ao mercado de trabalho.

E este esforço já começou . Faça um segundo grau de qualidade pois desta forma já terá iniciado bem a luta árdua pelo sucesso . Não se iluda de que pode fazer um colegial de qualquer jeito e depois vai recuperar na faculdade . Os estudos mostram que alunos fracos no segundo grau em regra continuam fracos no ensino superior . Alunos fracos no segundo grau somente entram em escolas onde não há concorrência e estas por terem na maioria de seu corpo discente alunos fracos terão um curso igualmente que deixa a desejar e este diferencial irá aparecer na hora de procurar um emprego no mercado de trabalho . Pesquisa feita por Cláudio de Moura Castro e José F. Soares concluiu que 80% da nota do Provão se deve ao nível do estudante ao entrar para o ensino superior . A qualidade do ensino oferecida pela faculdade só determina 20% do resultado . ( Veja, 23.01.2002 , p. 18) .

É na escola que deve começar a competição que é característica da vida profissional . Competir não faz mal a ninguém . É fundamental que você tenha dificuldades no estudo da matéria e nas provas para provar para você mesmo que tem capacidade de superá-las . Tirar boas notas em avaliações efetivamente difíceis são um desafio excitante . Se sua escola é assim então saindo-se bem nela , você já está começando a vencer na vida . Se você só encontrar facilidades , molezas , então estará apenas adiando um inevitável encontro com as dificuldades que irá ocorrer mais para a frente e que poderão encontra-lo não preparado para tal.

O sucesso na escola está ao alcance de todos , mas como na vida profissional futura exige disciplina, dedicação e método para alcançar os objetivos propostos.

GASTOS COM FORMAÇÃO ESCOLAR

Outro aspecto a ser salientado no sentido de que a escola deve ser valorizada ao máximo é o custo para se educar um filho até o final do ensino superior . Levantamento feito por Mauro Halfeld , da Universidade Federal do Paraná , chegou a valores entre R$ 320.400 a R$ 962.160 para famílias de classe média e classe alta .



GASTOS COM CRIAÇÃO E ESCOLA DOS 0 AOS 22 ANOS



CLASSE MÉDIA Renda mensal 3.600 a 7.200 Habitação 64680 Alimentação 42000 Transporte 30.660 Despesas Pessoais 46080 Saúde 29.400 Vestuário 18.120 Educação 89.460 Total 320.400

CLASSE MÉDIA ALTA Renda Mensal 7200 a 10800 Habitação 129.360 Alimentação 84.000 Transporte 61.320 Despesas pessoais 92.280 Saúde 58.800 Vestuário 36240 Educação 178.920 Total 640.920 .

CLASSE ALTA – Renda mensal acima de 10.800 , Habitação 194.040 Alimentação 126.000 Transporte 91.980 Despesas Pessoais 139.200 e Saúde 88.200 Vestuário 54.360 Educação 268.380 Total 962.160 .

Fonte : Veja Seu Investimento , nov. 2001 , p. 22 .

O processo de educação é um elevado investimento , exigindo um considerável esforço por parte da família e este esforço deve ser compensado no mínimo com a dedicação do estudante procurando aproveitar da melhor forma possível.

AS ESCOLAS SUPERIORES

Outra aspecto essencial que deve ser pensado desde já é em que escola estudar , pois apenas escolher o curso não basta . Hoje em dia estamos diante de um mercado de trabalho altamente competitivo e com maior oferta de profissionais do que procura por parte das empresas o que as torna seletivas ao escolher seus futuros funcionários . Como o número de profissionais formados em nível superior é muito grande, as maiores e melhores empresas adotam critérios de pré-seleção para separar os candidatos que efetivamente devem participar do processo de escolha de vagas e nesta filtragem inicial um dos critérios certamente utilizados é o conceito da escola de onde provém o candidato.

Hoje o ensino superior no Brasil está muito diversificado. Uma pergunta que o estudante de segundo grau poderia se fazer é qual foi o critério para a abertura de tantas cursos . Será que foram feitas pesquisas de mercado de trabalho para o oferta de cursos e vagas ? Infelizmente a resposta a esta indagação é negativa . Não há qualquer relação entre oferta de cursos e demanda do mercado de trabalho. Predomina o mais puro e simples empirismo e o interesse empresarial e de mercado.

A autorização de novas instituições e cursos hoje é de responsabilidade do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação e Cultura . Somente pela descrição de membros deste Conselho é possível concluir a respeito da questão de critérios . Um deles é Yugo Okida , vice-reitor da UNIP , Universidade Paulista do grupo Objetivo. O conselheiro Lauro Ribas Zimmer foi reitor da Universidade Estácio de Sá , do empresário João Uchoa Cavalcanti . A Estácio de Sá é a universidade que aprovou no vestibular em 2001 um padeiro analfabeto Severino da Silva para o curso de Direito . ( F S P 11.12.2001, p. C-4) . Carlos Alberto Serpa foi ex-reitor da Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro e Éfren Maranhão é irmão de Magno Maranhão , presidente da Associação Nacional dos Centros Universitários.

Ate 1997 a média de abertura de cursos superiores no Brasil era de 200 por ano . Entre 1996 e 2000 foram abertos 2.016 novos cursos, ou seja uma média de 403 por ano , o dobro da média anterior. ( Veja, 2.5.2001, p. 104-105) .

Com isso o total de alunos matriculados passou de 1.661.034 em 1994 para 3.030.754 em 2.002 , cerca de 69% em escolas privadas , 16,5% em federais, 11,7% em estaduais e 2,6% em municipais . Cerca de 53,5% dos docentes tem título de doutor ou mestre , 43% nas particulares, 58% nas estaduais e 63% nas federais .

Grande parte da expansão ocorreu no período noturno onde as matrículas na rede privada aumentaram de 711 mil para 1,29 milhão entre 1995 e 2001 , um crescimento de 96% . Na rede privada , que concentra 69% dos alunos , cerca de dois terços estudam á noite .

ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 1994-2001



ANO; MATRÍCULAS; INSTITUIÇÕES; CURSOS; DOCENTES

1994; 1.661.034; 851; 5.562; 141.482

1995; 1.759.703; 894; 6.252; 145.290

1996; 1.868.529; 922; 6.644; 148.320

1997; 1.945.615; 900; 6.132; 165.964

1998; 2.125.958; 973; 6.950; 165.122

1999; 2.369.945; 1.097; 8.878; 173.836

2000; 2.694.245; 1.180; 10.585; 183.194

2001; 3.030.754; 1.391; 12.155; 204.106

Fonte : Censo universitário de 2001 .



ENSINO SUPERIOR NO BRASIL EM 2001

Instituições; Cursos; matrículas; Docentes

Federais; 67; 2.115; 502.960; 45.058

Estaduais; 63; 1.987; 357.015; 31.816

Municipais; 53; 299; 79.250; 4.426

Privadas; 1.208; 7.754; 2.091.529; 122.806

Fonte : Censo universitário de 2001 .

Com a política de abertura ampla de cursos cerca de 3 instituições que nem apareciam no ranking das 20 maiores em 1991 , em 2000 estavam entre as dez maiores , a UNIP - Universidade Paulista , a Estácio de Sá e a Ulbra - Universidade Luterana do Brasil



AS DEZ MAIORES UNIVERSIDADES DO BRASIL EM 2001



Instituição e n. alunos;

UNIP; 81.459; Um. Estácio de Sá (RJ); 60.067; USP 35.493 ; Un Luterana do Brasil 33.126 ; Usininos 31.088 ; PUC MG 30.884 ; Un. Federal Pará; 27.630; Un. Vale do Itajaí 27.630 ; Un. Federal RJ 26.432 ; PUC RS . 24.762 .

