Um lampião aceso
sobre a mesa da copa,
após o jantar.
Uma caneta que desenha
nas páginas de um caderno morto.
Um relógio de pêndulo na parede
ressoa a meia hora,
como se adiasse o tempo.
Um fogo lento que arde
no fogão à lenha,
sucumbindo em cinzas.
A lua, lá fora, iluminando
um campo de terror.
Um silêncio de enterro
e de solidão
se unindo ao desterro da alma
arquejante de ilusões.
Poema do livro "Anos que passam", publicado em 2005.
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