O Zé Jerônimo, pouco antes de morrer na queda do seu avião,em 15 de maio de 2007, na Dutra (ver no Google), me pediu pra escrever uma resposta à pergunta: Onde amarras o teu trapézio? Falou que haveria uma surpresa. Depois eu soube que haveria um livro onde essa resposta estaria. O livro foi produzido, mas como homenagem póstuma a ele.
Eu atendi assim o pedido dele:
Ô Zé
Perguntas onde amarro o meu trapézio?
Escuta aí, poeta das ânsias intactas, o que tem a dizer este outro, dos sonhos interrompidos para sempre:
O verso diz mais que a prosa...
O meu trapézio? Onde o amarro?
Deixei de ser trapezista...
Qual Adão, sendo eu de barro,
Transformou-me a modelista
-Esta vida caprichosa -
Num desprezado objeto...
E fui deixado sozinho,
No degredo do meu teto,
Sem a seiva de um carinho
Sem o calor de um afeto.
Sou um espinho sem rosa...
É isso aí, amigo.
|