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Cronicas-->A MORTE DA PAINEIRA EM CÂNDIDO GODÓ - RS -- 03/11/2006 - 02:21 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Uma árvore é um ser vivo, obra de amor da
sempre fraterna natureza.Quem não a respeita,
quem a assassina, sem motivo, é um algoz da
vida, da esperança, da paz.E somos seres
ditos humanos??!!"
Todo o meu apoio e solidariedade ao Nobre AMIGO
Prof. RUDI JOSÉ BIEGER da cidade de Càndido
Godói, no Rio Grande do Sul.

CÂNDIDO GODÓ PERDE PARTE DE SUA HISTÓRIA


Há apenas duas semanas, onde nosso município recebeu as mais belas e grandiosas homenagens - hoje sabe-se que não brotaram do coração - onde foi realizada a maior festa jamais vista aqui em Càndido Godói, por ocasião do Aniversário do nosso município e há um mês do início da Primavera, dia 23 de outubro de 2006, segunda-feira, foi também palco de uma tragédia jamais imaginada e jamais esperada pelo pacato povo desta comunidade. Fomos agraciados por um novo hino, tendo como fundo musical e orquestra, uma motosserra. Sim foi este o som que se ouviu durante todo dia quando da derrubada da única árvore remanescente e testemunha do povoamento e história de Càndido Godói, uma paineira centenária. Queriam que não houvesse mais testemunhas do progresso desta cidade ( progresso? ). Ela testemunhou a construção da primeira casa desta localidade até a enésima, quando aconteceu o fatídico dia de sua destruição. Até parece que ela se vestiu para a morte, ostentando uma folhagem jamais vista por mim e por qualquer um que por ali passasse, desde que a conheço há 59 anos, -nunca esteve tão bonita - diziam. Para qualquer cidadão godoiense, ou mesmo de fora, era impossível cruzar por ela sem lhe lançar um olhar, como um cumprimento e admiração pela sua beleza e pujança.

Qual é o ensinamento que as professoras da creche transmitem aos seus alunos a respeito da natureza? Certamente dizem que devemos preservar as árvores pois sua sombra é agradável e seus frutos são ótimo alimento. Pura lorota! Na sala de aula fala-se isto e depois se assina a pena de morte, em abaixo-assinados para a derrubada desta frondosa e mais linda árvore de Càndido Godói. Qual o conceito para este projeto de lei com o número 053/2006 de 03 de julho de 2006, oriundo da Administração municipal? Queriam fazer como certo personagem bíblico que era, lavar as mãos, passando a responsabilidade à Càmara de Vereadores, sem ao menos analisar a situação? A creche? Alergia? Depois de 100 anos os frutos da árvore começaram a dar alergia nas pessoas!!! Imaginem! Prefeitura que tem estrutura para derrubar uma árvore igual esta com certeza teria estrutura para retirar os galhos secos e os frutos, a paina, que provocariam esta alergia! Mas e . . . quando foi plantada esta árvore e quando foi construída a creche? Pergunto aos que mandaram executar a obra: O que é melhor e mais certo, guardar em museus as coisas antigas, ou destruir uma árvore histórica, que marca a história de nossa comunidade, única testemunha viva da nossa colonização? Estas mesmas pessoas que agora queriam sua destruição, pediram-me no dia 21 de setembro de l983, que fizesse uma explanação sobre ela homenageando-a, contando sua história a todos os professores e alunos da Escola Cristo Redentor em dia de vento forte, pois com isso a escola participaria das comemorações do Dia da Árvore exatamente por se tratar da árvore mais antiga e linda que havia, estando ainda presentes outras autoridades. Fi-lo com muito prazer e orgulho, pois foi ela que me viu nascer e em sua sombra brincava quando criança. O que é pior, não a cortaram pelo caule, mas começando pelos galhos, devagarzinho, aos poucos para que seu sofrimento se prolongasse, àquela que por muitos anos foi sombra protetora e amiga de um grande número de crianças, da creche, hoje já adultos que dizem na sombra dessa árvore brincamos muito.
Se ela pudesse falar, o que diria aos seus algozes? Algozes, estes que estavam em seus gabinetes envergonhando-se de seus atos. Algozes, estes, que desconhecem a história do município e não fazem parte dela, ou não têm sentimento pelos atos que praticam. Algozes, estes, que agora devem estar alegres, sorrindo com satisfação, pois conseguiram acabar com parte da história do município e das famílias Acker, Spies e Bieger.
Pergunto: em qual Livro da Sabedoria acharam tal inspiração para concluir ser esta a única solução, depois de oito meses de discussões? O problema era tão simples e fácil de se resolver, que aliás nem constitui problema, e que qualquer leigo tem a solução para o parque das crianças da creche.. Basta ter cabeça e alguns neurónios. E qual foi o motivo alegado? "Poderia cair um galho na cabeça de uma criança e machucá-la, quando estariam brincando no parque à sombra dessa frondosa arvore". Depois de mais de 100 anos de existência, nunca caiu um galho, por menor que fosse, na cabeça de alguém, basta apenas respeitar a natureza, o que muitos não sabem nem a conhecem. Onde as crianças vão brincar agora? No sol de 30 ou 40 graus? Atenção Senhores Pais! Construir um pavilhão? Pois senhores administradores deste município, esta teria sido a solução desde logo. Basta um terreninho ao lado ou na frente e somado a um pouco de boa vontade tudo estaria resolvido. A árvore continuaria lá, encercada para que as crianças não invadissem o terreno minado, que foi a alegação dada. Outra pergunta: Quantas árvores foram plantadas para substituir essa que foi derrubada? De acordo com a lei, devem ser 15. Onde foram plantadas? Daqui a cem anos, quem sabe, teremos uma que se compare a essa, isto se não surgirem outros administradores que preferem sua derrubada. E o equilíbrio ecológico do qual tanto falam e pregam? Onde estão nossos ambientalistas que querem defender nosso ar puro, a limpeza das águas? Agora sabe-se que é só da boca para fora. Sabe-se, pelas histórias contadas pelo meu avó Henrique Acker, que à sombra desta árvore se realizaram as primeiras reuniões dos pioneiros de Càndido Godói, por volta de 1925 junto com o Padre Vigário de Campina das Missões, para a criação da comunidade de Alto Godói, primeiro nome desta comunidade. Esta árvore testemunhou tudo isso. Derrubá-la, não só mexeu com o desequilíbrio da natureza,como também destruiu grande parte de nossa história e deixou muito tristes as famílias de Henrique Acker, pioneiro que a plantou, de Anna Spies, e de João Bieger, que a cuidaram por mais de 100 anos.

Prof. RUDI JOSÉ BIEGER


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