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Humor-->Viajandão na maionese (sobre os "desarranjos na economia") -- 24/06/2001 - 23:57 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O editorial da Folha de São Paulo deste domingo, 24/06/2001, ao falar em "desarranjos na economia", me trouxe de volta a piada de um dos leitores do Macaco Simão: "O homem está que nem pato desarranjado. É uma atrás da outra." Só que ele estava falando do Fernando Henrique, e não da equipe econômica. Se bem que a maionese é a mesma, não é verdade? É tudo gente bem viajada, viajandona...

E, como palavra puxa palavra, passo logo a uma frase, aliás, a mais uma frase genial do Millôr Fernandes: "Já estão tapando o sol sem a peneira."
Por isso mesmo, gostaria de alertar os leitores, que também são eleitores: assim como uma suculenta feijoada nem sempre é uma feijoada suculenta, um sério candidato pode não ser um candidato sério.

Dizem que não tem nenhum acima da média. Se bem que a onda agora é fazer mídia. Assim como a mídia agora é fazer onda. E muita gente que sempre se achou acima da mídia anda fazendo essa onda. A onda é tirar o chapéu no Raul Gil. O apresentador, é claro, só pode ser hors concours. Café com leite, como dizíamos nas brincadeiras da infância, quando o cara não cheira nem fede. Ele próprio nunca vai saber se alguém tiraria o chapéu pra ele. E ele certamente é daquele jeito e fala sem parar daquele jeito pra esconder que isso o incomoda, e muito.

Pois a repórter, atrevida, perguntou ao candidato se ele cheirava, e um assessor, precipitado, foi adiantando: "Não, isso não, Sua Excelência não cheira e nem fede." E o candidato, seguindo à risca as instruções dos marqueteiros, acrescentou: "Mas não traguei." E a repórter terminou a entrevista sem nem ter percebido que houve algum engano. Como sempre, com um sorriso.

O bom da vida é que sempre pode surgir algum engano. E, aliás, engano sempre foi considerado "ledo", não é mesmo? Mas aí veio o Carlos Heitor Cony e resolveu chamá-lo também de "ivo".

Mas eu gostaria de retornar à questão dos "desarranjos"... Não, não vou entrar em assuntos da competência do Zé Serra. Falo dos "desarranjos na economia", de que falava a Folha em seu editorial deste domingo. E eu gostaria de perguntar: "Existem juros que não sejam escorchantes?" Porque erros soem ser "crassos", assim como vereadores soem ser "nobres" e profissionais, competentes.

E o que dizer de palavras como edil, paredro ou próceres. Os diretores do São Bento de Sorocaba (alguém ainda se lembra?), já que o azul era a cor da camisa do time, eram pomposamente chamados de "próceres anilinos". Mas isso foi num tempo em que a seleção brasileira era chamada de "escrete canarinho". Depois o Leovegildo, aquele jogador do Flamengo, aquele que depois jogou na Itália, aquele que depois andou disputando futebol de praia, o Junior, isso mesmo, que jogou na seleção do Telê. Pois é. Depois que ele gravou "Voa, canarinho, voa!", a seleção nunca mais foi a mesma.

(Abro parênteses para falar do Luis Nassif, a meu ver disperdiçado no Caderno de Economia ou na Folha Dinheiro. Deveria ser, isso sim, o crítico de música do jornal. Assim como o Ricupero - sim, ele mesmo, o cara que não viu que o microfone estava ligado e botou a boca no trombone, e deu no que deu -, que deveria estar na Ilustrada. Seus artigos não deveriam ficar restritos ao público que só se preocupa com os "desarranjos na economia". Muito pelo contrário, os textos dele trazem ótimos arranjos para a nossa também desarranjada vida cultural. É um dos poucos caras com erudição acima da média nessa nossa pobre mídia atual. Para ele eu tiro o chapéu e, ato contínuo, fecho parênteses.)

Voltando à vaca fria, digo, à seleção, o que andam dizendo é que agora nós vamos ter de comer o Felipão que o diabo amassou. Pois já não inventaram que o homem é produto da República das Alagoas? O diabo é que volto a citar o Macaco Simão, que muitos acham meio sem graça. E volto a Millôr Fernandes, para acrescentar: "Eu também não."

Aliás, por falar em colunista meio sem graça, eu gosto muito dessa desbocada da Barbara Gancia. Agora, não inventem de colocar o acento no "Bar", que ela fica mais intragável que essa marca de bebida barata que ela tem por sobrenome. Por falar nisso, o nome dela é um pleonasmo e tanto. Confiram bem. Essa história do acento quem me contou foi a Bucicleide, que é muito amiga dela.

E, por falar em graça, perguntaram ao humorista: "Qual é a sua graça?" E ele: "Nenhuma."

A verdade é que mesmo um cara meio sem graça como o Jô Soares depois que foi pra Globo às vezes não tem graça nenhuma. Ops! Tive um pobrema co as virgula. Tô frito, pois dizem que quem tem um "pobrema" tem logo vários, não é mesmo?

Dizem que não há mal que sempre dure, mas eu costumo dizer que há males que vem para pior mesmo. Agora é esperar pra ver como é que vai ficar essa história dos "desarranjos econômicos", porque dos outros o Zé Serra mesmo vai cuidar. E o Zé Serra, isso até o público do Raul Gil já deve ter percebido, é sério candidato. O que não quer dizer que ele vá comer, na campanha, toda suculenta feijoada que lhe puserem na frente.

Aliás, campanha política deve ser mesmo uma viagem. Ao que sei, maionese é o que não falta.
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