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Teses_Monologos-->Minha Luta por Adolf Hitler - CAPÍTULO VII -- 19/09/2003 - 10:08 (((((EU SOU DO SUL))))) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CAPÍTULO VII - A REVOLUÇÃO

A propaganda inimiga tinha começado entre nós, no ano de 1915; desde 1916 tornou-se cada vez mais intensa, para finalmente se transformar, no começo de 1918, numa onda avassaladora. Podia se. então, a cada passo, reconhecer os efeitos desta conquista de almas. O exército alemão aprendia aos poucos a pensar conforme o inimigo desejava.
A nossa reação, no entanto, falhava inteiramente.
Entre os dirigentes responsáveis pela direção do exército, havia a intenção de aceitar a luta também para esse desideratum. Sob o ponto de vista psicológico, cometeu-se um erro, deixando que esses esclarecimentos se processassem no seio da própria tropa. Para ser eficiente elas deveriam ter vindo da nação. Só então poder-se-ia contar com o seu sucesso, entre homens que há quatro anos escreviam para a história de sua Pátria páginas imorredouras, de inigualáveis feitos heróicos, alcançados no meio das maiores dificuldades e privações.
No entanto, o que, da Pátria, chegava às linhas da frente?
Era isso estupidez ou crime?
Em pleno verão de 1918, após a evacuação da margem sul do Mama, a imprensa, sobretudo, a imprensa alemã se portava de modo tão miseravelmente inábil, mesmo criminosamente imbecil, que, diariamente, a par do ódio crescente, ocorria-me perguntar se, na realidade, não haveria mesmo ninguém capaz de pôr um fim a esse desperdício do heroísmo do exército.
Que aconteceu em França quando, em 1914, de vitória em vitória, varríamos o solo francês?
Que fez a Itália nos dias da derrocada de seu front do Isonzo? Que fez a França na primavera de 1918, quando o ataque das divisões alemãs parecia abalar as suas posições nos seus fundamentos e quando as baterias de longo alcance começaram a fazer sentir os seus efeitos em Paris? Como lá se soube tirar partido da paixão nacional levada ao paroxismo, lançada em rosto aos regimentos em retirada desabalada! Como trabalhou a propaganda na influenciação da massa, no sentido de inculcar a fé na vitória final no coração dos soldados dos fronts rompidos!
Que aconteceu entre nós?
Nada ou pior do que isso.
Naquela ocasião subiam-me à cabeça a raiva e a indignação quando, ao ler os jornais, tinha de analisar, sob o ponto de vista psicológico, aquela matança em massa.
Mais de uma vez me atormentou a idéia de que, se a Providência me tivesse colocado no lugar desses ignorantões ou mal intencionados incompetentes ou criminosos de nosso serviço de propaganda, talvez outro tivesse sido o desfecho da luta.
Senti, pela primeira vez, nesses meses, a maldade da sorte que me mantinha no front, ao alcance do tiro de qualquer negro, enquanto, no seio da Pátria, eu poderia prestar serviços mais eficientes.
Já naquela ocasião, tinha bastante confiança em mim mesmo para acreditar que teria levado a cabo tal empresa.
Eu não passava, porém, de um desconhecido, um entre oito milhões! Assim sendo, o melhor era calar a boca e tratar de cumprir, na posição em que estava, o meu dever, da melhor maneira.
No verão de 1915. caíram em nossas mãos os primeiros boletins inimigos.
Seu conteúdo era quase sempre o mesmo, se bem que com algumas variantes na forma da exposição. Todos afirmavam que a miséria na Alemanha aumentaria cada vez mais; que a duração da guerra seria infinita, que as probabilidades de vitória seriam cada vez menores, que o povo em casa cada vez mais desejava a paz, que só o "militarismo" e o "Kaiser" queriam a continuação da guerra; que o mundo inteiro - que bem sabia disso - não fazia a guerra ao povo alemão e sim exclusivamente ao único culpado que era o Kaiser, que a luta não teria fim antes do afastamento desse inimigo da humanidade pacífica; que as nações liberais e democráticas aceitariam a Alemanha, uma vez acabada a guerra, na liga eterna da paz mundial, aceitação essa que seria garantida, desde o momento em que estivesse aniquilado o "militarismo prussiano", etc., etc.
Para melhor ilustrar o exposto não raras vezes eram então transcritas "cartas de casa", isto é, das famílias dos soldados, cujo conteúdo parecia apoiar essas afirmações.
No primeiro momento, os soldados, na sua maioria, levavam na troça essas tentativas do inimigo. Os boletins eram lidos, em seguida enviados para a retaguarda aos estados-maiores e, na maioria dos casos, olvidados até que o vento trouxesse novo carregamento para dentro das trincheiras. Geralmente eram aeroplanos que distribuíam esses boletins.