Fonte : MEC/INEP , in F S P 20.12.2003, p. C-1 .



Das 20 maiores universidades em 2001, cerca de 14 são instituições privadas . Entre estas vinte aparece em 16° lugar o Centro Universitário da Cidade , do Rio de Janeiro , com 22 mil alunos em 2001 . Os Centros Universitários foram criados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996 e tem autonomia para abrir cursos como as universidades , porém sem a obrigação de investimento em pesquisa e por esta razão devem ser olhados com muito maior cuidado pelo candidato .

Com tantos cursos novos é fácil concluir que não há relação nenhuma entre a oferta e a demanda de mercado de trabalho e este ajuste terá que ser feito pelo estudante após receber o seu diploma de conclusão.

O Brasil neste sentido está seguindo o modelo dos EUA . O vestibular nas escolas particulares ou desapareceu ou tem função meramente formal . Então a clientela de alto nível entra nas universidades de elite , ferozmente competitivas e os demais estudam lá , nos community ou state colleges , que aceitam automaticamente todos os residentes do Estado .

ENEM

O ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio , criado em 1998 representa uma tentativa de avaliação do nível de ensino médio no Brasil . Os dados de 2002 da prova de conhecimentos gerais mostram uma nota média de 34,13 , patamar insatisfatório e o pior resultado desde o início dos exames . Dos 1,3 milhão de alunos que fizeram a prova em 2002 , cerca de 74% ficaram na faixa de desempenho de insuficiente a regular na parte de conhecimentos gerais .

NOTAS MÉDIAS DO ENEM POR ANO



Notas Objetiva e da redação – 1998 4 e 4,6 1999 51,93 e 50,37 ; 2000 51,85 e 60,87 ; 2001 – 40,56 e 52,58 ; 2002 - 34,13 e 54,31 .



A ampliação do número de universidades que incluíram o ENEM como mais um critério de seleção, criou a falsa idéia de que seria mais fácil ser aprovado no vestibular , ou até que o vestibular iria acabar. Ledo engano. O que a realidade dos números demonstrou é que aumentou em torno de 10% o número de inscritos para os três vestibulares das universidades públicas em São Paulo e em consequência , piorou a relação candidato/vaga . Na prática , a nota de aprovação de 2000 sendo em média maior do que a de 1999 , exige um ainda melhor nível de preparação dos vestibulandos.

Outra realidade mostrada pelo ENEM é que a distância entre a escola pública e a escola particular de 2o grau é grande . A nota média obtida nas provas de Redação do ENEM 2002 foi de 56,42 , sendo que a dos alunos de escolas particulares de 63,03 e das escolas públicas 52,10. Na prova geral a média dos alunos da escola pública foi de 30,49 contra 47,22 dos alunos da rede particular. Entre os estudantes de escolas públicas 84,5% tiveram desempenho de insuficiente a regular , contra 37,6% dos alunos das escolas particulares . Já o desempenho de bom a excelente obteve 9,2% dos alunos na rede particular e apenas 0,7% dos alunos da rede pública. Na verdade , mais do que o simples fato de estudar em uma escola pública ou particular , exercem influência fundamental a renda familiar , a escolaridade dos pais , o incentivo dado à educação em casa e principalmente a determinação do aluno em levar a sério os estudos e dedicar-se com afinco . Os dados do ENEN cruzados com a renda familiar dos alunos mostram que existe uma correlação diretamente proporcional entre o desempenho na prova e a faixa de renda em salários mínimos . Quanto melhor a renda familiar, melhor a média na prova .



Nota média por tipo de escola freqüentada



Média parte objetiva; Média na redação



Pública - 2001 – 36,56 e 50,07 ; 2002 – 30,39 e 52,10

Particular - 2001 53,57 e 61,57 e 2002 - 47,22 e 63,03

Pública e particular – 2001 – 42,71 e 54,12 e 2002 – 36,77 e 56,42 .

Fonte : Ministério da Educação , in FSP 13.11.2002, p. C-1



Desempenho por tipo de escola em %

Prova Objetiva e de Redação

Escola Pública – Insuficiente a Regular – 84,5 e 18,7 ; Regular a Bom – 14,8 e 73,6 ; Bom a Excelente – 0,7 e 7,8

Escola Particular – Insuficiente a Regular – 37,6 e 5,3 ; Regular a Bom – 53,3 e 68,3 ; Bom a Excelente – 9,2 e 26,4

Escola Pública e Particular – Insuficiente a Regular – 66,3 e 12,3 ; Regular a Bom – 31 e 74 ; Bom a Excelente – 2,7 e 13,7 .



Fonte : Ministério da Educação , in FSP 13.11.2002, p. C-1



Porém se compararmos a educação brasileira , mesmo a da elite com a verificada em outros países a situação é bastante negativa . Estudo do pesquisador Creso Franco , da PUC RJ feito com base nos resultados do Pisa - Programa Internacional de Avaliação de Alunos mostra que só 21% dos alunos da elite brasileira conseguiram notas que os colocavam nos níveis 4 e 5 de aprendizado que indica capacidade para interpretar textos com maior nível de complexidade e fazer análises críticas .

O estudo foi realizado com as notas do PISA 2000 , e considerou-se elite os 7% mais ricos entre estudantes de países em desenvolvimento e os 25% mais ricos de países desenvolvidos onde a elite é maior.

RESULTADOS COMPARATIVOS DO PISA ENTRE A ELITE



País; % alunos aprendizado elevado; % alunos muito baixo aprendizado

Brasil; 21; 17 ; Coréia do Sul; 55; 1 ; Espanha; 46; 5 - EUA; 53; 6 - Rússia; 33; 9 - França; 57; 3 - México; 27; 9 - Portugal; 48; 4



Fonte : F S P . 28.09.2002 , p. C-1



AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS



No Estado de São Paulo , se sua preferência for pelas três universidades públicas, a USP, UNESP e UNICAMP , não há com que se preocupar pois além de oferecerem cursos gratuitos , as três universidades apresentam cursos de elevado nível e bem conceituados no mercado de trabalho. Porém, para passar no vestibular é preciso estar muito bem preparado, pois a concorrência é grande .

O vestibular , criado em 1911 pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores , Rivadávia da Cunha Corrêa, ainda vai durar muito tempo , pois não há outra forma razoável de selecionar , para escolas onde 10, 20 ou mais candidatos disputam a mesma vaga . No Japão e na Coréia a concorrência pelas melhores escolas começa no jardim de infância . Nos Estados Unidos , embora haja escolas públicas para todos , nas melhores escolas a competição é feroz. Na França e na Argentina entram todos os que tem 2. Grau , mas no primeiro ano universitário a metade cai fora.

Os dados da UNICAMP mostram que os aprovados são sempre aqueles que tiveram boas notas em todas as provas e não apenas nas prioritárias .

O aumento do número de inscritos em 2000 , além do ENEM foi provocado pelo crescimento da matrícula no ensino médio. O número global de matriculados no 2o grau passou de 6,3 milhões em 1997 para 6,9 milhões em 1998 e em 1999 – 7,7 milhões ( Folha de S. Paulo , 15.10.99, Fovest p. 5).

A FUVEST recebeu 144.000 inscrições para o vestibular 2.001 ( 7.175 vagas) e 161.147 para o vestibular 2.002. Como você pode ver nos quadros abaixo ,o número de candidatos para a FUVEST e UNICAMP mantém-se elevado desde 1994, o que significa que quando chegar a sua vez também isto vai ocorrer e somente os melhor preparados conseguem entrar .

