O Imediato,coitado,trabalha como um burro de carga.È quem carrega o navio nas costas#.Madrugada,mas,os guindastes não param de trabalhar e ele ali,controlando o carregamento,verificando o lastro,distribuindo bem o peso.Aqui,em L.P.,como em Buenos Ayres,é permitida à entrada de vendedores de quinquilharias; dentro do navio;vende-se de tudo:perfumes,sabonetes,fitas virgens,CDs,cuecas,camisetas,shorts,fitas de vídeo,filmes,colchas,bermudas etc.Como quase nunca vão á terra é assim que a tripulação compra o que necessita,mesmo submetendo-se aos preços extorsivos dos ambulantes.Os vendedores,quase todos filipinos se entendem em sua própria língua e trocam noticias de sua terra e dos parentes,como uma grande família.È um pedacinho do chão natal de cada um que fica,embalado pela saudade.
Afinal só sairemos na madrugada de Domingo.
Nesta viagem não fiz tudo o que quiz,mas,fiz tudo o que pude.Lutava sempre contra a incerteza do tempo;nunca sabia,ao certo,quantas horas ou dias ficaria num porto;Tudo no mar é marcado pelo imprevisível e pelo imponderável.O mar determina tudo.Ficamos quatro dias,como um exercito sitiante,ás portas de Tarragona,sem poder baixar um escaler e visitar a cidade,que fica à uma hora e meia de Barcelona,”by car”.Estivemos dois dias ancorados em Gênova—tempo suficiente para ir até Milão ou Veneza—sem poder aportar.
IMG:Tarragona,a cidade que passei sem visitar,o que fiz tres anos mais tarde. |