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Poesias-->Sereia bailarina -- 27/04/2014 - 06:28 ( Andre Luis Aquino) |
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Foi como se fosse uma aparição
tamanha a delicadeza da cena
que meus olhos observaram
(Não pude acreditar
que a realidade permitiria
algo tão sensível assim)
Uma bailarina dançava
em frente as ondas
delicada como se fosse tecida
em seda ou esculpida em marfim
(E se ela soubesse que sou poeta
não teria dúvida alguma
que seu bailado se tornaria
mais uma de minhas poesias)
Seus movimentos eram como plumas
que iam deslizando para pontos de luz
refletidos pela superfície do mar
e as ondas ao fundo, leitosas
criavam um cenário de sonho
(Suas sapatilhas tocavam a areia
branca como a superfície da lua
sua dança fluía pela praia
como se nela tivesse nascido)
Mas aos poucos foi notando
que sua silhueta ia se fundindo
com a do oceano as suas costas
e minha visão talvez me traísse
mas agora eu via era uma sereia
a dançar sobre as ondas do mar
(Uma linda sereia bailarina
parece que estou num filme
ou numa pintura de Salvador Dali
tamanha a irrealidade da cena)
E seu canto macio foi me entorpecendo
me deixando tão brando e anestesiado
que eu não sabia se ia morrer ou adormecer
então a imagem dela foi sumindo, sumindo
sumindo até desaparecer
(É duro ter coração mole
e ter nos olhos inspiração
bom o coração mole pelo menos
me garante ser generoso
mas já os olhos inspirados
andam me fazendo ver
é muita assombração)
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