QUADRO – NÚMERO DE INSCRITOS –FUVEST/UNICAMP

FUVEST – 1994 – 123 ; 1995 – 109,5 ; 1996 – 97,5 ; 1997 – 102,5 ; 1998 – 118,5 ; 1999 – 118,5 ; 2000 – 149,5 ; 2001 – 144 ; 2002 – 161,1

UNICAMP – 1994 – 44 ; 1995 – 40 ; 1996 – 33,5 ; 1997 – 31,9 ; 1998 – 33,3 ; 1999 – 38,1 ; 2000 – 43,1 ; 2001 – 45 .



Como se pode ver no quadro a seguir , em 2.002, 43,8% tiveram entre 11 e 30 candidatos por vaga, e este percentual passou para 41,2 % para 2003, um pouco menos , mas ambos exigindo um alto nível de preparação para obter a aprovação

O curso mais concorrido é o de Oficial da PM , com 93,66 candidatos por vaga , destacando-se ainda publicidade ( 69,66), jornalismo ( 53,35) e audiovisual ( 53,02) .

“Até 95, o índice de aprovados no exame sem ter estudado em cursinhos era de apenas 25% . Hoje esse índice é de 38,7% . ( F.S.P. 21.11.99, p. 3-10)

Já o desempenho dos alunos provenientes de escolas públicas de segundo grau é muito ruim . Segundo dados da FUVEST dos 48.632 inscritos no exame em 2001 , apenas 1.907 foram chamados para a matrícula , cerca de 3,9% enquanto em 1991 o índice era de 5,8% .

Dos aprovados em 2001 , 74,1 % estudaram somente em escola particular e 20,4% apenas a escola pública.



CANDIDATOS POR VAGA NA FUVEST 2002/2003



No DE CANDIDATOS E QDADE DE CURSOS;

2002 – 1 a 5 – 6 ; 6 a 10 – 26 ; 11 a 20 – 21 ; 21 a 30 – 12 ; 31 a 40 - 5 ; 41 a 50 – 2 ; 51 a 60 – 2 ; 71 a 100 1 . Total 75 cursos

2003 – 1 a 5 – 6 ; 6 a 10 – 26 ; 11 a 20 – 26 ; 21 a 30 – 9 ; 31 a 40 – 7 ; 41 a 50 – 2 ; 51 a 60 – 2 ; 61 a 70 – 1 ; 71 a 100 – 1 . Total – 85 cursos





As dez carreiras mais concorridas em 2003

CARREIRA; Candidato/vaga

1. Oficial da PM ( feminino ); 93,66 ; 2. Publicidade e Propaganda; 69,66; 3. Jornalismo; 53,35 ; 4 . Curso superior de audiovisual; 53,02 ; 5. Oficial da PM ( masculino ); 50,6 ; 6. Turismo; 47,93 ; 7. Artes cênicas - bacharelado; 40,13 ; 8. Fisioterapia; 39,69 ; 9. Relações Internacionais; 37,43 ; 10 . Medicina; 36,6



Em razão do aumento da concorrência, do ENEM e da maior facilidade das questões , as notas de corte de 2000 foram superiores às de 1999, conforme pode-se ver no quadro a seguir



QUADRO 2 – NOTAS DE CORTE NA FUVEST 1999 E 2002



NOME DO CURSO ; NOTA DE CORTE EM 99; NOTA DE CORTE EM CORTE 2002;



ADM SP; 86; 61; AGRONOMIA ; 63; 44 ; ADM R P ; 81; 58; FLORESTAL; 62; 49

ARQ SP; 82; 58; ESPORTE; 65; 49 ARQ. SÃO CAR; 78; 56; FARMÁCIA ; 77; 60

ARTES CEN B ; 77; 58; FARM R P; 81; 59; ARTES CEN L; 51; 51; FISIOTERAPI; 86; 60

ARTES PLAST; 67; 42; FONO SP; 67; 43 ; BIBLIOTEC; 58; 46; FONO R P ; 62; 31

CONTÁBEIS SP; 65; 49; MEDICINA; 106; 75 ; CONTÁBEIS RP; 60; 43; VETERINÁRI; 82; 61 ; CIEN. SOCIAIS; 66; 52; NUTRIÇÃO; 74; 54 ; AUDIOVISUAL; -; 67; ODONTO SP; 77; 51; DIREITO; 90; 64; ODONTO BA; 76; 49 ; ECONOMIA SP; 79; 60; ODONTO RP; 80; 50

ECONOM AGRO; 66; 52; PSICO SP; 77; 60 ; ECON RIB PRET; 72; 54; PSICO RP; 75; 58

EDITORAÇÃO; 89; 63; FILOSOFIA; 61; 42; TERAPIA OC; 69; 54 ; GEOGRAFIA; 60; 46; ZOOTECNIA; 65; 48 ; HISTÓRIA; 65; 50; TREIN BIOL; 63; 48 ; JORNALISMO; 95; 67; CIEN. TERRA; 62; 45 ; LETRAS; 58; 43; COMPUTAÇÃ; 71; 54 ; MÚSICA; 65; 38; ENG C. EXAT; 79; 59 ; PM FEM; -; 51; ENG ALIM PSSN ;-- ; 58 ; PM MASC; -; 49; ENGENH SC; 81; 59 ; PEDAGOGIA; 55; 43; FÍSICA MED ; -; 53 ; PUBLICIDADE; 88; 64; FIS/METERE; 65; 48 ; RELAÇÕES PUB; 69; 57; LIC C EXAT; 49; 36 ; TURISMO; 85; 57; LIC MAT/FISI; 57; 41 ; TREIN HUMANA; 63; 50; MATEMÁTICA; 56; 34 ; BIOLÓGICAS SP; 77; 64; QUÍMICA SP; 72; 55 ; BIOLOG. RIB P; 78; 63; QUÍMICA RP; 60; 41 ; BIOLOG PIRAC; ; 56; QUÍMICA SC; 60; 50 ; ED FÍSICA; 65; 51; TREIN EXAT; 64; 48 ; ENFERMAG SP; 59; 48; ; ;

ENFERMAG RB; 59; 47;

Fonte : FUVEST in Folha SP, 18.12.99, p. 3-5 .



Para as vagas da UNICAMP também houve maior número de candidatos. Foram 43.100 para o vestibular 2.000,12% a mais que o ano passado, dos quais 71,42% fizeram o ENEM .

Os cursos da UNICAMP também são muito disputados, porém a relação candidato vaga é mais favorável que a da FUVEST, sendo 62,6% dos cursos tinham até 10 candidatos / vaga em 1999 e este número diminuiu para 48,1% em 2000, indicando que houve um aumento significativo na disputa por vagas . Porém a UNICAMP em 2001 limitou o número de convocados para a segunda fase, diminuindo de 25 para 8 por vaga o que tornou o vestibular mais seletivo. Este procedimento ocorreu pela constatação em pesquisa de que a maior parte dos aprovados para a segunda fase não tinha condições de ingressar em uma escola pública.



CANDIDATOS POR VAGA NA UNICAMP 1999





Nº DE CANDIDATOS E QUANTIDADE DE CURSOS EM 1999 E 2000 .



1 A 5 – 12 e 9 ; 6 a 10 – 25 e 16 ; 11 a 20 ; 13 e 18 ; 21 a 30 – 5 e 4 ; 31 a 40 – 3 e 3 ; 41 a 50 – 0 e 1 ; 81 a 90 – 1 e 1 . Total 59 e 52 cursos .



A UNESP também teve ampliado o seu número de candidatos . Fora 78.813 para o vestibular de 2.000 , 9,5 % a mais do que o de 1999 . São oferecidas 5.085 vagas .

