Usina de Letras
Usina de Letras
145 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50586)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Hic et Nunc -- 08/05/2009 - 21:49 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hic et Nunc



Mais próximo de mim do que as roupas que cobrem minha pele,

Mais íntimo de mim mesmo do que meu coração imbele,

Mais dentro de mim do que meu pensamento clame,

Está o que não sei que se chama e que não há quem chame!



Algo tão inexpressivo e que não tem expressão que denomine,

Algo tão inequívoco que a todos enganos leva como um crime,

Algo tão desconsertado que não há quem conserte,

E que a toda realidade desmorona, desconstrói, subverte!



Eu que tenho visto isto escapar-me pelos vãos das mãos,

Eu que tenho visto isto atravessar-me a alma como se eu fosse ilusão,

Eu que tenho visto isto desmaiar-me os sentidos,

E por mais que eu o tenha visto, sequer uma lembrança tenho tido!



E isto é tão difícil de agüentar, que finjo não existir,

E isto é tão difícil de suportar, que o aniquilo até sumir,

E isto é tão difícil de entender, que o explico pelo que não é,

E o que isto não é também não pode ter sequer do real um pé!



Entrevejo o que busco tanto nas sombras da noite,

Entrevejo o que quero entender como quem se delicia com açoites,

Entrevejo o que persigo como um cão faminto,

Mas que se entrevejo, meu desejo é um ensejo que não sinto!



Além de tudo o que eu possa compreender, lá está,

Além de tudo o que eu possa ver, para lá do que o telescópio possa enxergar,

Além da singularidade, muito, mas muito para além,

Como uma pele sutil, uma membrana que toca outra membrana refém!



Como se fosse uma outra realidade, um outro lugar neste lugar,

Como se fosse eu me vendo agora fora de mim, pousado no ar,

Como se fosse uma atmosfera sem ar cercando-me os pulmões,

Mas inebriando-me de gases respiráveis como carvões!



Sei que está aqui, agora mesmo, neste instante fugaz,

Sei que está aqui, como o mais nobre gás,

Sei que está aqui como sei que existem aqui elétrons, átomos, moléculas,

Mas que mesmo entre tais partículas foge e que contém tudo como fécula!



E se tudo o que posso te dizer agora é só essas negativas,

E se tudo o que sei agora é só umas palavras inativas,

E se tudo o que tenho não se conforma sequer num verso,

O que me resta é findar o poema como quem se constrói perverso!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui