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Erotico-->2. RODOLFO -- 27/01/2002 - 09:28 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um ano depois, Rosalinda foi chamada pelo pai, preocupado com as atitudes que vinha tomando em relação aos amigos e colegas.

— Precisamos acertar nossos ponteiros, querida, porque não estou tão tranqüilo quanto sua mãe, vendo você tomando tantas liberdades com a rapaziada.

A jovenzinha fez menção de levantar-se para achegar-se ao pai, mas este a deteve com um gesto:

— Fique aí mesmo, mocinha. Não me venha com agrados, porque vou pensar que você está querendo esconder alguma coisa.

Rosalinda amuou:

— Puxa, pai, como o senhor pensa mal de mim...

— Penso muito bem, querida. Em mim mesmo é que não confio. Quando você vem tão cheia de dengues, logo me deixa desarmado e hoje eu quero ter uma conversa séria com você.

— Tudo bem, mas não precisa...

— Eu acho que preciso, sim.

— Então, pergunte diretamente o que deseja saber.

— Você está namorando alguém?

— Não entendi.

— Claro que entendeu. Você está firme com algum deles?

— O conceito de namorar mudou, pai. Namorar agora significa que as pessoas vivem maritalmente, como marido e mulher. Você quer saber se estou ficando com alguém?

— Ou isso.

— Não, só estou azarando sem nenhum compromisso.

— Quer dizer que ficar é o mesmo que eu entendia como namorar e azarar é o que eu chamava de flertar?

— Como você quer que eu saiba?...

— Não se faça de desentendida. A sua professora deve ter explicado como se dão os encontros entre homens e mulheres.

— A professora de Português não gosta que a gente use a gíria, por isso nos pediu um trabalho de pesquisa a respeito.

— Eu não estou interessado nas palavras. Eu quero saber o que você anda fazendo com os rapazes.

— Estou aprendendo a conhecê-los. Na verdade, eles não gostam muito de se mostrar como são. O que eles querem, você bem sabe.

— Não sei. Diga você.

— Ora, pai. Eles querem transar.

— Ou seja...

— Eles querem conhecer as meninas no sentido bíblico, conforme diria o padre no púlpito.

— Ou seja...

— Não insista, porque já entendeu o que estou dizendo e eu não preciso traduzir cada idéia que exponho para o seu jargão particular.

— É verdade. Quer dizer, é verdade que você não precisa explicar cada coisinha, mas não é verdade que eles só pensem naquilo.

— Ou seja...

O pai não se surpreendia com a vivacidade da filha, mas divertia-se com ela, provocando o mais possível a galhofa, para amenizar o que havia preparado para dizer.

— Ou seja, todos querem relacionar-se com o maior número de moças, para descobrir uma com quem casar e criar família. É isto o que acontece com eles?

— Você não acha que os meus colegas estejam procurando casamento, está? Diz isso porque não quer ir diretamente ao assunto.

— Tem razão. Sua mãe me disse para falar bem claramente o que está preocupando-me. Então, diga-me: você tem tomado cuidado para não engravidar?

A mocinha não pôde evitar um sorriso malicioso.

— Pai, que é isso? Meu hímen está intacto, se é essa a sua preocupação. Quer ver?

— Menina, não seja abusada.

— Então, eu mostro pra mãe.

— Ela não está interessada neste assunto. Eu é que só agora criei coragem para conversar abertamente a respeito de sexo.

— O que você chama de abertamente é o que vem fazendo até agora?

Rodolfo precisou admitir que a observação implícita era justa:

— Se você quiser saber, nem meu pai nem minha mãe nunca falaram comigo assim.

— Mas na escola...

— Os padres e os professores não tocavam no assunto. Quando muito, no confessionário, me diziam que certas coisas eram pecado. Lá eles perguntavam tudo, mas não davam nenhuma explicação: só penitência, quando a gente dizia que tinha feito alguma coisa escondido.

— Eu estou sabendo o que se faz escondido. A professora tem insistido com a gente para tomar cuidado com as infecções...

— E você tem tomado cuidado?

— Claro! Eu só tenho treze anos, mas sinto todas as sensações que qualquer mulher sente.

Rodolfo começava a perder o controle do tema. Não era, positivamente, aquele o rumo que desejava ter imprimido à conversa. Então, tentou encerrar o diálogo:

— Veja se entendi: você não obtém com os rapazes o mesmo prazer que consegue sozinha? É isso?

— Você não acha que está querendo saber demais?

— E se você engravidar?

— E para que existem as camisinhas, desculpe, os preservativos?

— Não me diga...

Aí a mocinha não resistiu e foi abraçar o pai, sussurrando-lhe ao ouvido:

— Obrigado, pai, pelo seu amoroso interesse. Entendi a sua preocupação. Não pense que eu vá dar esse tipo de trabalho a vocês. Vocês estão dando-me uma educação que só me deixa orgulhosa dos pais que possuo. Confiem em mim, por favor.

— Nós confiamos em você, mas temos medo da liberdade que os jovens têm hoje em dia. Não passa um dia sequer sem que a gente fique sabendo que uma adolescente ficou grávida, deixando o filho para os avós cuidar.

— Se Deus quiser, isso jamais vai acontecer comigo, porque eu desejo ter uma carreira profissional vitoriosa e estou prevenida para não cair nesse tipo de armadilha. Fique sossegado, paizinho.

— Quer dizer que você não ficou sentida comigo?...

— Claro que fiquei...

Sorria a diabinha, faceira, a mangar dos pruridos sentimentais do pai.


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