A concorrência para os cursos da UNESP é muito semelhante com as da UNICAMP. A UNESP é a que tem o maior número de candidatos por vaga em São Paulo, cerca de 100,8 candidatos/vaga para o curso de Medicina em Botucatu .



CANDIDATOS POR VAGA NA UNESP 2000



Nº DE CANDIDATOS E QUANTIDADE DE CURSOS EM 2000 .



1 A 5 – 16 ( 12,5% ); 6 a 10 – 46 ( 35,9%) ; 11 a 20 - 42 ( 32,8% ) ; 21 A 30 – 16 ( 12,5% ) ; 31 a 40 – 6 ( 4,7% ) ; 51 a 60 – 1 ( 0,8%) ; 91 a 100 – 1 ( 0,8%) . Total 128 cursos .





O ITA recebeu em 1999 , cerca de 6.645 inscritos para seu vestibular , número 18% maior do que o de 1998 . São cerca de 62 candidatos para cada uma das 120 vagas .



ESCOLAS PARTICULARES

Porém, além das escolas públicas de bom nível, existem centenas de escolas particulares onde a qualidade de ensino é muito variável , desde aquelas de ótimo nível até as sofríveis. Portanto se a sua opção for cursar uma universidade ou escola isolada particular o cuidado na escolha deve ser extremo. Entrar em qualquer uma, pode resultar em arrependimento posterior . Passar no vestibular é muito mais fácil. De cada 100 cursos nas escolas particulares, quarenta tem mais vagas do que candidatos . (Revista Veja, 16.12.98, p. 41) . O vestibular torna-se nestes casos um ato meramente formal. Hoje em dia as escolas perderam a vergonha . Antes faziam o vestibular oficial e não preenchendo vagas marcavam um segundo , divulgando-o como extra . Agora não. Os vestibulares , com novo nome “processo seletivo” , foram antecipados para Setembro e algumas escolas , vão repetindo-o, um por mês , até tentar completar todas as vagas , o que não ocorre pois na rede privada sobraram em 2002 , 360 mil vagas .

Levantamento realizado pela Franceschini Análises de Mercado realizado nas maiores empresas do país , com sede no Estado de São Paulo concluiu que 77% dos profissionais que ocupam postos de alto e médio escalão - presidência , diretoria e gerência - formaram-se em escolas particulares . E não apenas em escolas tradicionais e renomadas , mas também em escolas menos conhecidas . Esta realidade demonstra o fato de que o diploma original do candidato pode ter algum peso na contratação , mas pouco influi na condução da carreira , pois o mais importante de uma profissão se aprende no cotidiano. ( Veja, 20.03.2002 , p. 100) .

A escolha de uma universidade pública ou uma escola particular " de marca" certamente contribui para a obtenção do primeiro emprego . Determinadas empresas de grande porte só divulgam seus programas de trainee em faculdades de primeira linha .

Porém, de que adianta ficar quatro ou cinco anos fazendo um curso de baixo nível , se depois de formado as melhores empresas sequer se prestarão a analisar o currículo ou a qualidade do candidato barrado na pré-seleção?

Estudos estatísticos demonstram que 80% dos resultados dos alunos em curso superior são determinados por diferenças já demonstradas no processo de seleção vestibular , em outras palavras , se não existe seleção e entram em um curso alunos predominantemente fracos , esta deficiência não será recuperada ao longo do curso , produzindo um resultado final igualmente insuficiente .

Aliás nos dias de hoje esta escolha , nas escolas particulares deve ser feito com cuidado redobrado. Com vagas sobrando , as escolas particulares passaram a investir pesadamente em publicidade e propaganda , transformando este setor em novo filão do mercado publicitário. O aluno , se não tomar cuidado , acaba escolhendo aquela com a embalagem (propaganda) mais bonita, mas o conteúdo.....

Segundo dados do MEC a rede particular , entre 1994 e 1998 cresceu 36,1% alcançando 1,3 milhão de alunos e a rede pública apenas 18,5 % nas estaduais e 12,4 % nas federais, abrangendo 800 mil alunos . Hoje 35% das vagas oferecidas no ensino superior são públicas e 65% são particulares. O caso da UNIP é bastante representativo. De 1995 a 2000 a instituição saltou de 28.490 para 66.268 alunos, tornando-se a maior universidade do Brasil em número de alunos ( 2ª USP – 35,6 mil : 3a Estácio de Sá RJ 34,0 mil ; 4a Ulbra RS 31,9 , 5a Usininos RS 29 mil alunos – dados de 2000 ). . Em vagas no vestibular , enquanto a USP passou de 7.713 para 7.050 de 1995 a 1998 , a UNIP cresceu de 12.720 para 38.291 vagas .

Na rede particular a maior expansão ocorreu nas universidades . Em 2000 , cerca de 5% das instituições concentravam 45% do total de alunos da rede privada .

E a rede particular deve continuar crescendo. O Estado de São Paulo é onde no país houve o maior número de novas vagas aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação entre 1998 e 1999 . Foram cerca de 32.910 novas vagas em um total de 91.669 em todo o Brasil. ( F.S.P. 30.01.2000 , p. 3-4).

Por exemplo , no curso de Medicina que é muito concorrido , dos 79 cursos de todo o país, apenas 4 receberam do Ministério da Educação o conceito de “muito bom” em 1.999 – UNICAMP , USP , universidades federais do Rio de Janeiro e Minas Gerais . E três receberam dois conceitos de insuficiente : Universidade Católica de Pelotas (RS), Centro de Ensino Superior de Valença (RJ) e Universidade do Oeste Paulista (SP).

Levantamento feito pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC , feito a partir de 145.000 questionários de formandos mostrou que para 54,3% deles, o curso deveria ter exigido muito mais ou um pouco mais . Os cursos com maior percentual de insatisfação estão na área de ciências humanas e sociais como é possível verificar no quadro a seguir.



GRAU DE SATISFAÇÃO PELO CURSO



CURSO; EXIGIR MUITO MAIS ; EXIGIR POUCO MAIS ; EXIGIR NA MEDIDA CERTA ; EXIGIR POUCO MENOS E EXIGIR MUITO MENOS

Jornalismo; 30,5; 42,3; 23,4; 2,6; 0,5 - Direito; 22,3; 39,1; 34,4; 3,2; 0,6 – Administração .; 18,8; 42,5; 34,4; 3,5; 0,4 - Economia; 20,1; 39,8; 32,8; 6,0; 0,9 - Medicina; 12,7; 41; 38; 7,5; 0,7 - Med.Vet.; 11,3; 38,5; 43,5; 5,9; 0,5 - Letras; 16,8; 31,5; 44,6; 6,0; 0,7 – Odontologia .; 8,1; 33,7; 50,3; 6,9; 0,8 - Matemática; 12,4; 28,7; 47,9; 9,5; 1,1 - Eng. Civil; 7,4; 29,2; 45,8; 14,4; 2,8 - Eng. Mec.; 5,2; 25,2; 46,6; 19,2; 3,6 - Eng. Química ; 5,3; 24; 44; 22,2; 4,2 - Eng. Eletr.; 5,2; 22,6; 48; 20,2; 3,7



Fonte ; Inep/ MEC .



