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Artigos-->Ideologia, eu quero uma pra viver -- 06/01/2003 - 10:48 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A convicção profunda e a idéia clara do que fazer é altamente mobilizadora. A batalha pela conquista e formação de opinião, a batalha ideológica, é encarniçada. Diferentes forças políticas, representando diferentes classes e forças sociais, utilizam os mais variados meios e estratagemas para ganhar adeptos para suas idéias. A Fairness & Accuracy in Reporting (Imparcialidade & Precisão em Relatar), uma organização norte-americana, mostrou que 92% de todos os norte-americanos entrevistados nos noticiários das redes de TV ABC World News Tonight, CBS Evening News e NBC Nightly News em 2001 eram brancos, 85% eram homens e, quando a identificação partidária foi possível, 75% pertenciam ao Partido Republicano, de George W. Bush, 24% ao Partido Democrata e apenas 1% a outros partidos.

A amostragem é um flagrante da importância que os Estados Unidos, paradigma da democracia ocidental, dão para a formação de opinião pública que respalda as políticas e a ideologia oficiais. Há, na realidade, um monopólio da ideologia dominante. É só atentar para a profusão de filmes sobre guerra que estão sendo produzidos pelos EUA após os atentados de 11 de setembro de 2001: o governo norte-americano e seus ideólogos investem no espírito guerreiro e patrioteiro de seus habitantes para batalhas cada vez mais perigosamente próximas.

A ideologia e a atividade ligada à sua reprodução e difusão têm dimensão de grande magnitude para todas as correntes de pensamento. A atividade ideológica busca formar a consciência, um processo complexo que inclui a produção e desenvolvimento da teoria. O termo “ideologia” foi utilizado pelo filósofo e economista francês Antoine Dustutt de Tracy (1754-1836), um dos chamados ideólogos que tentou reformar a sociedade francesa pós-revolucionária mediante uma “ciência das idéias” pragmática, que explicaria como se formam as idéias (pelas sensações e pelas percepções).

Foi Karl Marx quem formulou a mais completa teoria sobre a origem e o papel da ideologia nas diversas formas de organização social. Para Marx, ideologia é um conjunto de idéias e conceitos que corresponde aos interesses de uma classe social, embora não obrigatoriamente professado por todos os seus membros. Há uma ideologia da burguesia, como há uma ideologia do proletariado. A ideologia decorre da posição que determinada classe ocupa num modo de produção historicamente determinado. Todo sistema de idéias se cria em relação estreita com circunstâncias históricas, econômicas ou sociais, numa interação dialética. As condições da realidade determinam certo tipo de pensamento, e esse pensamento age sobre ela, modificando-a. Como a realidade se modifica continuamente, as ideologias também desaparecem e dão lugar a novos corpos doutrinários. As obras de Marx e Engels “A ideologia alemã”, “A sagrada família, Miséria da Filosofia”, “Teses sobre Feuerbach”, “Prefácio da Contribuição à Crítica da Economia Política” e “O 18 brumário de Luís Bonaparte” esclarecem o enfoque marxista da ideologia.

Marx resume assim o “fio condutor” de seus estudos: “na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais.

“O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social.

“O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência”.

Adiante, escreve: “Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos tampouco julgar estas épocas de revolução pela sua consciência, mas, pelo contrário, é necessário explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relações de produção”.

A causa principal das mudanças da ideologia, da consciência social, está nas leis objetivas do ser social, principalmente na vida econômica da sociedade. As mudanças substanciais na produção, nas forças produtivas sempre provocaram e provocarão mudanças na consciência social, no modo de pensar das gentes.

As condições de vida do mundo atual são ingratas para a maioria da população do planeta. A exclusão social, a fome, a exploração, o desemprego, de um lado; a concentração de riqueza e de poder, de outro, levam a um questionamento cotidiano da atual ordem de coisas. Os meios de comunicação, os produtores intelectuais, os estudiosos e artistas são convocados a criar uma convicção de que este é o único – e o melhor – mundo possível. Às vezes, são flagrados nessa atividade, como demonstrou o levantamento da Fairness & Accuracy in Reporting demonstrando que os governistas dominam quase que absolutamente a “opinião” televisiva norte-americana.

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