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Contos-->Encontro ao acaso - Parte I -- 04/10/2010 - 22:24 (Rosemari Boccardo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Enquanto olhava para o mar, sob a sombra dos coqueiros, pensando apenas em descansar, estava exausta, sem férias há 4 anos, sem viajar, sem ver uma paisagem que lhe enchesse os olhos e a alma, respirando uma maresia calma, sentindo um alívio e começando a relaxar, que vida boa!

Procurara um recanto calmo e tranqüilo, longe de cidade grande, onde teria como companheiros de jornada apenas famílias, casais em lua-de-mel e quem sabe poderia ter sossego suficiente para voltar a escrever alguma coisa que valesse a pena. Fizera algumas amizades na noite em que chegou, pessoas simpáticas vieram conversar e se solidarizar com sua solidão, claro que teve que fazer um breve curriculum, de onde era, porque viera, enfim o normal.

Tudo estava correndo conforme o esperado, o programado, sozinha com seus pensamentos, caminhando pela praia logo cedo, fez um passeio de buggy na cidade próxima para comprar algumas lembranças, pois não tinha comprado nada ainda, e por ali não teria como comprar.... então para não ter mais com que se preocupar, foi cedo à Prainha e voltou perto da hora do almoço.

Sentou-se à beira-mar, sob a sombra dos coqueiros, com seu livro, seu caderno, uma cerveja, sol, mar e pessoas para observar, nada mais era necessário para seu momento, apenas deixar fluir, sem esperar, sem ansiar, sem querer, apenas sentindo o momento como se apresentava.

Observando ao seu redor, havia uma mulher muito branca torrando ao sol do meio-dia, pensava com seus botões... ela vai virar um camarão, estava quase para avisá-la que aquele sol não lhe faria bem, mas pensou....ela é bem grandinha e deve saber o que está fazendo, nisso veio um homem com uma cor bronzeada, esticou-se ao sol e chegou a adormecer! Bem, pensou ela, tem gosto para tudo, inclusive para tomar sol desta forma, e lembrou-se de uma ou duas amigas que gostam de lagartixear ao sol como aquele homem.

Bom, hora de ir até o quarto, fazer umas ligações familiares, ao voltar e passar, obrigatoriamente, pelo restaurante reparou que aquele homem bronzeado estava almoçando sozinho, ela resolver lambiscar alguma coisa, pois já estava com fome, afinal tinha acordado cedo e tomado café da manhã há muito tempo atrás, e só beber cerveja, não ia dar muito certo.
Voltou para sua sombra à beira-mar e pediu uma casquinha de frutos do mar, estava deliciosa!
Depois de comer resolveu voltar a ler o livro que tinha comprado no aeroporto, um livro que queria ter comprado há algum tempo, lia um pouco, observava outro tanto.

Numa observada, viu o homem bronzeado que estava na piscina levantar-se vir em sua direção, decidido, ficou meio sem graça, porém resolveu manter a pose (afinal isso é fundamental) e quando ele chegou perto olhando, ela sustentou o olhar o cumprimentou, como fazia com todas as pessoas que encontrava nos corredores, no restaurante: boa tarde!

E ele respondeu e perguntou se poderia sentar-se, ela gentilmente disse que sim (normalmente diria: claro, pode sentar-se a cadeira está ai), ele sentou e perguntou se ela estava hospedada ali, e ela viu que ele era estrangeiro, e a conversa começou e tudo ficou meio embaralhado para se lembrar corretamente dos fatos, ficou meio enfeitiçada, talvez fosse o mar, o céu azul, o vento, o sol, ou o charme de um homem inteligente, simpático, bonito, gentil, ou ainda uma combinação de tudo isso, chegando sem que ela esperasse ou estivesse preparada, com suas muralhas levantadas para que somente penetrasse o que ela deixasse, mas não foi assim, ela foi inundada por um fortíssimo raio de sol, que não deixou nada se armar, ao contrário, tudo foi tão natural, tão fluido, como se sempre tivesse sido.
O tempo passou muito rápido e ele foi galanteador, sem ser rude, e ela se deixou envolver por aquele homem diferente de todos que já tinha conhecido, clichê? Talvez! Mas a mais pura realidade ou irrealidade.

