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Cartas-->ÑOTÍCIA AOS FUMANTES VIII - AJUDA -- 13/10/2003 - 12:54 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Viciados em nicotina
12/10/2003

Duas vezes por semana, eles se reúnem numa sala. Todos têm histórias dramáticas para contar.

"Meu estado de saúde é ruim, não é nada bom. Eu tenho asma, uma porção de coisas. Tenho efizema pulmonar", conta Marion.

"Eu dizia que ia parar, que ia parar, mas nunca fiz aquela força. Agora eu estou tentando, agora sim", diz Maria.

"Teve um dia essa semana que eu pensei que eu fosse ter uma parada cardíaca, meu coração acelerou muito", relata Márcia.

A droga que causa tamanha dependência chama-se nicotina.

Para tentar se livrar da nicotina, estes dependentes apelaram para o Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo, do Hospital Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, onde recebem apoio de médicos especializados.

O grupo de apoio segue o modelo de outros criados pelo Brasil inteiro em faculdades, hospitais e centros médicos. Os freqüentadores relatam as dificuldades e angústias que enfrentaram na luta contra o vício. Assim, ajudam uns aos outros.

"O que mais me impressionou é que eu tenho uma netinha de oito anos e lá em casa todo mundo é contra. Aí a minha netinha pegou meu maço de cigarro inteiro, pegou o cigarro, amassou todo e eu corri atrás dela pra apanhar o cigarro e não adiantou, ela rasgou meu maço todinho e jogou fora", conta Maria.

Em casos extremos, os remédios podem ser a única solução para enfrentar a síndrome da abstinência causada pela ausência do cigarro.

"Eu achei que eu ficando sem o cigarro eu tava mais nervosa. Fiquei uma pilha de nervos, começa a me dar vontade de fumar, aí começa a me dar um negócio pela cabeça, parece que tudo se acelera", relata Márcia.

"Algumas pessoas têm uma irritabilidade enorme, a ponto de quebrar coisas, deixar cair coisas da mão por qualquer mínima coisa que se fale", explica o médico pneumologista Alberto José de Araújo.

Marion Melo - que tem enfizema pulmonar - chegou a fumar cinco maços: cem cigarros por dia! Já conseguiu reduzir para menos de um maço.

Francisco Silva enfrenta a segunda semana sem cigarro. Já esteve internado com problemas pulmonares - mas até no CTI ele tentou enganar os médicos. "No CTI eu entrei praticamente ruim mesmo e o médico pra colocar a sonda em mim teve que botar aquele camisolão, puxar a minha sunga. No que puxou a sunga, o maço de cigarros caiu de dentro da sunga. Ele olhou pra mim, olhou pro cigarro, pegou o cigarro do chão e mandou pela janela afora".

"Na área que eu faço, que é pneumologia, nós pegamos pessoas que têm uma dependência tão grande, a compulsão é tão forte que mesmo no leito de morte o último desejo é pedir um cigarro", diz o doutor Alberto José.

Uma senhora vive um caso extremo de dependência do cigarro. Fuma desde os 13 anos de idade. Chegou a fumar dez maços: 200 cigarros por dia! Vive sob os cuidados de cinco enfermeiras. A luta contra o vício é diária. Quando chega a hora das refeições, ela só quer comer e tomar remédios se fumar antes. "Eu sempre jantei fumando", conta.

A guerra contra a dependência recomeça todo dia... Para conseguir alimentar a mãe, Alaíde é obrigada a usar um artifício: dá um cigarro; depois, uma caixa com fósforos molhados, para que a mãe não consiga acender. Assim, consegue dar algumas colheres de comida para a mãe.
"Ela teve várias internações pela parte respiratória, infartou ano passado e nem assim consegue parar de fumar", lamenta Alaíde. Na última quinta-feira, ela começou a ser atendida pelo grupo de apoio do Hospital Clementino Fraga Filho.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a maior causa de mortes evitáveis em todo o mundo. A cada ano, cerca de cinco milhões de pessoas morrem por doenças causadas pelo cigarro. Os médicos calculam que pelo menos 50% dos que procuram o grupo de apoio conseguem deixar o vício. Quase todos tinham desenvolvido o mais alto grau de dependência da nicotina.

"Agora, é importante dizer, nem todos desenvolvem esses quadros, mas quem desenvolve precisa de ajuda, precisa procurar um programa para ajudá-la a enfrentar a síndrome de abstinência", recomenda o doutor Alberto José.

Agora, anote dicas dos médicos para deixar de fumar e enfrentar a síndrome de abstinência da nicotina:

- os três primeiros dias sem cigarro são os piores. É importante resistir e não fumar nesse período;
- balas e chicletes dietéticos ajudam a substituir o cigarro. Pedaços de vegetais como cenoura e aipo também servem - e são mais saudáveis;
- beba bastante água;
- nos primeiros dias evite bebida alcoólica e café, que costumam estar associados ao vício de fumar;
- faça caminhadas leves;
Se você quer mais informações sobre o grupo de apoio do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo, os contatos são os seguintes:

E-mail: nett@hucff.ufrj.br
Telefone: (21) 2562-2195
Fax: (21) 2562-2633
Fantástico, 12 de outubro de 2003.

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