Nesse processo de propaganda, evidenciava-se, à primeira vista, o fato de atacarem com veemência a Prússia, justamente nos setores do front, onde havia bávaros. Asseverava-se que a Prússia era o verdadeiro culpado e responsável pela guerra e que, por outro lado, não havia, especialmente contra a Baviera, a menor animosidade. É verdade, diziam, que nada se podia fazer em seu favor, enquanto ela se encontrasse a serviço do militarismo prussiano, auxiliando-o a "tirar as castanhas do fogo".
Esta maneira de persuadir começou na realidade já em 1915 a produzir certos efeitos. No seio da tropa, a má vontade contra a Prússia crescia visivelmente, sem que as autoridades tomassem quaisquer providências. Evidentemente, isso foi mais do que uma simples negligência que mais cedo ou mais tarde se faria sentir, de maneira terrível, não só contra a "Prússia" mas também contra o povo alemão, no seio do qual, a Baviera ocupa lugar de destaque.
Desde o ano de 1916, a propaganda inimiga começou a alcançar triunfos completos, nesse sentido.
Além disso, as queixas que se continham nas cartas das famílias- dos soldados vinham produzindo, há muito, os seus naturais efeitos. Já não era nem mais necessário que o inimigo as transmitisse ao front, por meio de boletins, etc. Contra esse estado de coisas também não se tomaram providências "por parte do governo", salvo algumas "exortações", psicologicamente asnáticas. O front continuou a ser inundado com esse veneno fabricado em casa por mulheres ingênuas, as quais, naturalmente, não suspeitavam que esse era o meio de reforçar ao extremo, no espírito do inimigo, a confiança na vitória e que assim prolongavam e agradavam os sofrimentos dos seus parentes em luta nas trincheiras. As cartas levianas das mulheres alemãs custaram a vida a centenas de milhares de homens.
Assim, já em 1916, começaram a aparecer sintomas alarmantes. O front vociferava e mostrava-se descontente com muitas coisas, e, às vezes, com razão, se indignava.
Enquanto os soldados, pacientemente passavam fome nas linhas da frente e os seus parentes sofriam grandes privações em casa, em outros lugares havia abundância e dissipação.
Mesmo no campo da luta, nem tudo, a esse respeito, se passava, como seria de esperar.
Assim, já naquela ocasião, murmurava se contra esse estado de coisas. Essas reclamações não passavam, porém, de questões "domésticas". O mesmo homem que, pouco antes, tinha vociferado e resmungado, poucos minutos depois cumpria silenciosamente o seu dever, com a máxima naturalidade. A mesma companhia, que pouco antes se manifestara descontente, agarrava-se a um pedaço de trincheira, cuja defesa lhe tinha sido confiada, como se o destino da Alemanha dependesse exclusivamente desses 100 metros de buracos de lama. Esse era ainda o front do velho e maravilhoso exército de heróis.
A diferença entre eles e a Pátria iria eu conhecer em uma mutação brusca.
Em fins de setembro de 1916, a minha divisão se deslocou para a batalha do Somme. Essa foi para nós a primeira das. formidáveis batalhas materiais que se seguiram, e a impressão, difícil de descrever, era mais de inferno do que de guerra.
Semanas a fio, sob o furacão do fogo de barragem resistia o front alemão, às vezes comprimido um pouco para trás, às vezes avançando de novo, porém nunca recuando.
A 7 de outubro de 1916 fui ferido.
Consegui ser levado para a retaguarda e devia voltar para a Ale. manha em um trem de ambulância.
Dois anos se haviam passado sobre a última vez que eu vira a Pátria, período de tempo, quase infinito, em tais circunstâncias.
Eu mal podia imaginar a existência de alemães que não estivessem metidos em uniforme. Quando, em Hermies, no hospital de feridos, quase estremeci de susto ao ouvir a voz de uma mulher alemã enfermeira que tinha dirigido a palavra a um meu vizinho de cama.
Ouvir um tal som pela primeira vez após dois anos!
Quanto mais o trem, que nos devia conduzir à Pátria, se aproximava da fronteira, tanto mais inquieto cada um se sentia intimamente. Sucediam-se as localidades pelas quais, há dois anos atrás, tínhamos passado como jovens soldados:- Bruxelas, Louvam, Liége, e finalmente acreditamos reconhecer a primeira casa alemã com a sua cumeeira alta e suas lindas janelas.
A Pátria!
Era outubro de 1914, ardíamos de entusiasmo ao atravessar a fronteira; agora reinavam o silêncio e a comoção Cada um se sentia feliz por ter o destino lhe permitido rever ainda uma vez o solo pátrio que tivera de defender com sua vida; e quase que se envergonhava de se sentir observado pelos outros. Quase no dia de completar um ano da minha partida, fui internado no hospital de Beelitz, perto de Berlim.
