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Poesias-->Lampião moderno -- 16/03/2012 - 08:59 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Lampião Moderno - Poema de Carlos Araujo na voz de Anna Müller



 



http://www.youtube.com/watch?v=E8POxDETnug



 



Lampião Moderno



 



Alguém aí tem resposta



Pra pergunta que eu faço?



Lampião, rei do cangaço



Foi bandido ou foi herói?



Nem sei se esta é a questão,



Pois hoje a corrupção



Tem um punhal cangaceiro



Sem dó e sem piedade,



Sangrando a dignidade



De quem é bom brasileiro.



 



O Virgulino moderno



É bandido refinado:



Exibe carro importado,



Tem jatinho e muito mais.



A caneta é seu fuzil,



Com ela assalta o Brasil



Do jeito que sempre quis:



Feito cupim na madeira,



Fazendo uma buraqueira



Nas finanças do País.



 



Esse novo Virgulino



Não tem chapéu estrelado,



Não sabe dançar xaxado,



Nem canta Mulher Rendeira.



Ele não dorme no mato,



Ama o conforto e o bom trato



E não agüenta repuxo:



Com seu dinheiro e malícia,



Quando foge da polícia,



Se esconde em hotel de luxo.



 



Não anda pelas caatingas,



Nem cruza moita de espinho,



Mas constrói o seu caminho



Com muito nome esquisito:



É fraude, é clientelismo,



É pilhagem, é nepotismo,



É propina, é malandragem.



Mas ele não se contenta:



A tudo isso acrescenta



A mentira e a rapinagem.



 



Quando chega a eleição,



Sendo ele candidato,



Promete roupa, sapato,



Dentadura, leite e lote.



Se tem amigo disposto



A sonegar o imposto,



Ele segura a peteca



Com uma frase canalha:



- Se eu vencer a batalha



Eu perdôo essa merreca!



 



No palanque faz de Deus



O seu cabo eleitoral,



Criando o clima ideal



À exploração da fé.



Seu discurso é de devoto,



Mas sua fé é o voto



Da humilde multidão



Que, inocente, se dobra:



Vira massa de manobra



Nas garras do Lampião.



 



O seu instinto perverso



É muito sofisticado:



Ele mata no atacado,



Quando desvia milhões



Em cada cheque que assina



O bandoleiro assassina



Gente em escala brutal.



De onde vem a matança?



Da falta de segurança,



De médico, hospital...



 



É direito da criança



Ensino de qualidade,



Mas dessa realidade



Pouca criança desfruta.



E quanto ao saneamento,



Não existe investimento



Neste importante setor,



Porque o nosso dinheiro



Vai parar no estrangeiro,



Na conta do malfeitor.



 



O cangaceiro de hoje



Tem site na Internet



E grava até em disquete



Os seus planos de ação.



Certo da impunidade,



Ele se sente à vontade



Pra dizer sem embaraço,



Justificando a orgia:



- Lampião nada fazia



Já eu roubo mas eu faço!



 



Penso até ser injustiça



Comparar o Virgulino



Lá do sertão nordestino



Com esses cabras de hoje.



Pois de uma coisa estou certo:



Lampião nem chega perto



Desses que, de forma vil



E com bastante requinte,



Saqueiam o contribuinte



Que ainda crê no Brasil.



 



Ah, capitão Virgulino,



Que andas fazendo agora?



Chega de tanta demora.



Sai dessa cova ligeiro,



Vem retomar teu reinado!



Anda logo, desgraçado,



Chama teus cabras de fama,



Traz Corisco e Ventania,



Quinta-Feira e Pontaria,



Tira o país dessa lama!



 



Chama Dadá, traz Maria,



Pra te dar inspiração,



Traz Canário e Azulão.



Onde andam Moita Brava,



Jararaca e Zé Sereno,



Que provaram do veneno



Da refrega sertaneja?



E Bem-Te-Vi, bom de briga,



Cantando a mesma cantiga,



Não vai fugir da peleja.



 



Não esquece Volta Seca,



Sabonete e Jitirana,



Que viravam caninana,



Nos instantes de combate.



Chama também Zé Baiano,



Pois entra ano e sai ano



E a coisa fica mais feia.



Já são muitos os excluídos



E a culpa é de bandidos



Que precisam levar peia!



 



Anda logo, que o Brasil



Já se cansou do teu mito,



Ouve o apelo e o grito



Do povo deste país.



Mas cuidado, Capitão,



Cuidado com a mangação



Que pode ser um horror.



Já tem corrupto espalhando



Que, em formação de bando,



Lampião era amador!



 



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