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Contos-->PARÁBOLA DA FOME -- 21/12/2008 - 18:06 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em uma pequena aldeia da sofrida Itália no período pós-guerra, faltava de tudo, alimentos, medicamentos, vestimentas e, sobretudo, emprego.
Gino e Pepe, dois irmãos ainda menores de idade, órfãos – os pais haviam morrido durante um bombardeio – acordaram com o primeiro canto de um galo das redondezas.
Eles haviam combinado ir até um paese, distante cerca de trinta quilômetros, para se apresentar como possíveis trabalhadores na parca colheita de uvas daquele ano.
A única alimentação de que dispunham no casebre era um punhado de tremoços cozidos na noite anterior, que dividiram e colocaram, amarrados, cada um em seu lenço.
Depois de caminhar mais de duas horas, sentiram fome e começaram a comer os petiscos.
Gino, o mais velho, ao invés de mastigar o grão, tirava, com cuidado, a casca e saboreava o miolo. As cascas ia jogando na relva, à beira do caminho.
Pepe, ao contrário, comia tudo com sofreguidão e, rindo, ia mangando do irmão:
– Gino, mas você não tem inteligência mesmo! Por que está jogando as cascas fora? Temos de chegar bem alimentados. Nós não sabemos a hora em que voltaremos.
O rapaz continuou o seu caminho, sem responder ao irmão.
Finalmente, quando o sol já estava a pino, chegaram ao local, onde mais de cem pessoas, entre homens, mulheres e crianças, esperavam a sua vez para conseguir um trabalho naquelas três semanas de colheita.
Ficaram até o entardecer, quando foram dispensados. O quadro de colhedores havia sido preenchido.
Voltaram para casa, tristes e famintos.
Depois de percorrer um longo trecho, já no escuro, Gino parou e começou a procurar algo no meio das ramagens da beira da estrada.
– Vamos mais depressa! Gritou Pepe. Não vejo a hora de chegarmos em casa, quero ver se ainda tem alguns tremoços para o jantar.
– Para mim, não é preciso, respondeu Gino, calmamente. Meu jantar eu guardei aqui, no caminho de volta. E, calmamente, ia se abaixando, procurando as cascas dos tremoços.
A lua cheia facilitava a procura.
Ao chegar em casa, foi dormir, pois estava exausto, porém, alimentado.
Foi uma lição para o irmão mais moço, que ficou sem comer. Pois quem economiza, lucra. Nem que seja com cascas de tremoços.


Roberto Stavale
Dezembro de 2008.-
Direitos Autorais Reservados®

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