A partir dessa concepção, todas as criaturas se favorecem com suas infinitas bênçãos.
Por isso, quando os espíritos se atrevem a comparecer perante a humanidade encarnada, trazem o conforto e o consolo da existência que vibra além-túmulo, a caracterizar a necessidade de elevar-se o ser humano espiritualmente, para que usufrua, em paz e harmonia, os bens superiores das virtudes.
De que adianta aos materialistas a renitência em não admitir nada que possa reger-se através de leis desconhecidas para o padrão físico do ambiente terrestre? Poderão aumentar o gozo dos bens terrenos, evidentemente, por meio do bem-estar do corpo, e desenvolver a inteligência até o limite da percepção de todas as leis cósmicas ou universais. Sem a crença, porém, de que se aplicam todas as equações a outras realidades ou círculos existenciais, a perspectiva da grandeza da própria criatura se restringirá ao alcance de cada um.
No plano da benquerença entre as pessoas é que se filtram os sentimentos e emoções e que se compreende a necessidade de que todos os bem-amados obtenham recursos para tornar a vida mais feliz e mais proveitosa. Simples deformidades físicas ou tremendos aleijões morais irão provocar grave esforço de entendimento, ou os indivíduos depreciarão a natureza, fermentando a idéia de que o que existe se pauta por injusta e seletiva lei geral. O mal acabará entendido como fruto do desequilíbrio das coisas e das mentes, sem qualquer repercussão moral intrínseca, dado que a vida se conterá entre o nascimento e a morte.
Ora, a concepção espiritualista derruba tais barreiras, projetando a sorte de cada um para conseqüente e irredutível futuro, a partir da compreensão e das realizações carnais.
Dado que afirmamos a condição de entidades do mundo espiritual, é de crer-se que o princípio imaterial se coloque em primeiro lugar para as considerações dos leitores. Caso assim não seja, tudo quanto escrevermos se resumirá no pensamento de que existe um encarnado que se faz passar por médium, mas que, na verdade, se utiliza dos recursos da imaginação para a criação de um mundo fantástico.
Plasticamente, o nosso ditado irá adquirir as feições do discurso humano quanto ao arresto argumentativo e à construção dialética, inclusive no que diga respeito às estruturas narrativas, descritivas, poéticas, psíquicas, emocionais e outras.
Sendo assim, nada melhor do que confiar em que o texto resultante deste trabalho possa conter soluções para certos problemas, dificuldades e preocupações dos amigos que nos lerem, a ponto de lhe indicarem a leitura a pessoas de seus círculos sociais, ampliando consideravelmente a abrangência dos ideais espíritas aqui consignados.
Claro está que existem as obras da codificação de Allan Kardec, para as quais endereçamos todos quantos se interessem pelos aspectos filosóficos, científicos, morais e religiosos com tratamento superior. Nem poderia ser diferente. Depois, existe toda uma biblioteca de teóricos e práticos do espiritismo, cada qual orientado para aspectos ímpares da doutrina dos espíritos.
A nossa contribuição, como se verá, estará circunscrita a comentários sobre as atividades do dia-a-dia de algumas personagens empolgadas em dramas do coração. Trata-se de um romance de costumes contemporâneos, a incentivar as reflexões fundamentadas nas virtudes essenciais da pregação de Jesus.
Quanto às informações relativas a quem somos e de onde proviemos, conclua o bondoso leitor através de percuciente análise do texto.