Usina de Letras
Usina de Letras
152 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Carta de dezembro: hora de rezar o terço -- 04/12/2003 - 11:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"CARTA DE DEZEMBRO
Da Presidência:

UM TERÇO PARA O BRASIL

Dizem que Deus é brasileiro. Depois da viagem de uma certa ministra brasileira à Argentina, ao que parece para rezar, surgiram controvérsias. Eu diria que as controvérsias podem, na verdade, existir há muito mais tempo. Anos. Décadas. Exagero ou não, em meio aos contrastes desse fantástico potencial verde-amarelo que insiste em permanecer meio acordado, meio dormindo, em berço esplêndido, o fato é que o Brasil já perdeu um terço da primeira década deste Terceiro Milênio, após ter terminado em débito com duas décadas inteiras no milênio anterior. Os números não mentem. E não é só desse governo que o crescimento é zero, junto com uma série de indicadores, quando não negativos. Isso vem de longe, desde o início da década de 80. Claro que temos indicadores positivos, afinal, se Deus não é brasileiro, também não deve estar contra a gente.

Fazer análise de fim de ano será a tarefa de dezenas de economistas, comentaristas, jornalistas, políticos, cidadãos e até dos governos nas três esferas de Poder. Entre suposições, maquiagens e verdades, fica a realidade dos fatos, mais forte que a dos números. Fatos que nos agridem, como a incrível derrama que se promove contra a Sociedade Brasileira, bandidos protegidos pela idade impúbere, insegurança generalizada, medidas provisórias explícitas com medidas implicitamente mascaradas editadas pelo Governo Federal, em verdadeiro atentado ético, moral e legal, atos e portarias que ampliam a burocracia que atrasa a vida nacional, enchendo de desgosto a vida individual e os bolsos dos corruptos e clientelistas...chega, chega! Já afirmei que isso tudo vai ser dito, escrito, propalado, reclamado.

Mais um final de ano. Já foi 2003. Um terço da primeira década. Já se fala em década desperdiçada, para não repetir a chamada "década perdida" dos anos 80 e 90. Mas é a mesma coisa. Brasileiro tem essas coisas, extremos.

Sem rezar o terço, já jogamos fora o resto. Parece que nos preparamos psicologicamente para o fracasso da economia brasileira nos próximos sete anos. Chii!!! 7...número fatídico...ok, deixa prá lá, vamos tentar ser positivos. É como a Seleção Brasileira que, mesmo sendo a única penta-campeã do mundo, é vaiada se deixa de ganhar uma única partida. Dizem que, no Brasil, se for reconhecida a existência de uma barata no prédio, imploda-se o prédio!

O governo atual já foi condenado também, por não cumprir as promessas feitas àqueles que o elegeram. Sendo mais fácil acreditar em sonhos desenhados pelas promessas eleitorais do que na fria realidade dos fatos, o brasileiro achou que 10 milhões de empregos seriam criados rapidamente. Parece que o número vai ficar em zero. Acreditou que a reforma agrária iria aplacar os problemas no campo mas esqueceu-se de lembrar do direito de propriedade. Acreditou no Fome Zero, esquecendo-se que o Brasil é um gigante de 8,5milhões de km2 e que a logística de transporte de tanto alimento é impossível, fora a conta, pois não existe almoço grátis e a sobremesa acaba ficando com sabor de fel.

Recebo, diariamente, dezenas de e-mails com reclamações sobre promessas não cumpridas, como se Lula fosse o salvador da Pátria. Mensagens decepcionadas. Parece que não sabem que se Lula e sua equipe aplicassem o Programa do seu partido à risca, estaríamos, de fato, muito encrencados. Mais uma vez, ao final do primeiro ano de mandato de um novo governo, soam as trombetas dessa decepção com os números e fatos, embora a propaganda do Sr. Duda Mendonça vá dizer exatamente o contrário, reafirmando que não é possível fazer o prometido no primeiro ano de governo.

