No amor de agora, quando ela me disse: "Sinto que já te conheço. Parece que já te vi em algum lugar".Descobri que ela já me amava.Podia esquecer toda minha insegurança.
Amamos muito antes de conhecermos alguém e reconhecemos esse amor, como num reencontro, quando nos vemos nele, nesse alguém que vem como encaixe, pois nada é pleno em si mesmo.Viver é estar à procura desses encaixes, algo que nos complemente e que nos dê um sentido mais pleno.
Quando falo do amor em relação a mim, estou falando de um sentimento que é escrito com sangue e por isso ele me faz sangrar tanto.Mesmo que tenha sido eu a quebrar o pacto.Porque o amor que parte é como uma fotografia pendurada na parede da lembrança que fica nos lembrando de uma felicidade que a gente não tem mais.Uma ferida viva.
Concordo com Nietzche quando ele diz que "as coisas feitas por amor ultrapassam os limites entre o bem e o mau".O pensamento tenta organizar, mas o coração quer desordem.
E nessa confusão entre amor ou paixão, essa neblina que não deixa claro onde termina um e começa o outro nos deixa louco.Como se paixão para um fosse muito e amor para o outro fosse pouco.Como se a paixão fosse um grito e o amor fosse rouco.
Existe um porquê para a paixão, mas não há razões no amor. Porque este sustenta-se nele mesmo, alimenta-se de si próprio e extingue-se por si só.
Como no amor de antes (que ainda se confunde com o de agora), éramos desconhecidos um do outro.Fomos nos aproximando por amizades comuns.E no nó do estreitamento desses laços nos apaixonamos.Viramos namorados em uma semana.Apaixonei e me desapaixonei por ela tantas e tantas vezes.Cometi erros graves e hoje sou um pecador arrependido.Terminamos.E somos hoje mais uma vez desconhecidos um do outro.
Andre Luis Aquino
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