Aos 8 anos de idade, além do bigodinho espesso, o menino exibia um talento deveras especial para promover saias justas e embaraços diversos em reuniões familiares.
"Pai, quando passa uma mulher bonita, cê também fica de pau dulo?", foi o que ele certa vez quis saber, para espanto da família reunida.
Mas não deixava por menos em presença de estranhos. Como numa outra ocasião, ao final de uma cerimônia religiosa, quando o padre veio cumprimentar os fiéis e, tato nenhum, achou de fazer um comentário jocoso sobre aquele buço precoce.
Sensibilidade aguçada e pleno conhecimento de causa, o menino não se fez de rogado: "O meu pai tem dois bigodes. Um na boca e outro no pinto".
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Hoje, o personagem destas e de tantas outras histórias, meu amigo desde sempre e para sempre, também tem dois bigodes. Homem feito, cuja figura mal consigo descolar da imagem que guardo de quando era menino, a voz ao telefone me diz que ainda não vivemos tudo, que muitas outras histórias emocionantes ainda nos terão reunidos pela vida afora.
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