Que mudança! Da lama da batalha do Somme às camas brancas dessa construção maravilhosa! No princípio quase não ousávamos nos deitar nesses leitos. Só lentamente poderíamos rios acostumar a esse novo mundo, tão diferente das trincheiras!
Infelizmente, porém, este mundo era também novo noutro sentido.
O espírito do exército no front parecia não encontrar acolhida aqui. Algo, ainda desconhecido no front, ouvi aqui pela primeira vez:- o elogio da própria covardia!
Lá fora seria possível maldizer e ouvir vociferar, porem nunca com a intenção de faltar com o dever ou de glorificar o covarde. Não! O covarde era sempre considerado covarde e mais nada; e o desprezo que o atingia era sempre geral, assim como geral era a admiração que se dedicava ao verdadeiro herói. No hospital, entretanto, dava-se já em parte o inverso: Os mais deslavados instigadores é que tinham a palavra e procuravam, com todos os recursos da sua verborragia lamentável, tornar ridículos os conceitos do soldado decente e proclamar como virtude a falta de caráter do covarde. Eram sobretudo alguns miseráveis rapazolas que davam o tom. Um deles se vangloriava de ter ele mesmo passado a mão pelo arame farpado, a fim de ir para o hospital. Ele parecia, não obstante esse ferimento ridículo, já estar ali há muito tempo, e que, só por um embuste, tinha vindo num trem de transporte para a Alemanha. Este sujeito venenoso ia tão longe, a ponto de colocar a própria covardia num pé de igualdade com a valentia superior ou a morte heróica de um soldado decente. Muitos ouviam silenciosos, outros se afastavam, outros, porém, concordavam.
Eu estava enojado; no entanto o instigador era tolerado no estabelecimento. Que se devia fazer? A direção devia saber e sabia quem e o que ele era. Entretanto nada acontecia.
Logo que pude andar de novo, consegui licença para ir a Berlim.
A miséria áspera, mais negra, era visível por toda a parte. A cidade de milhões estava faminta. O descontentamento era grande. Em muitas casas visitadas por soldados, o tom era semelhante ao do hospital. Tinha-se a impressão de que esses indivíduos procuravam justamente esses lugares, a fim de espalhar aí o seu modo de pensar.
Muito e muito pior era, porém, a situação em Munique! Quando me restabeleci e tive alta do hospital e fui transferido para o batalhão de reserva pensei não reconhecer mais a cidade. Descontentamento, desânimo, imprecações por toda a parte. Mesmo no batalhão de reserva, o moral era abaixo da critica. Para isso contribuía aqui a maneira grandemente inábil como os antigos oficiais instrutores tratavam os soldados vindos do front. Eles ainda não tinham estado uma hora sequer no front e, por esse motivo, sã em parte conseguiam estabelecer relações cordiais com os velhos soldados Estes possuíam certas particularidades oriundas dos serviços de campanha, as quais eram inteiramente incompreensíveis para os dirigentes dessas tropas de reserva e que só o oficial vindo do front poderia compreender. Este último naturalmente era considerado pelos soldados, doutra maneira que não o era pelo comandante de etapas". Abstraindo disso tudo, porém, a impressão geral era péssima. Ser reacionário era considerado sinal de superioridade; a perseverança no cumprimento do dever tomava-se como fraqueza ou estreiteza de espírito. Os escritórios estavam repletos de judeus. Quase todo escriturário era judeu e quase todo judeu era escriturário. Eu ficava abismado ante essa massa de lutadores do povo eleito e não podia deixar de compará-la com os poucos representantes no front.
No mundo dos negócios, pior ainda era o estado de coisas. Nesse ponto, o povo judeu tinha se tornado na realidade "indispensável". O morcego tinha começado a lentamente chupar o sangue do povo. Pelos caminhos Indiretos das sociedades de guerra, tinha-se achado uma maneira de eliminar aos poucos a economia nacional livre.
Pregava-se a necessidade de uma centralização sem limites.
Assim é que, na realidade, já no ano de 1916 para 1917, quase toda a produção se achava sob o controle dos financistas judeus.
Contra quem, porém, se dirige o ódio do povo? Nessa época, eu via com pavor aproximar-se uma calamidade que, se não fosse desviada em tempo oportuno, teria de provocar a debacle.
Enquanto o judeu roubava a nação inteira e a oprimia sob o seu jugo, instigava-se o povo contra os "Prussianos". Como no front, também aqui não se tomavam providências contra essa propaganda venenosa. Parecia não passar pela cabeça de ninguém que o colapso da Prússia estava longe de provocar o soerguimento da Baviera. Ao contrário, a queda de um teria de arrastar o outro para o abismo, impiedosamente.
Sentia-me infinitamente mal ante essa atitude. Nela eu via o mais genial manejo dos judeus, que desejavam afastar de si a atenção geral para dirigi-la para outros assuntos. Enquanto brigava o bávaro com o prussiano, ele roubava aos dois a existência; enquanto se falava mal, na Baviera, do prussiano, o judeu organizava a revolução e destruía ao mesmo tempo a Prússia e a Baviera.
