Um dia desses pediram para que eu escrevesse uma mensagem de otimismo. Fiz o trabalho, mas depois fiquei pensando que o povo gosta de trabalhar demais com o fator esperança.
Esperança é um conceito estranho. Está meio ligado a dependência, aguardo, inércia, daí que resulta na possibilidade de que alguém possa intervir no sentido de ajudar a realizar o sonho ou projeto estudado, mas...
Sinceramente, prefiro revolução. A revolução é constante, porque se parar um só momento é acomodação.
É o que fazem as grandes empresas, os líderes, quem tem visão da multiplicidade de processos.
Revolucionam para crescer, se manter no mercado, abrir portas.
As empresas e países que param morrem. Ficam a depender de outros, na esperança que velhos valores sejam respeitados, e daí sucumbem, já que o mercado neoliberal é todo canibalesco.
Os seres humanos sucumbem em meio às suas revoluções internas e externas, mas sua única esperança é continuar a revolução. É o que garante a própria sobrevivência da espécie.
Ao conversar com pioneiros de Rondônia pude avaliar o quanto mudou o Estado, e percebo que algumas figuras estagnaram, esperando que o Estado seja o grande pai novamente.
Com tantos municípios buscando o desenvolvimento, com a falência geral de países, alguns relutam em esperar soluções paternalistas, enquanto as verbas federais que são destinadas às vezes se perdem por incompetência ou confusões de contabilidade. Mau sinal.
O golpe de misericórdia aplicado pelos neoliberais, que seduziram intelectuais para fazer o jogo dos interesses multinacionais ainda não foi assimilado pelos vampirinhos do governo, que esperam bondade por nada em troca.
Sem vontade de revolucionar não há esperanças, uma vez que a esperança, este estado letárgico de comportamento, não inclui movimento. Esperança é uma coisa estranha, de gente fraca. Ação não. Ação.
Esperança, sentimento de condescendência, vontade de ficar parado esperando que outros ajam. Não consigo viver de esperanças. É difícil ficar parado, sentado debaixo de uma árvore em busca de uma sombra que esconda o sol, com seus raios ultravioletas, queimadores, queimantes, que fazem o lombo se mexer.
É necessário revolucionar. Mas como? Com o mais velho e conhecido conceito do mundo. Com trabalho, muito trabalho, e com posicionamento crítico. Cutucando as feridas, remexendo os esparadrapos e evitando que as coisas sejam esquecidas. É, falar em revolução é bom, mas como fazê-la? O primeiro passo é chutar o banquinho.
Quem senta não revoluciona. A vida só recompensa quem revoluciona.
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