A retórica vazia é preenchida pelo volume da voz. Latinos que somos, deixamos nos levar na conversa. Ou no grito. De novo! A realidade vence a retórica com o passar do tempo. De esquerda ou de direita, mantendo-se o atual modelo de Estado Brasileiro, os problemas serão os mesmos. Nem em um ano, nem em quatro, nem em oito anos. Quando a ficha vai cair? Quando vai se compreender racionalmente o problema Brasil - que virou problema de cada um? Este problema é de simples aritmética doméstica, pois se há gasto maior do que a receita, o déficit deverá ser tapado com dinheiro emprestado. O que aumenta ainda mais a conta no vermelho. No caso de governos, com o poder que tem, além da alta remuneração paga para captar dinheiro, beneficiando bancos e sangrando o mercado, parece ser fácil lançar mão de complementos tributários, esmagando o Povo. E o fazem, sem o menor decoro. Há que se fechar as contas! Há que se preservar o equilibrio fiscal e orçamentário! Ok, mas existe um outro jeito: gastar menos, muito menos.

O federalismo é o caminho para o reposicionamento do papel do Estado quanto as suas atribuições, pois, ao descentralizá-las política, financeira e administrativamente, desfaz-se a cadeia de poder, corrupção, clientelismo, burocracia, lentidão e interferência indevida contínua e cada vez mais totalitária.

O federalismo é a salvaguarda das liberdades individuais e da propriedade, da igualdade de oportunidades, da distribuição de renda pela cessação das transferências centralizantes nas mãos do maior causador da desigualdade brasileira: o próprio governo, principalmente o Central.

O federalismo é a redenção da esperança consistente, aquela que atrai investimentos com a volta da confiança e do otimismo reais.

O federalismo das autonomias plenas dos estados - legislativa, tributária, judiciária e administrativa - é o único promotor do aproveitamento real das múltiplas diversidades deste País Continente, sem a mão visível, pesada e incompetente de qualquer governo federal.

Dois mil e quatro vem sendo anunciado como ano de crescimento mas, certamente, para os que acompanham a realidade dos fatos e dos números, será um afrouxamento momentâneo tendo em vista o processo eleitoral de outubro. Pode-se aproveitar para bancar a formiga, cada um, e preparar-se para o inverno causado pela contínua imprevidência governamental, que se refletirá depois. Os novos gafanhotos chegarão...somando-se à nuvem preexistente.

Perdemos - ou desperdiçamos - um terço da primeira década do Terceiro Milênio. Podemos rezar outro terço - nos concentrando no Alto, na esperança centenária de algum milagre ou esquecermos as reclamações e decepções, reconhecendo a causa dos problemas brasileiros os quais, afinal, acabaram se tornando seus (nossos) também, partindo decisivamente para ação, pois temos a proposta, o projeto, o Partido e a oportunidade, bastando fazer acontecer.

Não há salvador da pátria. Não há milagre, exceto o resultante das ações empreendidas em aproveitamento da dádiva mais importante - mas que exige responsabilidade - concedida ao Homem: o Livre Arbítrio.

Pode parecer pouco quando se deseja um Feliz 2004 mas, não há mais espaço para utopias, sonhos e devaneios, conduzidos por retóricas e maquiagens. A Verdade deve ser o presente de Natal e a agenda do novo ano.

Desejo, sim, que 2004 seja um ano de redenção da mentalidade, o despertar do torpor causado pelo conforto da reclamação e do vitimismo, a queda da ficha, o caminho aberto para a racionalidade, em substituição ao emocionalismo e ao engessante "politicamente correto".

Assim, se começará o milagre da multiplicação da prosperidade latente nessa "terra aonde canta o sabiá", recuperando os terços, meios e inteiros perdidos, quando então, acreditaremos que, além de Deus ser brasileiro, o milagre não foi Dele, e sim, nosso mesmo. Exatamente como Ele sempe desejou...mas a escolha, sempre é nossa.

Eu já fiz a minha. E você?

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" (Chico Xavier).

Saudações Federalistas
Feliz Natal e Ótimo 2004

Thomas Korontai"





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui