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Artigos-->MINISTÉRIO DA CULTURA -- 23/12/2002 - 20:28 (Paulo de Goes Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


MINISTÉRIO DA CULTURA



Paulo de Góes Andrade



Para o Ministério da Cultura o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva escolheu o compositor baiano Gilberto Gil.Tudo bem. Tomara que tenha acertado. Em mim, porém, como em muita gente, a dúvida está no ar.

Gil, admirável, talentoso, artista que leva multidões às suas apresentações, não só no Brasil como no estrangeiro, tem preparo demasiado para a profissão que escolheu de “showman”. É um gigante, assim como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Simone e tantos outros astros da música popular brasileira. E a Bahia, neste ponto, é um celeiro. Não obstante, sou franco, não vejo no homem aptidões para enfrentar essa Pasta de tamanha importância como a da Cultura.

Eximo-me de qualquer preconceito racial para falar da inabilidade do Gil. Se assim, não concordaria também com a governadora Benedita da Silva para a Ação Social, nem com a senadora pelo Acre Marina da Silva para o Ministério do Meio-Ambiente. Essas duas mulheres já deram provas cabais de capacidade e maturidade política. E Gilberto Gil? Ensaiou os primeiros passos, pelo Partido Verde, em Salvador, mas não conseguiu firmar-se. Apagou-se, envolvido com os seus sucessos de artista, dos quais usufrui recompensáveis vantagens monetárias.

Seria irrisório, segundo ele mesmo, o que auferiria como ministro. Mas, para atender ao honroso convite do amigo Lula, decidiu dizer sim. Porém, sem prejudicar os seus deveres profissionais, conciliando então as tarefas de titular da Pasta da Cultura com as suas apresentações artísticas nos finais-de-semanas.

Como artista, Gil não poderá se despojar do seu visual jamaicano, tão próprio do seu estilo de cantor. Assim, nesse seu modo de ser, não daria bom exemplo aos seus subordinados, no seu gabinete no Ministério, usando camisa estampada, tipo havaiana, calçando alpargatas e cabelo de trancinhas, destoando dos seus colegas de outras Pastas, envergando, sem dúvida, ternos completos de executivos. Gil, quando se expressa em suas entrevistas, serve-se de uma linguagem que me dou a ousadia de chamar de baianês. Perde-se em metáforas, como que querendo impressionar o seu interlocutor. Como é da terra de Rui Barbosa e Castro Alves, sente-se, por certo, autoridade também na língua vernácula. Isso, no entanto, não lhe tira o mérito de grande compositor e cantor consagrado.

Vamos torcer para que o presidente Lula não tenha cometido o seu primeiro engano, porque dedicação integral dos seus ministros deve ser a sua ordem, pelo menos no seu primeiro ano de governo, para “arrumar a casa”.

Gilberto Gil, até certo ponto, poderá ser útil ao novo governo. Quando o presidente emocionar-se em certos momentos que toquem o seu coração, o cantor, em tom maior, poderá cantar: “Não, não chore não. Não, não chore mais...”



Brasília (DF) – 23 / 12 / 2002





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