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Cartas-->COMO O "TROPEIRO" CONDUZ OS SEUS... -- 30/11/2003 - 08:37 (ANTICRISTO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No dia 28 de novembro, à noite, ao passar de canal em canal à procura de alguma coisa interessante, acabei sendo atraído a ficar assistindo a algo que me lembrou muito uma peça de teatro do prof. Géber.

Diante de grande platéia, sobre um fundo incessante executado por uma mulher de voz muito aguda: “buburububucucurucucububurububuuu....”, nada mais que a repetição contínua dessas sílabas, o “tropeiro” fazia seu discurso e proferia suas ameaças ao parvo público espectante, alternado com aquele dom do espírito (língua estranha – e muito estranha!!!), quase somente com “b”, “c” e “r”, pouco mudando a ordem a cada nova intercalação, mais ou menos assim:

“O que adianta ter dinheiro e não ter paz? O que adianta andar de carro novo de luxo e não ter a salvação? Venham! Dêem suas contribuições! – ê chorababaca caradicabra abracadabra carababaca caraquibaba babababaca bababá ba ba ba ba... – Aproximem mais! ...”

Muitas pessoas se aproximavam, mas muitos ficavam em seus lugares.

Reagiu o referido:

“Não querem vir? Então fiquem aí, frios corações de pedra! - ê chorababaca abracadabra caradicabra carababaca babababaca caraquibaba bababá ba ba ba ba bla bla bla... - Se não querem aceitar Jesus, vão plantar batata!...”

Não pude assistir mais, porque naquele momento estava começando aquele temporal que causou vários estragos na Zona Sul de Belo Horizonte, e eu desliguei o TV, para não correr risco de estrago por descarga elétrica.

Nas oportunidades que tive de observar pessoalmente a algaravia chamada de “dom do Espírito”, eu vi pessoas extasiadas pelo intenso ruído dos gritos simultâneos, circunstância que, segundo a psicologia, provoca confusão mental. A mim parecia que essas pessoas pronunciavam aqueles sons insemânticos involuntariamente, sem a consciência perfeita do que faziam e, portanto, sem a intenção de enganar os outros. Eles próprios se achavam enganados, pensando estarem recebendo “o Espírito”, segundo a crença incutida em suas mentes.

Agora, porém, vi um indivíduo bem consciente do que faz, mostrando estar bem preparado para induzir os incautos com aquele espetáculo de afirmações ameaçadoras recheado daquele amontoado fonético sem sentido vocabular.

No passado, um pouco mais ingênuo, eu não conseguia acreditar que um religioso fosse capaz de enganar as pessoas voluntariamente. Achava que o assunto fosse sério demais para tanto. Mas, agora, já tive muitos exemplos, mais que suficientes para entender que os mais sujos comportamentos para conduzir o povo se encontram dentro de igrejas.


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