Eu não podia tolerar essa maldita luta entre filhos do mesmo povo; por isso, sentia-me contente por voltar ao front, para onde, ao chegar em Munique, tinha pedido minha transferência.
No princípio de março de 1917, encontrava-me de novo no meu regimento.
Lá para os fins do ano de 1917, parecia ter atingido o máximo o desânimo no exército. O exército inteiro, após o colapso russo, estava animado de nova esperança e de nova coragem. A tropa começava cada vez mais a se convencer de que a luta havia de acabar com a vitória da Alemanha. Ouvia-se, novamente cantar, e os agourentos cada vez eram mais raros. Tinha-se de novo fé no destino da Pátria.
Sobretudo o colapso italiano, no outono de 1917, tinha produzido um efeito maravilhoso. Via-se nessa vitória a prova da possibilidade de romper o front, mesmo abstraindo o teatro de operações russas. Uma fé maravilhosa invadia novamente o coração de milhões, e fazia com que aguardassem com confiança a primavera de 1918. O inimigo, porém, estava visivelmente abatido. Nesse inverno houve mais calma do que de costume; era a calma que precede a tempestade.
Justamente enquanto o front fazia os últimos preparativos para o término final da luta, enquanto transportes de homens e material rolavam para as linhas do oeste, e a tropa recebia instruções para o grande ataque, arrebentou na Alemanha a maior patifaria de toda a guerra.
A Alemanha não devia vencer. A última hora, quando a vitória começava a se decidir pelas bandeiras alemãs, lançou-se mão de um meio que parecia adequado a sufocar, de um golpe, no nascedouro, a ofensiva alemã da primavera, tornando a vitória impossível.
Organizou-se a greve de munições. Caso ela vingasse, o front alemão teria de se esfacelar e seria realizado o desejo, manifestado pelo "Vorwärts" de que a vitória desta vez não fosse das cores alemãs. A linha da frente teria de ser rompida, em poucas semanas, por falta de munição. A ofensiva seria assim evitada, a Entente estaria salva e o capital internacional se teria tornado dono da Alemanha. A finalidade Intima do marxismo, isto é, a mistificação dos povos, teria sido atingida. A destruição da economia nacional, em beneficio do capital internacional, é um fim que foi atingido graças à tolice e à boa fé de um lado e a uma covardia inominável do outro.
É verdade que a greve de munição, que visava anular o front pela falta de armas, não teve o sucesso esperado. Ele desmoronou cedo demais para que a falta de munição, conforme estava planejado, pudesse ter condenado o exército à destruição. Tanto mais terrível, porém, foi o dano moral provocado.
Em primeiro lugar, todos se perguntavam: Para que, afinal de contas, lutava o exército, se a própria Pátria não desejava a vitória? Para que os enormes sacrifícios e privações? O soldado tem de lutar pela vitória e a Pátria faz greve!
Em segundo lugar, qual teria sido o efeito desses acontecimentos sobre o inimigo?
No inverno de 1917 a 1918, pela primeira vez, nuvens tenebrosas surgiram no firmamento do mundo aliado. Durante quase quatro anos. tinha-se investido contra o gigante alemão, sem se ter podido derrubá-lo e, no entanto, este só tinha um escudo para se defender, enquanto a espada tinha de distribuir golpes, ora para o oeste, ora para o sul. Finalmente o gigante estava com as costas livres. Rios de sangue tinham corrido até ele abater definitivamente um inimigo. Era chegado o momento de, no oeste, juntar a espada ao escudo e se, até então, o inimigo não tinha conseguido romper a defensiva, a ofensiva ia atingi-lo em cheio.
Ele era temido e receava-se a sua vitória.
Em Londres e Paris sucediam se as conferências. Até a propaganda inimiga já se fazia com dificuldade. Já não era tão fácil demonstrar a improbabilidade da vitória alemã. O mesmo se dava nas frentes de batalha, onde reinava silêncio absoluto, até nas tropas aliadas. Esses senhores tinham perdido de repente a insolência. Também para eles, as coisas começaram lentamente a aparecer sob uma luz desagradável. A sua atitude interna com relação ao soldado alemão tinha-se modificado. Até então, os nossos soldados eram vistos como loucos a quem uma derrota certa esperava. Agora, porém, estava diante deles o destruidor do aliado russo. A restrição das ofensivas alemãs do oeste. provindas da necessidade, pareciam entretanto tática genial. Durante três anos os alemães tinham investido contra a Rússia, no princípio aparentemente sem o menor sucesso. Quase que se tinha rido desse começo de luta. No final das contas, o gigante russo teria de sair vencedor graças à superioridade numérica. A Alemanha, porém, estava fadada a esvair-se em sangue. A realidade parecia justificar essas esperanças.
