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cronicas-->MARUJOS DA NOVA ERA -- 30/08/2006 - 20:33 (PEDRO BRASIL JUNIOR) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Temos tanto a fazer em cada dia que surge, que muitos lugares tornam-se apenas e tão somente uma parada para restabelecer forças.
A estrada é longa e os desafios são muitos!
Uns se perdem nas horas envolvidos pelo trabalho que consome energias e que parece, os levam a correr de tal maneira, que nunca chegam a lugar algum.
Mas onde ficará o oásis!
Outros maceram as idéias em folhas de papel calcadas com lápis e canetas. E parece que nada surge de tão concreto assim.
E o relógio segue patinando no gelo da solidão!
Também há os que tornaram-se marujos dessa coisa eletrónica chamada Internet.
Um grande navio com todas as bandeiras, a singrar os oceanos de todas as vidas que através dele procuram outras vidas com idéias parecidas.
E a tão procurada ilha continua escondida em algum lugar.
Nem bússolas, nem estrelas, nem o sol, nbem o vento servem para orientar o destino.
E as madrugadas quentes tornam-se frias...
E as madrugadas frias tornam-se solitárias...
E algumas horas permitem que sejamos solidários...
Quem estará do outro lado tentando adivinhar minha vida?
Não importa!
Vivemos um tempo apenas! E buscamos sem saber muito o por que? - alguma coisa que continua perdida, assim como um elo da corrente que lhe permite ficar completa.
Alguns procuram tantos elos... Talvez uma corrente completa!
E a grande nau eletrónica dispara seus sinalizadores aos satélites que orbitam velozmente o planeta.
Cigarros queimam solitários nos cinzeiros da vida enquanto nos perdemos em conversas que preenchem o nosso vazio.
Guloseimas são consumidas por conta das madrugadas que espantam as corujas.
E nós continuamos nossa busca, nossa aventura de teclar e deparar com qualquer coisa diferente, que nos prenda nesta vidraça colorida como uma libélula distraída que entra pela janela e depois fica implorando a liberdade através do vidro.
Ah! Somos ou temos um tanto de Libélulas, eu creio!
Mas nossas asas não ruflam tão rápidas como nossos dedos e nossas idéias não batem de frente com as tantas outras que lá estão, diante de teclados distantes.
Somos o novo tempo! Cheio de magia e velocidade!
É só procurar qualquer coisa que ela aparece instantàneamente em forma de texto ou foto.
É só entrar numa sala que não tem sofá e nem revistas e podemos encontrar as mentes mais sórdidas digitando os palavrões mais vulgares.
E tudo por que a vida, me parece, não tem mais nada a oferecer.
E seguimos nós, marujos da nova era aportados nesse grande porto chamado Terra. E o nosso porto segue sua trajetória pelo sistema-espaço.
Em suma; queremos que as coisas sejam diferentes!
Uma companhia tão agradável e quase eterna, a dividir emoções e nossos colchões.
Uma parceria para um bom vinho, um bom vídeo, um bom passeio, um bom e prazeroso momento de amor.
Eis a nossa ilha! O nosso porto seguro!
Mas muitos de nós nem podemos nos dar a luxo de pensar nessas "sutilezas" afinal, a vida impõe um ritmo que não nos permite viver de fato e de direito.
É preciso pagar as contas pois não podemos viver sem elas.
É preciso trabalhar mais a cada vez que queremos mais também.
Já não se tem tempo para amar, dividir uma canção, uma caminhada, um toque qualquer.
E nem tempo temos de aportar numa dessas bases em que só é preciso teclar para contar aos amigos por onde andamos ou o que estamos fazendo.
Falta tempo e falta vontade!
E além disso, grande parte desses marujos navegam solitários, sem ver o nascer do sol, sem exaltar a beleza do entardecer, sem ao menos se perder nas sombras da Lua e nem tampouco deixar a vista alimentar-se com o cintilar das estrelas.
E agora? Quem somos nós, perdidos na imensidão do Cosmos como se fossemos um grão de areia?
O tempo dança sua canção e nós envelhecemos a cada dia.
Adquirimos experiências, é bem verdade. Mas estamos deixando de viver, de fato e de direito, em troca de uma espécie de escravidão sem correntes, sem pelourinhos e sem senzalas.
Aceitando ou não; somos escravos de nós mesmos, de nossas atitudes impensadas, de nosso amor sem amor, de nossas necessidades, na maioria das vezes, tão desnecessárias.
Somos o que somos ou deveríamos ser!... Qualquer outro sacrifício que nos leve a ter poder ou que apenas venha satisfazer nosso ego, jamais valerá a pena.
Sejamos marujos capazes de vivenciar a beleza dos céus, das nuvens, do arco-íris, das ondas do mar, do vóo das gaivotas, do salto repentino de uma baleia, do canto distante que sai da voz de uma sereia.
Sejamos marujos! Jamais escravos!
Sejamos navegadores em busca de uma real aventura de vida. Com amor de verdade, com honestidade, com palavras que orientem e que possam se transformar numa bússola para tantos, que continuam procurando uma coisa que não existe.
A verdadeira felicidade está na paz de espírito!
E os verdadeiros amigos, estão em toda parte, dispostos sim, a passar uma madrugada teclando, trocando idéias e espantando um pouco a solidão que a cada dia acompanha muito mais pessoas mundo afora.
Não somos e não podemos ser uma ilha!
E além disso, estar só não significa necessariamente que vivemos com a solidão.
Muitas e muitas vezes, estamos rodeados por inúmeras pessoas e ainda assim, nos sentimos solitários.
É preciso entender a própria vida, os próprios desejos e vontades.
Só assim, valerá a pena navegar, caminhar pelo deserto e encontrar a ilha da felicidade e o oásis da tranquilidade.
Benvindos sempre às maravilhas do nosso jardim de luz!

- Curitiba , 30 de agosto/ 2006 -
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