SEU JULIO BARROS, UM SATÉLITE AMERICANO NA FILIAL DE ENTRERIOS
Com o povo hospitaleiro que tem, a beka Três Rios tem o seu America próprio, que é a grande torcida da cidade. Passei várias vezes por um escritório público e via na porta um emblema do America. Especulava, no íntimo, se o individuo seria torcedor de qual America, do pai carioca ou do filho de Três Rios. Eu já tinha dado por concluido esse livro quando dei com a simpatica e carismática figura do seu Julio, que revelou-se um americano de pedigree, assim como eu.
-- Bom Dia, Senhor! O amigo é americano do Rio ou da cidade?
-- Do Rio.
-- Ah , sim. É que acabei de escrever um livro sobre o America.
-- Pode entrar - Disse seu Julio, levantando-se como um personagem de filme clássicos, começando a mostrar-me
seus inacreditáveis tesouros do America. Era a senha. Pegou um pote cheio de chaveiros do America e disse que era pra distribuir
para as crianças.
-- Puxa, amigo. Obrigado.
Claro que, sendo apenas três, eu jamais irei distribuir. Produtos do Mecão passaram a ser uma reliquia digna
de Vaticano, pois de duas dezenas , talvez um pouco mais, de anos pra cá, o mercado só prioriza o "quarteto fantásdtico" Pus
logo um dos chaveiros em minhas chaves, enquanto nossa conversa foi logo para a situação atual do clube. Seu Julio otimista com a atual diretoria. Eu, nem tanto. Ficamos amigos e combinamos de prestigiar o America da terra. Fiquei de voltar outra hora para ver a montanha de papéis, fotos e documentos que seu Julio guarda sobre o clube com carinho infatintil de colecionador. Voltando para casa, fiquei lembrando
a frase de Oswaldinho: "ninguém sabe explicar o que é ser America". Quando eu pensava ter visto tudo, ou quase tudo,
faltava seu Julio Barros, um verdadeiro Chefão.
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