Desde os dias de setembro de 1914, quando. pela primeira vez, começaram a rolar para a Alemanha, pelas ruas e estradas, os magotes Infinitos dos prisioneiros russos da batalha de Tennenberg, a avalanche parecia não ter fim. Entretanto, cada exército batido e destruído era substituído por um novo. O Império colossal fornecia ao Czar cada vez novos soldados e à guerra suas novas vítimas e isso inesgotavelmente. Quanto tempo poderia a Alemanha resistir a essa corrida? Não chegaria o dia em que, após uma última vitória alemã, não aparecessem os últimos exércitos para a última batalha? E mais! Na medida das possibilidades humanas, a vitória da Rússia poderia ser postergada, porém, teria de vir.
Agora tinham acabado todas essas esperanças. O aliado que tinha trazido ao altar dos interesses comuns os maiores sacrifícios em sangue, tinha chegado ao fim de suas forças e jazia no chão à mercê do inimigo inexorável. O medo e o pavor se infiltravam nos corações dos soldados, que até então eram animados de uma crença quase cega. Temia-se a primavera próxima. Pois, se até então não se tinha conseguido derrubar o alemão, que, só em parte, tinha podido atender ao front ocidental, como se poderia ainda contar com a vitória, agora que parecia se reunir a força toda do Estado heróico nessa frente?
A imaginação era trabalhada pelas sombras das montanhas do sul do Tirol. Até na névoa do Flandres se projetavam as fisionomias sombrias dos exércitos batidos de Cadorna, e a fé na vitória cedia o lugar ao medo da próxima derrota.
Quando já se pensava ouvir o rolar uniforme das divisões de ataque do exército alemão em marcha, e quando já se esperava o juízo final, eis que irrompe da Alemanha uma luz vermelha que projeta a sua sombra até o último buraco de trincheira inimiga. No momento em que as divisões alemãs recebiam as últimas instruções para a grande ofensiva, declarava-se na Alemanha a greve geral.
A primeira impressão do mundo foi de estupefação. Em seguida, porém, a propaganda inimiga, tomando novo alento, atirou-se a essa tábua de salvação da décima segunda hora. De um golpe se tinham encontrado os meios de 1-eviver a confiança arrefecida dos soldados aliados, de apresentar a probabilidade de vitória como sendo uma certeza e de transformar a pavorosa depressão com relação aos acontecimentos vindouros em confiança absoluta. Podia-se agora inculcar aos regimentos, até então na expectativa do ataque alemão, a convicção, na maior batalha de todos os tempos, de que a decisão final dessa guerra não ia depender do arrojo da ofensiva alemã e sim de sua persistência na defensiva. Os alemães podiam obter quantas vitórias quisessem, na sua pátria esperava-se uma revolução e não o exército vitorioso.
Os jornais ingleses, franceses e americanos começaram a semear essa convicção no coração de seus leitores, enquanto uma propaganda imensamente hábil era utilizada com o fim de elevar o moral das tropas.
"A Alemanha às vésperas da revolução! A vitória dos aliados inevitável!" Este foi o melhor remédio para pôr o indeciso Tommy e o Poilu de novo firmes sobre as pernas. Podiam agora fazer funcionar de novo os fuzis e os fuzis-metralhadoras e, no lugar de uma fuga em pânico, estabeleceu-se resistência cheia de esperanças.
Foi esse o resultado da greve das munições. Ela reavivou entre os povos inimigos a fé na vitória e pôs termo à paralisaste depressão no front aliado. Em conseqüência disso, milhares de soldados alemães tiveram que pagar com seu sangue esse desatino. Os promotores desse mais que infame golpe eram aqueles que esperavam obter os mais elevados postos administrativos na Alemanha revolucionária.
Do lado alemão poder-se-ia talvez ter reagido com sucesso, do lado do inimigo entretanto as conseqüências eram inevitáveis. A resistência tinha deixado de ser aquela oferecida por um exército que considerava tudo perdido e foi substituída por uma luta de vida e de morte pela vitória.
A vitória tinha de vir. Bastava para isso que o front ocidental resistisse alguns meses à ofensiva alemã. Nos parlamentos da Entente reconheceram-se as possibilidades do futuro, e foram concedidos créditos imensos para a continuação da propaganda com o fim de destruir a unidade alemã.
Eu tive a felicidade de poder tomar parte nas duas primeiras ofensivas e na última.
Estas se tornaram a mais tremenda impressão de toda minha vida; tremenda porque, pela última vez, a luta perdeu o seu caráter de defensiva e tornou-se uma ofensiva, como em 1914. Pelas trincheiras dó exército alemão passou um novo alento quando, finalmente, depois de três anos de espera no inferno inimigo, tinha chegado o dia da "revanche". Mais uma vez exultaram os batalhões vitoriosos e as últimas coroas de louro entrelaçaram-se às bandeiras vitoriosas. Mais uma- vez retumbaram as canções à Pátria, ao longo das colunas em marcha, e, pela última vez, a misericórdia divina sorria a seus filhos ingratos.
