Usina de Letras
Usina de Letras
296 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62165 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4754)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->"Cartões" de Lula -- 16/12/2003 - 09:59 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não só de "cartas" vive Lula, mas também de "cartões". E que "cartões" - nada a ver com Natal! O brasileiro comum, entretanto, não pode conhecer esses "cartões" do Governo Lula Boeing da Silva, porque há o perigo terrorista...

Incrível: o Brasil passou a conhecer uma nova forma de terrorismo, só encontrado aqui - o "terrorismo" dos cartões de crédito de Lula e demais integrantes da Patota do Torto (PT)... (F.M.)

***

(Texto recebido por e-mail em 15/12/2003)

JOSIAS DE SOUZA - DIRETOR
Folha de S. Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O repórter buscava informações sobre cartões de crédito. Súbito, deu de cara com o furo jornalístico: O terror amedronta Brasília. Quem informa é o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência. Aqui se revelou, em 16 de novembro, que o Planalto reservara R$ 4,8 milhões para despesas com cartões de crédito corporativos em 2003. Em carta à Folha, a Casa Civil queixou-se da conclusão de que havia muito dispêndio e pouca transparência. Exigiu "reavaliação". O raciocínio, diz a carta, poderia "dar margem para que se crie a falsa impressão de que se gasta de modo impróprio, o que não corresponde à marca de seriedade e transparência que tem caracterizado este governo".

Seduzido pela "transparência" da gestão petista, o repórter também enviou carta a José Dirceu. Pediu acesso aos extratos dos cartões de crédito da Presidência. A resposta veio na quarta-feira. Em certidão, o secretário de Administração do Planalto, general Romeu Costa Ribeiro Bastos, atualizou o montante de despesas. Entre janeiro e outubro de 2003, o Planalto gastou com cartões R$ 5,045 milhões. Negou-se acesso aos extratos.

O "detalhamento" dos gastos, anotou o general Romeu, constitui "informação reservada". A divulgação colocaria em risco a "segurança do Estado". Cioso da fragilidade do Estado, o repórter pediu, em contato verbal com subordinados de Dirceu, que lhe fosse fornecida ao menos uma lista com a discriminação genérica dos gastos. Nada feito.

Em nota aprovada pelo general Wellington Fonseca, chefe interino do GSI, alegou-se que "nem sequer valores nominais globais, discriminados por natureza de despesas devem ser divulgados".

Diz a nota: "No tocante à segurança presidencial, os assuntos revestem-se de especial cautela, pois a simples informação sobre compra de alimentos poderá aferir o número de pessoas que serão alimentadas ou o tipo de consumo alimentar capaz de ser atingido por atos de terrorismo".

Também "merecem proteção" as despesas com locação de veículos, hospedagem e transportes, porque "dizem respeito à segurança do chefe de Estado, do vice-presidente e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência e de outras autoridades".

Movido por curiosidade descabida, o repórter não se deu conta da mina que se esconde sob o dinheiro de plástico. Mina de pólvora, bem entendido.

Criado por FHC, o cartão de crédito governamental experimentou sob Lula um vertiginoso incremento. Há hoje 106 repartições públicas servindo-se da facilidade. Só no Planalto, há cerca de 30 cartões. São manuseados por igual número de funcionários. Têm licença para gastar. Oito deles, a serviço dos gabinetes de Lula e dos ministros palacianos, respondem por despesas levadas à contabilidade oficial sob a rubrica "peculiaridades".

Esses oito servidores respondem por R$ 4,356 milhões dos R$ 5,045 milhões consumidos com cartões até outubro. O dinheiro pagou de comida a diárias de hotel. Gastos secretos, descobre-se agora. Feitas as contas, restaram R$ 689 mil em dispêndios cujo detalhamento não ofereceria munição aos terroristas.

Curioso incorrigível, o repórter pediu para ver os extratos relativos a esse universo. Foi atendido. Numa sala do Planalto, pôde manusear uma pilha de processos. Pinçaram-se alguns gastos. Chama-se Maria da Penha Pires a servidora que administra o cartão de crédito posto à disposição do ministro Luiz Gushiken (Secom). Paga, por exemplo, despesas com "viagens a serviço".

Gushiken trabalha muito em São Paulo. Dá duro até nos finais de semana. Hospedou-se "a serviço" no Caesar Park de 15 a 17 de agosto (sexta a domingo). Ficou no mesmo hotel de 22 a 25 de agosto (sexta a segunda). Entre 19 e 21 de setembro (sexta a domingo), preferiu acomodar-se "a serviço" no Hotel Cadoro. Afora as diárias, consumiu seis águas, três guaranás, um café, um chá, um suco de frutas, um almoço completo e um beirute de filé mignon (R$ 584). Não foram franqueados ao repórter comprovantes de gastos de colegas de Gushiken. Entre eles Dirceu e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).

Os cartões da Presidência bancam também despesas com a segurança dos filhos de Lula e Marisa. Quatro deles moram em São Bernardo do Campo. Alugou-se uma casa na cidade para abrigar os agentes. Promoveram-se adaptações no imóvel. Coisa barata. Em 28 de agosto, a firma Casimiro Equipamentos Industriais recebeu R$ 700 para subir o muro da casa e instalar portão e grades de proteção. Dinheiro sacado de cartão gerido pelo GSI. Em 29 de setembro, a Casimiro amealhou mais R$ 330. A nota fiscal menciona, de novo, o muro, o portão e as grades. A mesma Casimiro recebeu, em 1º de outubro, um terceiro pagamento - mais R$ 750. A nota fiscal informa que se referem, de novo, ao portão, às grades e ao muro. Como casa com três portões, camada tripla de grades e muro nas nuvens é coisa que nem o medo do terrorismo justifica, é provável que se tenha fracionado a despesa para acomodá-la nos limites do cartão (R$ 800 por compra, no caso do GSI).

Reconheça-se, porque é de justiça, que o grosso dos papéis manuseados tem aparência asséptica. A despeito de incluírem inúmeras compras de conveniência duvidosa: biscoitos, chocolates, doces, bolos, brioches, salgados, mussarela, presunto, cervejas, vasos de violeta e um interminável etc.

É pena que a ameaça terrorista impeça o acesso aos extratos que registram as despesas de Lula e de seu mais seleto grupo de auxiliares. Somam, não é demasiado repetir, R$ 4,356 milhões. Feitos assim, na escuridão própria das coisas secretas, todos esses gastos são pardos.




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui