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Artigos-->TOMAMOS POSSE DE NOSSA PÁTRIA -- 02/01/2003 - 08:18 (OLYMPIA SALETE RODRIGUES - 2 (visite a página ROSAPIA)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TOMAMOS POSSE DE NOSSA PÁTRIA



Sim, nós, brasileiros, tomamos posse, ontem, da Pátria que é nossa e que por tanto tempo nos foi sonegada. Aconteceu, enfim, a grande revolução. Sem armas, sem sangue derradado, sem incidente nenhum, ninguém foi derrubado para macular o espetáculo da vida. Foi a revolução da alegria, da consciência acordada, do verdadeiro despertar para a vida que esperamos desde sempre. Sim, o povo tomou posse do Brasil, liderado por um de nós, um brasileiro com uma brasileira ao lado, a grande mulher ao lado do homem, não atrás como outras ficaram, uma mulher que sabe ocupar seu lugar à mesa... Foi uma festa de cores e gritos. Todos vestidos como mandava o convite: calça ou saia e camiseta, com algumas bermudas para caracterizar melhor o que temos e somos. (Acho que a elite de terno ficou incomodada por estar vestida inadequadamente para a casião...) E, à passagem do líder, vimos toda a inutilidade de seguranças, de cavaleiros, de cavalos. A polícia ontem descobriu, conforme um policial declarou, que “polícia também é povo”. E que, como tradicional polícia, era apenas enfeite na festa do povo! O povo mandou, quebrou protocolos, mas não perdeu a estribeira... Alguém atirou um pacote bem na mão do presidente que, sem questionar, o recolheu e guardou. E um, o mais atrevido de todos, pulou no pescoço dele com o carro em movimento, atitude sem dúvida perigosa, claro que tinha que ser mais prudente esse jovem apaixonado, mas a espontaneidade e sua juventude justificam o fato. O importante é vermos por trás desse gesto a certeza que aquele jovem tinha de que era seu direito abraçar o Presidente. E, o mais importante, o Presidente que correu o risco real, não se incomodou... Tudo isso, se bem pensado, me faz questionar: se Lula é Presidente, nunca antes tivemos um...



O que quero mesmo deixar aqui é meu coração aberto, exposto, do jeito que foi, que é e como deve ficar daqui para a frente. Hoje é um coração envergonhado em festa! Vergonha que sinto por ter desistido de uma luta que foi vida pra mim. Quanto sofri e quanto me acovardei! Perdi muita gente respeitável nos tempos de luta. Amigos que morreram, que foram mortos ou se evaporaram sem nenhuma explicação convincente. A cada dia uma notícia terrível. E as decepções que também eram cotidianas. E fugi da dor fugindo da raia. Simplesmente sufoquei todo o entusiasmo, todas as esperanças e até meu amor pela Pátria. Não consegui amar uma Pátria que exilou as melhores cabeças, que assassinou em nome de um autoritarismo exacerbado. Nunca mais respeitei este País inconseqüente, onde só venciam ladrões e corruptos. Quando conheci Lula o admirei, o respeitei, mas nunca acreditei que ele chegasse onde chegou. Guardei a imagem que me encantou, me comoveu, seu sorriso humilde e sincero. Nele votei enquanto votei, mesmo acreditando ser voto vencido. Mas nunca cheguei aos seus pés em termos de fé e esperança. E a revolução começou em mim na vitória das eleições. Soltei meus demônios e fiquei observando e curtindo. Ontem foi a explosão. Todo aquele povo invadiu meu coração mais do que Brasília... Eu vivi aquela posse com tanta intensidade que fiquei exausta. Chorei sem parar, por mim e por tudo o que me emocionava. E revivi. Tudo voltou à minha mente, revi tantos amigos que não viveram para ver isso, e, num momento, gritei: “Helton, você está aqui? Você está vendo tudo isso?” Helton, o amigo que morreu antes de ver, e poucos mereceriam ver isso como ele. Eu até tomei vinho e festejei, coisa que detesto fazer sozinha. Mas senti que eu estava acompanhada de todo um povo e com ele tomava posse do meu Brasil. Em muitos momentos me comportei como criança ou como adolescente. Gritei, bati palmas, chamei Lula de “lindo, lindo!”, pedindo “Vai em frente!” como uma histérica macaca de auditório... rsrsrs...



Agora, companheiros, é deixar assentar a emoção que, imagino, todos devem estar sentindo, equilibrar nossa consciência política, rearrumar a casa e nos enchermos de esperança e de coragem para a luta que nos espera. Conscientes, muito conscientes, de que nós tomamos posse de nosso País e temos a responsabilidade que Lula assumiu em nosso nome e com nosso aplauso.



Se eu dissesse aqui tudo o que passa por minha cabeça, isto seria um livro, não apenas um artigo. Mas vamos devagar, vamos refletir, trocar idéias. Acho que nunca nós, como escritores, tivemos tanta responsabilidade como nesse momento. E estejamos atentos: o mundo inteiro está de olho na gente, neste País que acordou e se mostra como uma grande promessa. Que a Comunidade Usineira - pequena célula, mas importante - cumpra seu papel!!!




02/03/2003



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