Em pleno verão de 1918, pairava uma atmosfera pesada sobre o front. Na Pátria havia dissenções. Qual era a causa? Muita coisa se contava entre as diversas unidades do exército. Dizia-se que a guerra agora se tornara sem finalidade, pois, somente loucos poderiam acreditar na vitória. Não era mais o povo, e sim os capitalistas e a monarquia que estavam interessados em continuar a guerra. Todas essas notícias vinham da Pátria e eram discutidas no front.
No princípio o soldado pouco reagia contra isso. Que nos importava o sufrágio universal? Era por ele que nós vínhamos combatendo há quatro anos? Foi um golpe infame esse de roubar dessa maneira, no túmulo, a finalidade da guerra ao herói morto. Há tempos os jovens regimentos não tinham marchado, em Flandres, para a morte, com o grito "Viva o sufrágio universal secreto" e sim bradando "Deutschland über alles". Pequena, porém, não totalmente- insignificante diferença! Aqueles que gritavam pelo direito de voto, na sua grande maioria, não tinham estado lá para lutar por essa conquista. O front não conhecia essa canalha política. Lá- onde se encontravam os alemães decentes que permaneceriam, enquanto sentissem um sopro de vida, só se via uma fração diminuta dos senhores parlamentares.
O front, na sua primitiva situação, tinha muito pouco interesses pelo novo alvo de guerra dos senhores Ebert, Scheidmann, Barth, Liebknecht. etc. Não se podia compreender porque esses reacionários se arrogavam o direito de, passando por cima do exército, controlar o Estado.
Minhas noções políticas pessoais estavam fixadas desde o começo. Eu odiava essa corja de miseráveis partidários traidores da nação. Há muito tempo eu tinha compreendido que para esses tratantes não se- tratava do bem da nação e sim de encher os seus bolsos vazios. E o fato de eles estarem dispostos a sacrificar a Nação inteira por esse fim e de permitir, se necessário fosse, a destruição da Alemanha, fez com que perante meus olhos merecessem a forca. Tomar em consideração os seus desejos significava sacrificar os interesses do povo trabalhador em favor de alguns batedores de carteira. Só se poderia satisfazer os seus desejos no caso de se estar decidido a abrir mão da sorte da Alemanha. Assim pensava a maioria do exército combatente. Mas o reforço vindo da Pátria se tornava cada vez menos eficiente, de sorte que a sua vida, em vez de produzir um aumento de combatividade, tinha o efeito contrário. Sobretudo o reforço constituído pelos novos soldados era na maior parte inútil. Dificilmente se poderia acreditar que esses eram filhos do mesmo povo que tinha mandado a sua juventude para a luta em Ypres.
Em agosto e setembro, aumentaram cada vez mais os sintomas de decadência, embora o efeito do ataque inimigo não pudesse ser comparado com o pavor produzido pelas nossas batalhas defensivas de outrora. Comparadas a elas, as batalhas do Somme e de Flandres eram coisas do passado, de horripilante memória.
Em fins de setembro, a minha divisão, pela terceira vez, chegava às posições que tínhamos tomado de assalto, quando éramos ainda um regimento de voluntários, recentemente formado.
Que reminiscências! Em outubro e novembro de 1914, tínhamos ali recebido nosso batismo de fogo. Com o coração ardendo de patriotismo e com canções nos lábios, tinha o nosso novo regimento seguido para a batalha, como para uma festa. O sangue mais caro era dado com prazer à Pátria, pensando cada um com isso garantir à Nação a sua independência e a sua liberdade.
Em julho de 1917, pisamos, pela segunda vez, o solo tão sagrado para nós todos, pois nele repousavam nossos melhores camaradas que, quase ainda crianças, tinham se lançado à morte, de olhos fixos na Pátria querida! Nós, os velhos, que outrora ali passamos com nosso regimento, quedávamo-nos respeitosamente comovidos diante desse lugar sagrado, onde tínhamos jurado "fidelidade e obediência até à morte". Esse terreno, há três anos atrás tomado de assalto pelo nosso regimento, tinha agora de ser defendido numa tremenda batalha defensiva.
O Inglês preparava a grande ofensiva do Flandres com um fogo de barragem que já durava três semanas. Parecia então que o espírito dos mortos revivia; o regimento se agarrava com unhas e dentes à lama imunda, apagava-se aos buracos e às fendas do solo, sem se abalar nem ceder um palmo, e ia se tornando, como já uma vez, cada vez mais desfalcado, até que, finalmente a 31 de julho de 1917, se desencadeou o ataque dos ingleses.
