Inicialmente, foram os “leões africanos” (Camarões), que botaram nossa Seleção de futebol para correr de Sydney, nas Olimpíadas de 2000. Na chegada ao Brasil, o técnico Luxemburgo foi abocanhado pelo leão da Receita. E quem foi chamado para conter a fúria dos futuros leões de além e aquém-mar? Leão.
A Seleção brasileira de futebol conseguiu se superar, seguidamente, nos últimos tempos, e sempre para pior. Perdeu a primeira vez na história para o Equador, em jogos pelas eliminatórias para a Copa de 2002, depois de já ter perdido na competição para o Paraguai e o Chile. Na recém-finda Copa das Confederações, nossa Seleção, a duras penas, conseguiu arrancar um 0 a 0 do Canadá e outro 0 a 0 do Japão, perdendo, finalmente, para um combinado australiano por 1 a 0.
Conhecida naquele torneio como “Seleção 0 a 0”, Leão saiu-se com esta: “Jogamos bem, a falta de gols foi apenas um detalhe”. É como se tivéssemos comprado um ingresso para ouvir Pavarotti e este, na noite da apresentação, desse o show de sua presença em público, enquanto o locutor falasse que o tenor estava impossibilitado de cantar, por estar com inflamação na garganta.
Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco Tonga e Samoa, que levaram em conjunto 60 gols da Austrália nas eliminatórias da Copa, também irão “engrossar” com o Brasil. Se bobear, nossa Seleção irá competir com o Íbis, de Pernambuco, que ganhou fama e até inclusão de seu nome no Guinness, por não ganhar de ninguém e ser o pior time de futebol do mundo.
Para se ter uma idéia, o Íbis não venceu uma partida sequer de 1978 a 1984. Em 62 anos de existência, sofreu 3.550 gols e marcou 72, uma média de 1,1 por ano. Depois que Samoa Americana levou 31 gols da Austrália, o Íbis deve estar indo para o divã, humilhado e com o orgulho ferido, com crise de identidade, já que seu maior “feito” foi uma derrota de 13 a 0 para o Santa Cruz.
Mas, como íbis é nome de pássaro, quem sabe nossa Seleção possa se tornar uma fênix, renascendo das próprias cinzas. Para chegar a essas cinzas, haja lenha para queimar tanta bandalheira e corrupção que afetaram mortalmente nossa Seleção, com dirigentes atolados até as fuças em denúncias feitas pela CPI.
Depois dessa fase leonina, será que chegou a hora de chamar de volta o velho “lobo” Zagalllo?
P.S.: Zagalllo passou a ter três eles, depois da conquista de mais um tricampeonato pelo Flamengo. |