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Artigos-->A TERRA É NOSSA MÃE! -- 26/01/2003 - 00:45 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No ano de 1854 o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra reserva.

O texto de resposta do Chefe Seatle, Tatanka Yatanka, foi distribuído pela ONU, através do programa para o meio ambiente. Esse texto tem sido considerado através dos tempos, como um dos mais belos pronunciamentos já feitos em defesa do meio ambiente:





A TERRA É NOSSA MÃE!



Como é que se pode comprar e vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha! Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível compra-los?



Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.



Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem essa bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo e a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas Campinas, o calor do corpo do potro e o homem – todos pertencem à mesma família!



Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que pretende comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar a oferta de comprar nossas terras. Mas isso não será fácil! Esta terra é sagrada para meu povo.



Esta água brilhante que escorre nos riachos e rios, não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada, e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos, fala de acontecimentos e lembranças de meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais!



Os rios são nossos irmãos. Eles saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. Portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dariam a qualquer irmão!



Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outro, pois é um forasteiro que apenas extrai da terra aquilo que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e o direito de seus filhos é esquecido. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que podem ser compradas, vendidas, como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto!



Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda. Não há um só lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído das cidades do homem branco parece somente insultar os ouvidos. O que resta da vida, se um homem não puder mais ouvir o choro solitário de uma ave ou o debater dos sapos ao redor da lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave perfume do vento, encrespando a face do lago, e do próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.



O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, ele é insensível ao mau cheiro. Mas, se vendermos nossa terra, o homem branco precisa lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nossos avós seu primeiro inspirar, também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.



Portanto, vamos meditar sobre sua proposta de comprar nossas terras. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem, ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, pois o que ocorre com os animais breve ocorrerá aos homens. Há uma ligação em tudo!



Vocês devem ensinar a seus filhos que o solo a seus pés, é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam aos seus filhos que ela foi enriquecida com a vida de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe! Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos. Isto sabemos: A terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra. Isto sabemos: Todas as coisas estão ligadas, como o sangue de uma família. Há uma ligação em tudo!



Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos, e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossas terras, mas isso não é possível. Ele é o deus do homem, e sua compaixão é igual tanto para o homem vermelho quanto para o homem branco. A terra é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão, talvez mais rápido que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.



Quando o homem branco desaparecer, brilhará intensamente, iluminado pela força desse deus que o trouxe a esta terra, e, por alguma razão especial lhe deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam todos exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa sejam todos impregnados com o cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída pela visão de muitos fios que falam.



Se lhes vendermos nossa terra, onde ficará o arvoredo? Desaparecerá! Onde estará a águia? Desaparecerá! Será o final da vida, e o início da sobrevivência!



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