Nos primeiros dias de agosto fomos substituídos. O regimento tinha se transformado em algumas companhias; estas marchavam para a retaguarda, recobertas de lama, mais se assemelhando a espectros do que a criaturas. Fora algumas centenas de metros de buracos de granadas, o inglês só tinha conseguido encontrar a morte.
Agora no outono de 1918, estávamos, pela terceira vez, no terreno da ofensiva de 1914. A nossa cidadezinha, Comines, outrora tão sossegada, tinha se transformado em campo de batalha. É verdade que, embora o terreno da luta fosse o mesmo, as criaturas tinham mudado: fazia-se agora política entre a tropa. O veneno da Pátria começou, como em toda parte, a trazer até aqui os seus efeitos. Os reforços mais novos falharam inteiramente - eles tinham vindo da Pátria, já contaminados.
Na noite de 13 a 14 de outubro, começou o bombardeio a gás na frente sul de Ypres. Empregava-se um gás cujo efeito ignorávamos ainda. Nessa mesma noite, eu devia conhecê-lo por experiência própria. Estávamos ainda numa colina ao sul de Werwick, na noite de 13 de outubro, quando caímos sobre um fogo de granadas que já durava horas e que se prolongou pela noite a dentro, de maneira mais ou menos violenta. Lá por volta de meia-noite, já uma parte de nossos companheiros tinha sido posta fora de combate, alguns para sempre. Pela manhã senti também uma dor que de 15 em 15 minutos se tornava mais aguda e, às 7 horas da manhã, trôpego e tonto, com os olhos ardendo, eu me retirava levando comigo a minha última mensagem da guerra.
Já algumas horas mais tarde, os meus olhos tinham se transformado em carvão incandescente. Em torno de mim tudo estava escuro.
Foi assim que eu vim para o hospital de Pasewalk na Pomerânia e ali tive de assistir a revolução!
Já há algum tempo pairava no ar algo de incerto e desagradável. Dizia-se que, dentro de algumas semanas, ia haver alguma coisa. Eu não compreendia o que se queria dizer com isso. Primeiramente, pensei numa greve semelhante à da primavera. Boatos desfavoráveis com relação à Marinha apareciam constantemente, dizia-se que esta estava em plena efervescência. Pensei que isso fosse mais o resultado da fantasia de alguns indivíduos do que a opinião da grande massa. No hospital quase todos falavam esperançados no breve término da guerra, porém, ninguém contava com isso "imediatamente". Os jornais, eu não os podia- ler.
Em novembro aumentou a tensão geral.
E, finalmente, um dia, inopinadamente, deu-se a desgraça. Marinheiros vindos em caminhões incitavam à revolução. Alguns rapazolas judeus eram os "dirigentes" dessa luta pela "liberdade, beleza e dignidade" de nosso povo. Nenhum deles tinha estado no front. Os três orientais tinham sido mandados para casa pelo recurso a um "lazareto de doenças venéreas". Agora içavam na Pátria o trapo vermelho.
Ultimamente, eu tinha melhorado um pouco. A dor cruciante nos olhos diminuía. Aos poucos eu conseguia - distinguir imprecisamente os que me cercavam. Podia alimentar a esperança de recuperar a vista, ao menos a ponto de poder exercer mais tarde uma profissão qualquer. É verdade que eu não poderia jamais pensar em desenhar. Achava-me assim no caminho da convalescença, quando aconteceu a calamidade.
Ainda tive a esperança de que se tratasse de uma traição mais ou menos de caráter local. Cheguei a procurar convencer alguns camaradas nesse sentido. Sobretudo os meus companheiros bávaros do hospital estavam inclinados a pensar assim. Lá o ambiente era tudo, menos revolucionário. Nunca pude imaginar que também era Munique a loucura se desencadeasse. A mim me parecia que a fidelidade à digna casa de Witteisbach fosse mais forte do que a vontade de alguns judeus. Assim me convenci de que se tratava de um pronunciamento simples da Marinha, o qual seria dominado em poucos dias.
Os dias seguintes foram passando e, com eles, veio a mais terrível certeza de minha vida. Os boatos aumentavam constantemente. O que eu tinha tomado por uma questão local era na realidade uma revolução geral. Além disso chegavam a cada instante as noticias mais vergonhosas do front. Queria-se capitular.
Mas, Senhor, seria possível tal coisa?
A dez de novembro o velho pastor veio ao hospital para uma pequena prédica.
Foi então que soubemos de tudo.
