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Contos-->Vingança -- 10/06/2011 - 22:32 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Convidou-a para jantar, mesmo depois de mais de duas horas de discussão acalorada, com troca de ofensas e insultos. Ela, meio espantada, parou o bate-boca e aceitou. Afinal, depois de tantos dias na base do estresse, aquela oportunidade de sair era uma bênção, uma espécie de oasis naquele deserto em que se convertera a vida deles dois.
Jamais ela poderia supor o que ele estava tramando com aquele convite. Ela era uma pessoa sem gênio, doce, apesar de dizer coisas duras, sabia esquecer rapidamente, era tudo da boca para fora e o que ouvia dele, na realidade, entrava por um ouvido e saía pelo outro.
Nada obstante, ele era o contrário, ficava remoendo as ofensas, emprenhando pelos ouvidos, fazendo tempestade em copo d`água. Fizera o convite para executar um plano diabólico de vingança, iria humilhá-la na frente de todos no restaurante, ou melhor, iria agredí-la fisicamente...não, isso náo, perderia a razão, terminaria preso na Delegacia da Mulher, pois a Lei Maria da Penha não é mole. Enfim, o pensamento turbilhonava, mas ele não se perturbava, demonstrava uma falsa tranquilidade. E ficaram os dois trocando frases corriqueiras, num diálogo inteiramente diferente daquela pendenga de alguns minutos atrás.
Enquanto dirigia, deixava-se levar pelos planos de vingança: jogaria molho no vestido novo, não, fora ele quem o dera de presente; pediria licença para ir ao banheiro e demoraria muito, até deixa-la preocupada, achando que ele tivera um troço e ela estava sem dinheiro algum na bolsa e iria ficar angustiada.
Vez por outra, olhava para o perfil dela, aquele rosto que ele tanto gostava de olhar. Mas, não queria se deixar envolver pelo fascínio dela, tinha que se fixar no objetivo daquele convite: a vingança.
Chegaram ao restanrante de luxo que ele escolhera e o mesmo garçon de tantas outras ocasiões lhes ofereceu a mesa de costume. Ela sentou-se, olhou o cardápio demoradamente e, no fim, pediu o prato de costume. Ele riu. Ela perguntou o motivo do riso, mas ele não respondeu. Ela esqueceu e passou-se para a entrada, degustando o vinho suave que era sempre pedido.
As horas, como todas as horas de descontração e divertimento, passaram rapidamente. Ele pediu a conta. Entregou, o cartão e o garçon trouxe a maquininha. Esperou o carro ser trazido pelo manobrista. Voltaram para casa em silêncio. Ela foi ao banheiro, tomou uma chuveirada rápida e vestiu a camisola. Ele olhou-a, tomou-a em seus braços e esqueceu completamente qualquer vingança.

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