DISTRIBUIÇÃO DE ALUNOS POR INSTITUIÇÃO – 1998



ORIGEM DA INSTITUIÇÃO; N.o ALUNOS E VARIAÇÃO DE 1994 A 1998 em %



FEDERAIS; 408.640; 12,4 ; ESTADUAIS; 274.934; 18,5 ; MUNICIPAIS; 121.155; 27,6

PARTICULARES; 1.321.229; 36,1



Fonte INEP/MEC . In Folha de S. Paulo , 26.6.99, p. 3-4



SOBRA DE VAGAS POR INSTITUIÇÃO – 1998



ORIGEM INSTITUIÇÃO .; VAGAS OFERECIDAS; MATRÍCULAS E VAGAS OCIOSAS

FEDERAL; 90.788; 89.160; 1.628 ; ESTADUAL; 70.670; 67.888; 2.782

MUNICIPAL; 44.267; 39.317; 4.950 ; PARTICULAR; 570.306; 454.988; 115.318

TOTAL; 776.031; 651.353; 124.678

Fonte : INEP/MEC . In Folha de S. Paulo , 26.6.99 , p. 3-4 .



Para escolher uma boa escola muitos fatores devem ser levados em consideração. Carga horária do curso , laboratórios , qualificação do corpo docente , biblioteca , existência de estágios em boas empresas , disponibilidade de bolsas de iniciação científica , entre outros são aspectos que devem ser avaliados pelo aluno interessado em uma visita prévia à escola. Jamais deve ser considerada a propaganda em televisão .



QUALIFICAÇÃO DO CORPO DOCENTE - 1998



QUALIFICAÇÃO – ESCOLAS PÚBLICAS – DOUTORADO – 28,1% ; MESTRADO 30,0% ; ESPECIALIZAÇÃO – 24,8% E GRADUAÇÃO – 17,1%

ESCOLAS PARTICULARES – DOUTORADO – 9,3% ; MESTRADO – 25,1% ; ESPÉCIALIZAÇÃO – 45,3 ; GRADUAÇÃO – 20,3% .

Fonte : INEP/MEC . In. Folha de S. Paulo, 26.6.99 , p. 3-4 .

PROVÃO MEC

Existem outros critérios de avaliação que podem ser levados em consideração. O “Provão” , realizado pelo MEC desde 1996 se consolidou e certamente deverá ser levado em consideração pelas empresas para definir os seus critérios de pré-seleção.

A avaliação feita em 2002 mostra que as faculdades e universidades privadas continuam com uma concentração elevada de conceitos D e E em seus cursos : 39,5% e 38,3% respectivamente . Estas nota são consideradas insatisfatórias pelo MEC e podem levar à suspensão do reconhecimento oficial dos cursos e à transferência obrigatória dos alunos.

Já nas universidades federais cerca de 52,6% dos cursos tiveram nota A ou B e cerca de 15,7% receberam D ou E . Nas estaduais , 33,8% dos cursos receberam A ou B . Nas universidades comunitárias como as PUCs , 24,8% ficam com as notas mais altas . Nos centros universitários , criados pelo MEC , com autonomia semelhante às universidades e que não precisam fazer pesquisa , apenas 22% dos cursos receberam D ou E nas universidades privadas , apenas 11,9% dos cursos alcançaram A ou B . Nas faculdades isoladas , cerca de 17,5% dos cursos alcançaram A ou B .



NOTAS MÉDIAS POR ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA - PROVÃO MEC



NOTAS A+B ; C ; D + E

UNIVERSIDADES PRIVADAS

1998 – 21,6 ; 43,6 ; 34,8 - 1999 – 16,6 ; 48,2 ; 35,2 ; 2000 – 14,5 ; 51,3 ; 34,2 – 2001 10,5; 45,9 ; 43,6 ; 2002 - 11,9 ; 49,8 E 38,3

FACULDADES

1998 – 22 ; 42,2 ; 35,8 ; 1999 – 18,3 ; 39,8; 41,9 ; 2000 – 17 ; 40,9 ; 42,1 – 2001 – 16,7 ; 41,5 ; 41,8 ; 2002 – 17,5 ; 43 ; 39,5

CENTROS UNIVERSITÁRIOS

1998 – 15,4 ; 50 ; 34,6 ; 1999 – 22,5 ; 44 ; 33,3 - 2000 – 21,8 ; 48,8 ; 29,4 – 2001 – 19,8 ; 50 ; 30,2 2002 – 22 ; 51,6 ; 26,2 .

UNIVERSIDADES COMUNITÁRIAS

1998 – 31,6 ; 42,7 ; 25,7 ; 1999 – 26,6 ; 50,2 ; 23,1 ; 2000 – 28,6 ; 48 ; 23,4 ; 2001 – 24,7 ; 54,1 ; 21,3 ; 2002 – 24,8 ; 53,6 ; 21,6 .

FEDERAIS E ESTADUAIS

1998 – 47,3 ; 28,5 ; 24,2 ; 1999 – 53,3 ; 32,2 ; 14,4 ; 2000 – 52,1 ; 30,7 ; 17,2 ; 2001 – 44,3 ; 32,2 ; 23,4 ; 2002 – 43,4 ; 31,4 ; 25,2 .

Fonte : MEC , in F S P 9.12.2002, p. C-5



Em 1999 foram incluídos os cursos de Medicina, economia e engenharia mecânica e em 2000 Agronomia, Biologia, Física, Psicologia e Química.

O Estado de São Paulo , apesar de ter alguns dos melhores cursos superiores do Brasil, no Provão de 2.000 ficou em 15. Lugar no rendimento por Estados . Isto mostra que o estado tem os melhores , mas também uma grande quantidade de cursos de baixo nível . O Estado melhor classificado foi o Distrito Federal com 57,5% dos cursos com A e B enquanto São Paulo teve apenas 25,3% . ( F S P 26.12.2000 , p. C-4) .

Existem cursos que só tiram A desde o início do Provão . No Estado de São Paulo são os de Administração da USP, ESPM, Alvares Penteado, PUC SP e FGV ; Direito da PUC SP , USP e UNESP ; Engenharia Civil do ITA e USP e Veterinária da USP.

Em 2001 pela primeira vez o MEC decidiu suspender 12 cursos que tiveram por 3 anos avaliação negativa no Provão. De São Paulo constaram os cursos de Letras de Dracena e Andradina e de Matemática de Ribeirão Pires . ( F S P 13.12.2001 , p. C-1) . Porém tal medida resultou infrutífera pois as escolas conseguem continuar funcionando mediante liminares .

Apresentamos a seguir um quadro com a classificação das universidades paulistas no contexto nacional considerando os resultados apresentados no Provão . Analise o mesmo e tire suas próprias conclusões

As três universidades paulistas melhor classificadas são as públicas – USP, UNICAMP e UNESP. . A USP apresentou um curso com a nota E , que foi o de Jornalismo , em razão dos alunos terem decidido entregar a prova em branco. O quadro permite verificar que à exceção das estaduais as universidades particulares paulistas estão muito mal colocadas no contexto brasileiro e portanto em termos de qualidade já ocorre uma saudável diversificação por todo o território nacional. Pode-se verificar que a maioria das universidades paulistas piorou sua classificação considerando o exame feito em 1998.