A tarde estava avançada e o sol já estava se pondo e ele tinha que ir, pois estava hospedado em uma cidade próxima e o vento já estava frio, ele levantou-se e foi em direção à piscina pegar suas coisas, que lá ficaram a tarde toda, ela se arrumou para entrar e resolveu que poderia acompanhá-lo até seu carro, ele ficou feliz, pois tinham combinado de ser ver na manhã seguinte.

Como na recepção estavam demorando para fechar sua conta, ele perguntou se poderiam ir até seu quarto, ela não viu porque não.....tolinha.....assim que a porta se fechou ele a tomou em seus braços e a beijou com paixão, a surpresa e talvez a naturalidade com que tudo aconteceu a deixou meio tonta, mais do que já é normalmente...e se deixou envolver por aquele homem, pela sua paixão, pelo seu ardor, pelas suas mãos, pela sua boca, pelo seu corpo. Um momento de lucidez e resolveu que era hora de parar, ele teria que ir embora e ela ficaria sozinha novamente, com uma revolução de sensações e sentimentos, como se uma bomba atômica tivesse atingido sua alma.

Ele se foi, ela foi até seu carro, trocaram beijos e juras, e até amanhã, que ia demorar muito a chegar.

Ela foi jantar novamente sozinha e encontrou-se novamente com suas amigas solidárias, foi uma noite interessante, tinha uma cantora cujas canções eram muito bonitas, e assim foi.

No dia seguinte levantou-se cedo novamente foi caminhar pela praia, para que o tempo pudesse passar rápido, e ela sozinha com seus pensamentos em turbilhão pensava que ele não viria, que tudo tinha sido uma coisa passageira, afinal nem se conheciam, tentava se acalmar: bem e se ele não vier, qual o problema? Só porque ele beija bem? É inteligente? É simpático? É bonito? Enfim, a ansiedade que é uma característica sua, estava a mil. Amigas de jornada juntaram-se a ela começaram a conversar uma senhorinha tinha vindo com o neto e a sobrinha, a outra tinha vindo com o marido, e estavam conversando quando ele apareceu....e seu dia se iluminou.....perguntou se podiam ir caminhar pela praia e ela mais que depressa se desculpou e foram passear, de mãos dadas pela praia, como namorados, amantes, amigos, conversando, rindo, falando bobagens que apenas duas pessoas apaixonadas fazem......

Voltaram logo, pois a paixão estava falando mais alto e de forma visível....pareciam dois adolescentes que não podiam se conter, tinham que estar juntos e mais perto, foram para seu quarto....sim, no meio da manhã, sem se importar com o que iam pensar, se iam e como iam.....
Os beijos foram ardentes, foram se conhecendo, se percebendo, se descobrindo, ele era um homem fora do comum, delicado mas firme, sabendo conduzir, o que era uma novidade para ela. Seu desejo se fazia presente, seu ardor, a necessidade urgente, tudo com uma beleza, uma gentileza, que ela nunca tinha sentido, e ela se entregou sem pudores, temores, apenas com seu desejo e paixão.

Depois voltaram para a praia, com a cara mais lavada deste mundo, literalmente, e foram sentar-se sob a sombra dos coqueiros, quer dizer ela, ele foi lagartixear ao sol, porém não conseguiam ficar longe muito tempo, conversavam e conversavam, contavam sobre suas vidas e sua vida pareceu tão sem graça, tão sem sentido e a dele tão cheia de histórias, mas havia uma sombra em seu olhar e sua vida de repente pareceu solitária e triste, pois seus olhos em muitos momentos eram muito tristes.

Suas convicções fortes e embasadas, achando graça nas crenças dela e ela se sentiu um pouco boba por crer, mas isso fazia parte dela. Ela achava que o encontro deles tinha uma razão e ele que era somente um acaso, pois coincidência não existe.

Para ele era mero acaso ela ter ido para aquela cidade, naquele hotel, naquela data, sozinha, na mesma cidade onde resolveu tirar férias, no hotel onde ele fazia praia todos os dias, na mesma data.

Bom se isso for mero acaso, quero que este acaso nunca termine!

04/10/10
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