Estava presente e fiquei profundamente emocionado. O velho e digno senhor parecia tremer ao nos comunicar que a casa dos Hohenzollern não mais poderia usar a coroa imperial e que a Pátria se tinha transformado em república, e que só restava pedir ao Todo-Poderoso que concedesse a sua bênção a essa transformação e não abandonasse o nosso povo de futuro. Ele não podia deixar de, em poucas palavras, relembrar a casa imperial; queria prestar homenagens aos serviços dessa Casa à Prússia, à Pomerânia, enfim a toda Pátria alemã e, nesse momento, o bom velho começou a chorar. No pequeno salão havia profundo desânimo em todos os corações e creio que não havia quem pudesse conter as lágrimas. Quando o pastor procurou continuar e começou a comunicar que teríamos que acabar essa longa guerra e que a nossa Pátria, agora que tínhamos perdido a guerra e estávamos sujeitos à misericórdia do inimigo, iria sofrer grandes opressões e que o armistício seria aceito dependendo da magnanimidade dos nossos inimigos - eu não me contive. Para mim era impossível permanecer onde estava. Comecei a ver tudo preto em torno de mim e cambaleando voltei ao dormitório. Joguei-me na cama e cobri a cabeça em fogo com o cobertor e o travesseiro.
Desde o dia em que estivera diante do túmulo de minha mãe nunca mais tinha chorado. Quando na minha juventude o destino era duro para comigo, a minha pertinácia aumentava. Quando, durante os longos anos de guerra, a morte colhia um dos nossos caros camaradas e amigos, parecia-me um pecado queixar-me e lamentar a perda. Não morriam eles pela Alemanha? Quando, nos últimos dias da terrível luta fui atingido pelo gás terrível que começou a corroer os meus olhos, tive no momento de susto ímpetos de fraquejar diante de expectativa da cegueira eterna. Imediatamente ouvi dentro de mim a voz da consciência bradar: miserável poltrão ainda queres chorar quando há milhares que sofrem mais do que tu! E assim conformei-me, calado, com o destino. Agora porém não suportava mais.
Só então verifiquei como a dor pessoal desaparece diante da desgraça da Pátria.
Tudo tinha sido em vão. Em vão todos os sacrifícios e privações, e em vão a fome e a sede de meses sem fim. Em vão as horas em que, transidos de pavor, cumpríamos assim mesmo o nosso dever, e em vão a morte de dois milhões que então caíram. Seria que não se iam abrir os túmulos das centenas de milhares que outrora tinham partido com fé na Pátria para nunca mais voltarem? Não se iriam abrir esses túmulos, a fim de enviarem à nação os heróis mudos enlameados e ensangüentados, quais espíritos vingativos, pela traição do maior sacrifício que um homem pode oferecer nesse mundo? Foi para isso que morreram os soldados de agosto e setembro de 1914? Foi para isso que se lhes ajuntaram os regimentos de voluntários do Outono desse mesmo ano? Foi para isso que rapazes de 17 anos tombaram na terra de Flandres? Era esse o sentido do sacrifício oferecido pelas mães alemãs à Pátria, quando, com o coração partido, deixavam partir seus filhos mais caros para não mais revê-los? Tudo isso aconteceu para que agora um punhado de miseráveis criminosos pudesse pôr a mão sobre a Pátria?
Foi para isso que o soldado alemão tinha persistido, ao sol e à neve, sofrendo fome, sede, frio e cansaço das noites sem dormir e das marchas sem fim? Foi para Isso que ele, sempre com o pensamento no dever de proteger a Pátria contra o Inimigo, se expôs sem recuar ao inferno de fogo de barragem, e à febre dos gases asfixiantes?
Na verdade, também esses heróis merecem uma lápide em que se escreva:
"Viajante que vindes à Alemanha, contai à nação que aqui repousamos fiéis à Pátria e obedientes ao dever".
E a Pátria?
Seria esse o único sacrifício que teríamos de suportar?
Valeria a Alemanha do passado menos do que supúnhamos? Não tinha ela obrigações para com a sua própria História? Éramos nós ainda dignos de nos cobrir com a glória do seu passado? Como poderíamos justificar às gerações futuras esse ato do presente?
Miseráveis e depravados criminosos! Quanto mais eu procurava esclarecer as idéias, nessa hora, com relação ao terrível acontecimento, tanto mais eu corava de raiva e de vergonha. Que significavam todas as dores dos meus olhos comparadas com essa miséria.
Seguiram-se dias terríveis e noites mais terríveis ainda. Eu sabia que tudo estava perdido. Contar com a misericórdia, do inimigo era loucura.
Nessas noites cresceu em mim o ódio contra os responsáveis por esses acontecimentos. Nos dias que se seguiram tive a consciência do meu destino. Ri-me, ao pensar no meu futuro, que há pouco tempo me tinha preocupado. Não seria ridículo querer construir um edifício sólido sobre tais bases? Finalmente me convenci que o que havia acontecido era o que eu havia sempre temido. Somente não tinha podido acreditar. O imperador Guilherme II tinha sido o primeiro imperador alemão que tinha oferecido a mão à conciliação com os líderes do marxismo, sem se lembrar que bandidos não têm honra. Enquanto eles seguravam a mão do imperador com a outra procuravam o punhal.
Com judeus não se pode pactuar. Só há um pró ou um contra.
Eu, porém, resolvi tornar-me político.
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