CLASSIFICAÇÃO DAS UNIVERSIDADES PAULISTAS NO PROVÃO DE 1999



UNIVERSIDADE(COLOCAÇÃO EM 1998) ; TIPO; NÚMERO DE CURSOS AVALIADOS; NOTA EM % - A %; B %; C %; D %; E %

1. UNIV BRASILIA DF ( 1) ; FEDERAL; 10; 90; 10; 0; 0; 0

2. USP ( 2) ; ESTADUAL; 22; 86,4; 9,1; 0; 0; 4,5

3. UNIV EST CAMPINAS (4) ; ESTADUAL; 9 cursos ; 77,8; 22,2; 0; 0; 0

4. UNIV. EST. LONDRINA (3) ; ESTADUAL; 10 cursos ; 70; 30; 0; 0; 0

21. UNIV EST PAULISTA ( 6) ; ESTADUAL; 27 cursos; 33,3; 51,9; 14,8; 0; 0

26. PUC SP (13) ; PARTICULAR; 8 cursos ; 25; 37,5; 37,5; 0; 0

41. UNIV. MACKENZIE (23);PARTICULAR; 8 cursos ; 12,5; 50; 37,5; ;

43. UNIV S JUDAS TADEU (21);PARTICULAR; 9 cursos ; 11,1; 11,1; 77,8; 0; 0

44. PUC CAMPINAS (24) ;PARTICULAR; 9 cursos ; 11,1; 11,1; 66,7; 11,1; 0

45. UN. MOGI CRUZES ( 36) ;PARTICULAR; 11 cursos ; 9,1; 0; 45,5; 45,5; 0

65. UN VALE PARAÍBA (54); PARTICULAR; 8 cursos ; 0; 25; 50; 25; 0

68. UNIV PAULISTA (51) ;PARTICULAR; 18 cursos ; 0; 22,2; 61,1; 11,1; 5,6

69. UN. GUARULHOS (86) ; PARTICULAR; 9 cursos ; 0; 22,2; 33,3; 22,2; 27,2

72. UN TAUBATÉ ( 76) ; PARTICULAR; 11 cursos ; 0; 18,2; 54,5; 27,3; 0

75. UN SOROCABA (N/C); PARTICULAR; 6 cursos ; 0; 16,7; 50; 33,3; 0

82. UM CATÓLICA SANTOS(48); PARTICULAR; 7 cursos ; 0; 14,3; 85,7; 0; 0

90. UN. OESTE PAUL. (71) ;PARTICULAR; 8 cursos ; 0; 12,5; 12,5; 37,5; 37,5

94. UNIMEP ( 56) ; PARTICULAR; 9 cursos ; 0; 11,1; 44,4; 44,4; 0

95 . UNIMAR (75) ;PARTICULAR; 10 cursos ; 0; 10; 20; 60; 10

99. UN S FRANCISCO (74) ; PARTICULAR; 13 cursos ; 0; 7,7; 46,2; 38,5; 7,7

100. UNAERP RIB PRETO (30) ; PARTICULAR; 6 cursos ; 0; 0; 83,3; 16,7; 0

109. UN. CASTELO BRANCO(81); PARTICULAR; 8 cursos ; 0; 0; 50; 37,5; 12,5

Fonte : Folha de S. Paulo ; 12.12..99, p. 3-2 . .



Este cuidado com a qualidade do curso a ser feito em nível superior em parte deve-se ao fato de que o aluno deve fazer o curso pensando em sua vida profissional posterior e que nos dias atuais significa enfrentar após a conclusão do curso situação muitas vezes mais concorrida que a do próprio vestibular.

Por exemplo, a Folha de São Paulo todo ano realiza um programa de treinamento em jornalismo com duração de 10 semanas , ao término do qual os concluintes tem grande chance de serem contratados pela empresa. O programa oferece dez vagas e para o que será realizado em 2001 inscreveram-se 1.473 candidatos , ou seja 147 por vaga . ( F.S.P. 25.10.2000 , p. A-6). O curso de jornalismo que é um dos mais concorridos da FUVEST teve em 2001 53 candidatos por vaga .

Terminado o curso de graduação , a disputa por um emprego pode significar entrar em uma disputa de 147 candidatos por vaga e este , embora seja apenas um exemplo , serve para demonstrar o grande nível de concorrência por vagas no mercado de trabalho , nas melhores empresas. E evidentemente , somente serão selecionados os alunos com melhor qualificação e a escola de onde eles são provenientes , inevitavelmente é um dos fatores de pré-qualificação .

A ESCOLHA PROFISSIONAL

O trabalho é a principal identidade do cidadão . A profissão define o lugar do indivíduo no mundo , mais do que uma simples fonte de sobrevivência daí a importância de uma escolha bem feita .

Com tantos aspectos a serem considerados na escolha profissional em termos de escolas e mercado de trabalho que outros fatores devem ser levados em consideração para diminuir a margem de erro?

Escolher uma profissão pode ser comparado a um casamento ,pois estamos escolhendo uma atividade com a qual teremos que conviver por longo e longos anos. Portanto a escolha implica em encontrar uma atividade que nos dê satisfação , que nos realize no seu desempenho .

Deve-se levar em conta todavia o peso do status e da remuneração proporcionada pela atividade que muitas vezes podem superar a necessidade de se buscar prazer no trabalho .

E exemplo de um casamento pode ocorrer o divórcio . Decepcionar-se com a profissão em determinada fase da vida também não é o fim do mundo . Neste caso deve-se ter a coragem de mudar de área ou até mesmo recomeçar em outra atividade .

A escolha profissional é uma decisão estritamente pessoal . Testes , opiniões devem apenas colaborar na escolha , mas a decisão precisa ser individual após muita reflexão .

O CONHECIMENTO DAS PROFISSÕES EXISTENTES

È indispensável no processo de escolha que o jovem pesquisa sobre as profissões efetivamente disponíveis . A maioria conhece apenas algumas dezenas , enquanto passa de 150 o número de possibilidades existentes .

Este número está em permanente crescimento já que muitas faculdades estão ousando com a criação de cursos inusitados como gastronomia, naturologia, quiropraxia , comunicação em multimeios e outros. No caso destes cursos com nomenclatura não convencional o cuidado deve ser redobrado com a capacitação e a situação lugar do curso , pois o risco de perder tempo e dinheiro é muito maior.

Outra modalidade nova que surgiu no mercado são os chamados cursos "seqüenciais" , cursos rápidos de apenas dois anos e que dão direito a diploma de curso superior , porém que pela sua própria característica de superficialidade são um investimento mais arriscado ainda. Uma formação específica demais limita as possibilidades do profissional em um mercado de trabalho dinâmico , além do fato de que a maioria destes cursos não é reconhecida pelas entidades profissionais .

Conhecer a profissão não significa apenas ter informações sobre o curso de graduação, mas também sobre a rotina e as possibilidades de atuação do futuro profissional. Isto porque um dos indicadores de escolha devem ser as disciplinas a serem cursadas , pois é evidente que se o aluno não gosta da maioria delas é bastante provável que não se dará bem naquela atividade. Mas além de gostar das disciplinas é preciso saber se a rotina do profissional também é atraente . Isto porque as mesmas disciplinas em diferentes cursos levam a profissionais de atividades completamente diversas . Neste sentido uma conversa com profissionais , buscando indagar sobre os aspectos positivos e negativos da atividade pode ajudar .

Este conhecimento de que falamos todavia não pode ter como base uma imagem idealizada da profissão . Não podemos escolher uma carreira pelo que gostaríamos que ela fosse , mas pelo que efetivamente ela é .

Entretanto deve ser considerado também que no mercado de trabalho existem inúmeras possibilidades de ajustes , as profissões comportam uma ampla margem de manobra em termos do que se fazer , e tudo isto diminui bastante a margem de erro do jovem na hora da escolha . É freqüente o caso de concluintes de curso ainda indecisos e que somente na prática do cotidiano da atividade é que acabam se decidindo efetivamente em que área atuar . Estagiar durante a faculdade é uma atividade indispensável para testar a prática profissional e definir a área de atuação .

Deve-se levar em consideração também que nos dias de hoje inexiste vínculo claro entre diplomação e ocupação . Em determinadas áreas há gente com todos os tipos de diploma , exercendo todas as ocupações . As ocupações são flutuantes e podem ser preenchidas por profissionais de diversas áreas , que são aqueles que tem jogo de cintura e capacidade de estar sempre aprendendo .

