Parece que o caos econômico global e a desvalorização da vida e da humanidade empurra-nos para uma espécie de espiritualização forçada e doentia. E` o que eu chamaria “desespero dos novos tempos” e “o fim da esperança” como a conhecíamos; ou seja, a utopia de realização que sempre acompanhou a humanidade.
Havia ideais coletivos; fé no futuro; senso de pertencer a uma grande comunidade comum: hippies, pacifistas, socialistas e nacionalistas. Hoje os paradigmas são outros.
O sujeito encontra-se aparentemente só nas suas lutas, desamparado do social, desiludido dos grandes e demorados projetos. Tudo urge.
Quem se atreveria escrever uma epopéia hoje, se a própria existência diária se torna heróica, pois se vive subordinado ao estado, ao mercado tecnológico e a violência?
Seria possível ainda os grandes romances com a banalização do amor e dos fatos? Os grandes indivíduos com a morte das individualidades?
Hoje vive-se de fragmentos. Tribos.
Quem leria os novos potenciais?
O fato e´ que essa busca mística se tornou uma necessidade premente de não se perder a alma nessa contemporaneidade diabólica que aparenta ser cheia de atrativos, mas se a olharmos bem a fundo veremos que e´ o fundo de um poço vazio.
Nosso desafio agora, enquanto espécie, e´ descobrirmos novas formas diárias de sociabilizaçao, comunicabilidade e transcendência, posto que os desafios que surgem nos aponta uma única saída: Deus.
O que queremos dele?
O que ele quer de nós?
Cristo já havia dito que nenhum sinal seria dado senão o sinal de Jonas. Estamos, todos, portanto, espécie e indivíduos, na barriga da Baleia, como o profeta rebelde.
Quando o aparentemente real se torna impossível, o impossível acontece. Logo entraremos na era dos milagres, que vira´ com a revelação de nosso verdadeiro sentido.