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Humor-->Conto com você ( fantasmagoria usineira) -- 20/07/2001 - 19:04 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Conto com você. Você sabe. E pode também contar comigo. A vida anda difícil. Aos trancos e aos transblancos e aos tamancos. Difícil mais ainda quando não se pode contar com los amigos. Amigos a gente vai reconhecendo pelo caminho. E isso fica tão bem na voz de um Julio Igrejas. E não são muitos. Não tem nada ver com esses ajuntamentos de breganejos, meu amigo. E, além do de mais a mais, é bom que se diga, caminhos não há, como queria um poeta. E os passarinhos se calam na floresta, como Goethe nos fez saber no "Canto Noturno do Viandante". Já "andante" foi sempre palavra pejorativa, o mesmo que pedinte. O Choque, por exemplo, bêbado, cagava no fundo de um terreno baldio em frente à casa de meus avós. "Pegureiro"? Só mesmo em poemas de séculos antepassados. Mas o poeta é um fingidor, chega a fingir que é amor o amor que deveras sente. E ainda vem o grande Lobo pedir que "chega de verdade". Meu Deus! Além do mais, partes de mim/ se partem se/ partes de mim, diria o meu amigo Tchello d Barros, que tomou doril, chá de sumiço, escafedeu-se desse pântano de salivação nosso de cada dia. Já em alemão, "Herz" rima com "Schmerz", descobri isso outro dia e achei engraçado, como nada se cria, tudo se deteriora, e estamos conversados. E conversa não vai, conversa não vem, amor são quatro letras que escorrem lágrimas de esguicho, e "Lágrimas lavam lama" era o nome de uma opereta que fazíamos nos tempos de dantes. E por falar em antanho, meus quixotes e meus sanchopanças de Macondo, Azaraquara e Saramandaia, que se criem, ao menos isso, exércitos de Dantes Alighieris, de Cervantes, de Moliéres, de Da Vincis, de Quevedos, ao menos isso, já que a clonagem humana parece inevitável. É isso, meu amigo. Se o Leonardo dá vinte, canta o Bezerra da Silva. Ainda hoje devo passar pelo enigma de Kaspar Hauser, para ver se consigo entender essa história do gabinete do doutor me abuse e o verdadeiro tom dos contares calligardos. Mas, repito, eu conto com você, meu amigo, caso venham a dizer que foi mentira, que eu não fui gente como a gente, que eu não fui um caso a parte, que eu não fiquei até aqui de merda pedindo pra não fazerem ondinha, que não fui um, um só. Caso venham a cogitar que eu sou divíduo. Ou que fui sonhado, sei lá, criado por alguma cabeça de purungo ou por ouvido que se faz de penico. Por favor, não fique me olhando desse jeito. Nem ria. Nem tuja, nem muja. É sério. Nem que a vaca tuça. Conto com você.
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