Em concursos públicos , como o de auditor fiscal , por exemplo , são diversos os cursos que podem concorrer . Portanto esta flexibilidade permite ao jovem ajustar-se no mercado de trabalho a uma área mais próxima àquela que inicialmente imaginou quando da escolha profissional . Aliás a multicompetência vem se consolidando como a grande característica procurada pelo mercado entre os candidatos a emprego .

Neste mesmo sentido a frustração com determinadas disciplinas ou áreas do curso de graduação que muitas vezes ocorre , pode ser compensada com o redirecionamento dos estudos para áreas específicas de maior interesse , complementada por exemplo com uma pós graduação.

Estatísticas mostram que 69,4% dos estudantes brasileiros que ingressam no ensino superior chegam a concluí-lo e o restante abandona a área escolhida ou troca de curso no meio do caminho.

Sonhos de criança em termos de atividade profissional podem ser considerados , mas é preciso diferenciar o que gostamos de fazer como um hobby , ou uma atividade eventual de final de semana , daquela atividade profissional que deverá ser exercida em caráter permanente .

A influência dos pais também é importante . Porém não existe vocação hereditária , mas o ambiente é um forte fator de influência na definição de opções de vida daí nos casos de pais bem sucedidos em suas profissões a natural influência que podem exercer para que os filhos possam continuar na mesma atividade . Jamais porém esta decisão pode ser baseada em posições simplistas de que é mais fácil assim proceder pois neste caso a probabilidade de erro é muito grande , pois o sucesso está ligado a determinadas aptidões que podem não existir da mesma maneira nos filhos . E sempre a decisão é individual , nunca coletiva .

O fato de uma carreira estar em moda não deve ser fator de decisão . O mercado de trabalho é altamente dinâmico e algo que está em evidência hoje , pode não estar mais daqui a quatro ou cinco anos .

TALENTO

No árduo processo de escolher uma profissão o jovem precisa se esforçar para descobrir seus talentos. Segundo Immanuel Kant (1772-1804), o talento " é a superioridade do poder cognoscitivo ( que tem a faculdade de conhecer ), que não provém do ensino , mas da aptidão natural do sujeito. "

O talento portanto é inato . O talento diferencia alguém em uma atividade . O esforçado pode exercer uma atividade com técnica e eficiência , mas o talentoso surpreende , raciocina pelo inverso e percebe situações não aparentes . Habilidades podem ser treinadas com a transmissão de conhecimento , mas o talento é natural . Portanto temos que descobrir em que somos talentosos , pois ele é o nosso diferencial em relação aos outros e todos nós possuímos talentos naturais.

O talento pode ser detectado pela pessoa em qualquer época de sua vida e costuma ser percebido pelos outros e por isso é importante o contato com diferentes grupos e ambientes . Normalmente está relacionado a atividades que a pessoa desempenha com mais facilidade , com satisfação e nas quais obtém bons resultados . Após descoberto aí sim o talento precisa ser desenvolvido pois mais do que conhecer nossos talentos precisamos saber usá-los e nos contextos adequados .

Ayrton Senna foi um piloto de inegável talento. Mas quando começou a carreira de piloto era sempre o primeiro a chegar no treino , o único a fazer a pista a pé , o que mais trocava idéias com os mecânicos e o último a ir embora . Portanto foram a dedicação, a tenacidade , a atenção aos detalhes que lhe permitiram chegar aonde chegou .

Neste processo de auto conhecimento pode haver erros . São comuns os casos de jovens que começam um curso e logo se desencantam para frustração de seus pais . Porém nesta fase da vida erros são comuns e não irreversíveis . Podem resultar em um maior tempo para a conclusão do curso universitário , mas não representam tempo perdido pois sempre há um ganho em termos de experiência e maturidade .

A dificuldade para se desenvolver o talento pode ser expressa nas experiências de grandes personalidades . Woody Allen foi reprovado na matéria Produção de Filmes na Universidade de Nova York . Leon Uris foi reprovado três vezes em Inglês na escola secundária . Clint Eastwood e Burt Reinolds foram demitidos em 1959 por um diretor da Universal Pictures . Marilyn Monroe foi aconselhada em 1944 a trabalhar como secretária e casar-se . Liv Ulman foi reprovada em apresentação para escola de tetro na Noruega . Malcon Forbes da revista Forbes não foi aceito na equipe do jornal em Princenton . os Beatles foram rejeitados em 1962 pelos executivos da gravadora Decca . Elvis Plesley foi dispensado em 1954 pelo diretor do Grad Oley Opry que o aconselhou a ser motorista de caminhão . Alexander Graham bell quando inventou o telefone em 1876 , ouviu do presidente Rutheford Hayes "é uma invenção surpreendente , mas quem iria querer usar um desses ? Thomas Edson saiu da escola em Port Huron , Michigan , pois era considerado muito lento pelos professores . Chester Carlson , inventor do xerox , teve sua idéia rejeitada em 20 corporações.

INTELIGÊNCIA

A expressão QI ( quociente de inteligência ) passou a ser utilizada no início do século XX , quando o psicólogo francês Alfred Binet (1859-1911) , desenvolveu, em 1905 , o primeiro teste pata medir a capacidade intelectual . O teste inicialmente concebido para identificar crianças com necessidades especiais de aprendizado , acabou sendo utilizado de maneira generalizada para medir competências lógico-matemáticas e lingüísticas .

A partir dos anos 80 o psicólogo americano Howard Gardner , da Universidade de Harvard desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas , verificando em crianças que tinham mal desempenho na escola , mas sucesso na vida profissional que havia outras capacidades importantes na vida de uma pessoa além das competências lógico matemáticas e lingüísticas e daí passou a elaborar um conceito amplo de inteligência como " a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos valorizados em um ambiente cultural e comunitário " . Em 1995 o psicólogo americano Daniel Goleman , autor do livro "Inteligência Emocional " assinalou que inúmeras pesquisas mostravam que capacidades como autoconhecimento , autodisciplina , persistência e empatia tem repercussão muito maior na vida de uma pessoa do que o QI .

A partir destes trabalhos foram identificados diversos tipos de inteligência conforme quadro a seguir e a atividade profissional bem sucedida exige o desenvolvimento de múltiplos tipos de inteligência .

INTELIGÊNCIA

TIPO GERAL;

1. Abstrata - capacidade de entender e manipular símbolos matemáticos , verbais , sonoros ;

TIPOS ESPECÍFICOS

1. 1. Lógico matemática – habilidade com raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos; Como desenvolver - Aprender linguagens de computador , exercícios de lógica , identificar como funcionam equipamentos -

1.2. Lingüística - habilidade para lidar com as palavras e se expressar de maneira clara e objetiva . Como desenvolver - Melhorar redação , gravar a própria fala , memorizar poemas

1. 3. Musical - capacidade de entender a linguagem sonora e de expressar-se por meio dela ; Como desenvolver - Cantar em casa , memorizar música e ouvir música



2. Concreta - capacidade de entender e manipular objetos;

TIPOS ESPECÍFICOS

2.1. Pictórica-espacial – capacidade de reproduzir pelo desenho , situações reais ou mentais , adequar formas e objetos ao espaço físico. Como desenvolver - Cursos de desenho, pintura , escultura, fotografia , programas gráficos .

2.2. Cinético-corporal – capacidade de utilizar o próprio corpo para expressar idéias e sentimentos e de usá-lo para transformar objetos . Como desenvolver - Cursos de artes marciais , esportes , artesanato , teatro



3. Social - capacidade de compreender os outros e de se relacionar com eles;

TIPOS ESPECÍFICOS

3.1. Interpessoal - capacidade de compreender as pessoas e de interagir bem com os outros e em situações interpessoais . Como desenvolver - Atividades comunitárias , participação em grupos .

