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cronicas-->ÉTICA -- 15/09/2006 - 10:23 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ÉTICA

Délcio Vieira Salomon


Diante da comissão de ética
os senadores digladiam:
dois deles são acusados
de co-autores do mesmo crime:
- a violação do voto secreto
de todos seus pares.

De repente por súbita metamorfose
diante de todos aparece fato singular:
a discussão não é mais sobre
a existência do crime em si.
É sobre a mentira e a verdade.

Estranho: os réus são intimados
não a confirmar ou a negar o fato
- afinal este é por demais sabido -
mas a versão do fato
a cada um atribuída.

A inquirição atinge clímax paradoxal:
os réus acusam a comissão de ética
de a ética estarem infringindo,
por duvidarem de sua palavra.
"Nosso pensamento é secreto e inviolável
só a nós cabe o sagrado direito de o revelar
e os senhores estão nos violentando:
querem a declaração
do que nosso foro íntimo
não nos permite declarar"...
O mais velho arrematou:
- Pedistes testemunho escrito.
Eu os dei.
Quereis agora o testemunho verbal,
mas, se naquele não acreditais,
como havereis de neste dar fé?
Como bem disse o Cristo
(para enriquecer a retórica,
citou em latim e declinou a fonte):
Si litteris non creditis,
quomodo verbis meis credetis?
(se não acreditais no que está escrito,
como havereis de crer em minhas palavras?)
(João, capítulo 5, versículo 47).
Ao que colega e partidário
já há muito "defroqué", arrematou:
- Prezado colega, desde meu tempo
de seminário até hoje em grego, sei de cor:
" ei dé tois exeinou grammassin
oú pisteúete, pós tois emois
remassin pisteússete?"

Enquanto isso
jornais, rádios e televisões noticiam:
"procurado traficante internacional
acaba de ser preso".
Pela mídia é o detento entrevistado.
Deixa a perplexidade no ar
e com ela boquiabertos
leitores, ouvintes e telespectadores:
"60% da polícia civil é corrupta.
Não adianta prender os chefes do tráfico,
se os peixes graúdos estão soltos,
pois é a própria polícia que dá cobertura
ao trafico de drogas e entorpecentes".

- Que falta de ética
a deste escroque, pó!
Desabafa entre os colegas
influente delegado
que acompanhava em sua sala
o noticiário da TV.
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