3.2. Intrapessoal - capacidade de conhecer-se e estar bem consigo mesmo e de administrar os próprios sentimentos . Como desenvolver - Meditação pessoal sistemática , leitura de textos e biografias



4. Emocional – Tipo Específico Capacidade de interagir com o mundo integrando os sentimentos pessoais e dos outros , nas decisões pessoais e profissionais . Como desenvolver - Prestar atenção nos outros e procurar "ler" o que estão sentindo .

5. Espiritual . Tipo Específico - Capacidade de aplicar nas ações do cotidiano , princípios e valores espirituais com o objetivo de encontrar paz e tranqüilidade . Como desenvolver - Meditação e leitura .

In Folha de São Paulo, Equilíbrio , 11.10.2001 , p. 10

TRANFERÊNCIA DE HABILIDADES

Um aspecto fundamental que deve tranqüilizar o estudante em sua escolha profissional é que as habilidades não são rígidas . Por exemplo um engenheiro não necessita necessariamente trabalhar toda a sua vida na área de engenharia . Pode aplicar suas habilidades em outras áreas . São comuns por exemplo os engenheiros que trabalham no mercado financeiro . Esta flexibilidade portanto permite ao profissional ajustar-se no mercado em situações de crise em determinadas áreas .

INTUIÇÃO

Em um mercado altamente seletivo , uma das qualidades que vem sendo cobrada dos jovens candidatos é o raciocínio intuitivo . A intuição é um tipo de sentido . Segundo a psicóloga americana Sharon Franquemont , "Todo mundo na vida , em algum momento , já experimentou a intuição . Ela pode se manifestar sob a forma de uma voz interna , um ato instintivo, um repente de criatividade ou flashes de imagens , que surgem na mente como se estivessem em uma tela de TV . A intuição lhe diz o que fazer , sem que você precise usar a razão . E a parte ilógica da existência . " ( Revista Veja, 29.05.2002 , p. 11-15) .

O instinto é uma forma primária de intuição . Na pré-história a sobrevivência dependia quase que totalmente do instinto . Posteriormente é que se passou a valorizar o intelecto .

Albert Einstein certamente é o intuitivo mais famoso da história . Ele costumava dizer que , antes mesmo de conhecer os problemas , ele já tinha as soluções . Ou seja, as idéias brotavam em sua mente .

A intuição é resultado de uma ação rápida do cérebro , para a qual não é possível encontrar uma explicação racional , O raciocínio intuitivo é exigido quando a pessoa está diante de novidades ou de situações de risco ou precisa tomar uma decisão rapidamente . A intuição é o insight , o pulo do gato que pode diferenciar um profissional do outro. Por esta razão é que nos processos seletivos a formação geral é tão valorizada , pois a amplitude do conhecimento contribuiu para fortalecer a intuição.

As características da pessoa intuitiva estão destacadas entre as qualidades do bom profissional como por exemplo : olhar aguçado , grande capacidade de observação , receptividade a inovações , capacidade de diagnóstico , visão global da realidade , pensamento para o futuro .

"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e , quando não as encontram , as criam " . ( Bernard Shaw) ."Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração " . ( Thomas Alva Edison) . " As mentes são como os pára-quedas , só funcionam se estiverem abertas" ( Ruth Noller ) . " As boas idéias vem do inconsciente . Para que uma idéia seja relevante , o inconsciente precisa estar bem informado " . ( David Ogilvy) .

MERCADO DE TRABALHO

Tendo em vista a realidade altamente competitiva do mercado de trabalho contemporâneo , o estudante , ao longo de sua graduação não pode perder de vista o futuro ingresso no mercado de trabalho .

Desta forma , ao escolher o curso , por exemplo, já deve levar em consideração a possibilidade de realização de estágios na escola que escolheu . Cursos de graduação afastados dos grandes centros em determinadas áreas apresentam séria restrição a este aspecto.

Outra preocupação básica que deve ter o aluno em sua graduação é já ir estabelecendo a sua rede de contatos , ou "network" desde o início . Os estudos feitos demonstram que a rede de contatos é instrumento essencial na obtenção de emprego. Por exemplo na recontratação de executivos em programas de "outplacement" , cerca de 60 a 70% das pessoas conseguem sua recolocação através da rede de contatos.

Estudo feito pelo IPEA demonstrou que o efeito da escolaridade sobre o emprego depende da média de ensino da sociedade . Quanto maior a média de ensino da sociedade , maior a exigência de escolaridade no emprego . Por esta razão a garantia de emprego certo pós universidade não existe mais no Brasil .

Devido ao grande crescimento do contingente universitário , atualmente cerca de 500.000 estudantes estão concluindo a universidade por ano , um contingente dez vezes superior ao verificado no início dos anos 90 e por esta razão os departamentos de recursos humanos das empresas percebendo esta maior oferta de candidatos com escolaridade superior estão ampliando os pré-requisitos para admissão ,exigindo cada vez mais habilidades . A fluência em língua estrangeira e bons conhecimentos de informática tornam-se apenas um entre muitos outros requisitos levados em consideração pois esta é a única forma de selecionar alguns entre centenas de candidatos com formação semelhante .

Boas notas no histórico escolar também são levadas em consideração pois são um indicativo de uma boa base de conhecimentos .

O aumento dos pré-requisitos deve-se à grande oferta de profissionais e é uma forma de "peneirar" candidatos , separando teoricamente , a priori , o joio do trigo .

Assim os processos de seleção vão se sofisticando em busca de um profissional próximo do ideal . Busca-se um profissional com elevado nível geral de conhecimento . As empresas querem candidatos que tenham iniciativa , pensem globalmente e tenham sede de aprendizado . Entre outras características busca-se visão analítica e disciplina ; capacidade de comunicação ; ética ; capacidade de lidar com a tecnologia ; flexibilidade ; capacidade de adaptação a mudanças rápidas e à globalização ; capacidade de lidar com a informação ; capacidade de antecipar desejos e demandas . Qualidades que dificilmente o aluno poderá desenvolver na universidade , mas que podem ser suscitadas nas leituras , viagens , estágios . Outro aspecto importante nos processos de seleção é que o candidato conheça detalhes da empresa em que pretende atuar .

Aspectos aparentemente banais podem barrar candidatos em processos de seleção tais como , usar óculos escuros , usar roupas sujas , fumar ou comparecer à entrevista com cheiro de cigarro ou bebida , demonstrar muita intimidade com o entrevistador e não expressar suas idéias com objetividade .

A remuneração não deve ser uma preocupação fundamental no primeiro processo seletivo . Para quem não tem experiência , até trabalhar de graça pode ser conveniente em determinadas situações . Portanto , sujeitar-se a baixos salários no início , pode compensar se a experiência a ser adquirida for de grande valia .

Segundo dados do IPEA , a taxa de desemprego no Brasil aumentou de 4,4% em 1995 para 7,5 % em 2000 , um crescimento de 70% , porém a taxa de desemprego entre os que tem doze anos ou mais de estudo no mesmo período passou de 2,2 para 4% , um crescimento de 81% . ( Veja, 11.09.2002 , p. 67) .

Da mesma forma, nos primeiros anos de vida profissional a insatisfação no emprego que muitas vezes ocorre não significa erro na escolha . A mudança para outra empresa , com horizontes mais amplos , pode abrir as portas do sucesso profissional.

SITES DA INTERNET SOBRE ESCOLHA PROFISSIONAL

www.guiadoestudante.com.br

www.nace.com.br

www.vocanet.hpg.com.br

www.oestudante.com.br

www.guiadasprofissões.com.br

www.vocacional.cbj.net

www.duca.com.br

www.oriente-se.com





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